quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Chamonix, o eterno charme do Mont Blanc

No início do ano fomos - a convite de um primo - passar cinco dias em Chamonix-Mont-Blanc, mais comumente chamada por Chamonix.

No Departamento da Haute-Savoie, na Região Rhône-Alpes, Chamonix chama a atenção por duas coisas: tem menos de 10 mil habitantes, sendo a 865ª cidade do país em população, mas ao mesmo tempo possui cerca de 245km2, o que a torna a 4ª maior cidade – em área – da França.

Enquanto este primo, um sobrinho e minha mulher esquiavam ou faziam snow-board, meu filho e os cães descansavam, eu trabalhava um pouco e passeava quando podia em sua companhia.

Dois passeios foram incríveis: a subida ao topo do Aiguille du Midi, de teleférico e a ida ao Mer de Glace, pelo “Train du Montenvers”.

O Aiguille du Midi – que significa Agulha do Meio-dia – é uma montanha situada no Maciço do Mont Blanc, com 3842 metros é a mais alta das “agulhas” de Chamonix e sobre o seu pico há uma torre com antenas de telecomunicações.

Já o Mer de Glace (ou Mar de Gelo) é um glaciar também localizado nas encostas do maciço do Mont Blanc, com cerca de 5,6 km de comprimento e 200 metros de profundidade, tem uma área aproximada de 40 km² e é o segundo maior glaciar dos Alpes, com origem aos 3900m de altitude, descendo até 1400m.

Foi tão bom estarmos todos juntos que decidimos ontem que vamos repetir no início do ano que vem.









terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pedra Alta, um senhor português, ao lado de Paris

Saindo de Paris, mas perto do 16éme arrondissement, fica Boulogne-Billancourt: uma pequena cidade, com 120.000 habitantes e muito calma, onde fui apresentado por um casal de amigos ao Pedra Alta.

Instalado ao número 6 da Avenue Général Leclerc, que é um restaurante português que posso recomendar a todos os amantes de peixes, frutos do mar e carnes bovinas e cujo dono é português, assim como TODO o seu staff: dos cozinheiros aos garçons, passando pelos cumins e ajudantes.

O dono, que pediu para não ser identificado, tem uma pousada em Trancoso e uma fazenda em Pernambuco, para onde vai descansar duas vezes ao ano e ainda outros oito restaurantes em Portugal e quatro na França.

Seus pratos são fartos, podem vir em meia-porção e têm preço justo. A comida é sempre muito saborosa e as receitas, por incrível que pareça, não são apenas portuguesas mas sim, de todo a costa européia do Mediterrâneo.

Meu jantar foram seis soberbos bolinhos de bacalhau e um plateau de fruits de mer assados na brasa, com lagostins, lagostas, lulas, mexilhões e camarões acompanhados de batata palha.

Uma loucura: era para dois, mas comi sozinho!



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

La Mare aux Canards: meu galeto em Paris

O La Mare aux Canards (a lagoa dos patos, nome engraçado, mas pertinente) é um lugar imperdível para quem gosta de pato ou de frango assados que fica bem no meio da Forêt de Meudon, a cerca de 20 minutos do centro de Paris.

Há outras opções no cardápio, é claro, mas eu só pego o ½ pato assado com petits pois e batatas fritas – daquelas que a minha avó fazia, de batata mesmo, sem massa processada e congelada – o que diz muito do lugar: simples e muito bom.

Durante os meses de verão, podemos desfrutar da sua área externa, com abrigo de grandes ombrelones e aproveitar todo o frescor da Forêt de Meudon, com suas diversas trilhas, vegetação fechada e lagos.










domingo, 28 de agosto de 2011

Galvão Bueno: saudades (im)possíveis!

Desde pequenino sempre gostei de assistir corridas de automóveis. Principalmente as de Fórmula 1, que via pela televisão - mesmo quando transmitidas pela Tupi em 1974 e pela Band em 1980 (que teve como narrador o Galvão, acredite quem quiser), hábito que devo ao Aroldo, meu irmão mais velho, precocemente falecido em 1985.

Ele sempre me levava ao Maqui Mundi, um antigo kartódromo na Barra da Tijuca, onde também iam outros amigos dele como o Pedro (pai de uma atriz famosa), o Paulinho (hoje um bem sucedido construtor de barcos) e o Tonka (amigo do colégio Brasileiro de Almeida, que ficava na Lagoa onde funciona hoje uma unidade da UniverCidade) e todos eles conseguiam dar voltas nos karts, enquanto que eu, com bem menos de dez anos nesse tempo, só olhava.

O tempo passou e passei a curtir uma outra onda: os campeonatos cariocas de moto-cross, em uma barrenta pista construída bem ao lado do mesmo Maqui Mundi, onde era levado pelo Rafael, meu antigo cunhado.

Minha paixão por este esporte levou o Rafael a me dar em 1978, quando tinha apenas treze anos, uma raridade: um raro exemplar das seis Husqvarna WR 250cc existentes no Brasil – que eram iguais a motocicleta que ganhara, em 1976, o Rally Paris-Dakar.

Um pouco mais velho – no equivalente hoje ao 8º. Ano do Ensino Médio – um amigo mais ousado, o João, começou a correr no Autódromo de Jacarepaguá, em uma categoria que se chamava nesta época, 1980, de Força-Livre.

Éramos vizinhos e íamos para o Andrews, colégio no qual estudávamos, de Dodge Charger e lembro bem de um azul, de um amarelo e de outro branco e que neles não existiam bancos, a não ser o do motorista: o carona sentava em um caixote de madeira ou no assoalho do carro que aliás, era muito quente já que os escapamentos eram abertos.

Resumindo, adoro corridas mas realmente o Galvão é um cara polêmico, para dizer o mínimo, pessoalmente acho que engraçado e chato, com sua mania de achar que sabe até o que os pilotos estão pensando. Sou mais - bem mais - o Reginaldo Leme, que realmente entende do riscado.

Mas devo confessar que asistir corridas de Fórmula 1 na França é algo tão ruim que chega a ser indescritível.

As corridas são transmitidas pela TF1 – nome apropriado para uma emissora que transmite a F1, sempre pensei, mas a cada corrida, ao escutar atentamente aos comentaristas, faz cada largada virar um verdadeiro desespero.

Eles não se entendem, cada um fala de uma coisa diferente ao mesmo tempo e, para piorar - vocês não vão acreditar - há intervalos comerciais durante a transmissão, a cada dez ou quinze minutos e, ao voltar para a corrida, não se faz um resumo do que foi perdido.

Definitivamente, quero o Galvão de volta na minha vida - mesmo que seja narrando de dentro de um estúdio no Projac e enganando aos telespectadores - mas quero.

Em tempo: e se o Massa ou se o Bruno Senna - ou ainda mais difícil, e se o Rubinho - ganhasse? Como iria escutar o “Tema da Vitória”?

Tema da Vitória

Kartródomo Maqui Mundi

Dodg Charger R/T 1975

Husqvarna WR 250cc 1975

Galvão, Leme e Burti narrando corrida do estúdio

sábado, 27 de agosto de 2011

La Grande Cascade

Bem no meio do Bois de Boulogne e pertinho do Hipódromo de Longchamp, na Allée de Longchamp, no 16éme arrondissement, encontramos o La Grande Cascade: um excepcional restaurante que conta com uma estrela no Guide Michelin Rouge.

Após a chegada do Chef Frédéric Robert e seu novo cardápio, o restaurante está revivendo o esplendor do Segundo Império, com toda a sua elegância e seu estilo luxuoso da “Belle Époque”.

Para o almoço, como a maioria dos grandes restaurantes de Paris, há um menu executivo que permite aos mais curiosos se aproximarem de suas maravilhosas receitas, como o robalo ao molho de algas, a lagosta com alcaçuz e manteiga de limão ou o porco com fritas crocantes.

E não duvide que todos esses estão entre os melhores pratos servidos em Paris e lá existe algo raríssimo: vagas de estacionamento em profusão, além de estar sempre abertos aos domingos, outra coisa incomum nos grandes templos da gastronomia da Capital.

Na última vez que lá fui, o fiz em companhia de minha mãe e e de seu marido (que me convidaram, a bem dizer). Coloquei, sem citar os preços, a conta com a descrição do que pedimos durante o almoço que estava simplesmente divino.











sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Soufflé: leve como uma pena

Em bom português, um suflê é um prato reconhecido por sua leveza e é geralmente feito com gemas de ovos e ingredientes diversos, levando logo após as claras em neve à mistura.

E acreditem que só estou falando isso tudo apenas para dizer que A-DO-RO um bom suflê e, para falar a verdade, gosto tanto que como feliz mesmo aqueles mais simples – sejam doces ou salgados.

Em Paris tenho dois bons restaurantes nos quais os suflês me chamaram a atenção: o La Cigale Recamier e o L’Auberge Bressane.

No La Cigale Recamier, que fica no número 4 da Rue Récamier, no 7ème arrondissement, sua especialidades são suflês doces e salgados e estão entre os mais famosos da capital francesa, diria mesmo até venerado e elegante restaurante.

Durante mais de 30 anos foi dirigido pela família Cantegrit até 2004, quando o novo Chef, Gerard IDOUX, do "La Cigale", entrou, tornando-o conhecido como o La Cigale Recamier, que conta com um excelente nível de qualidade em todos os seus suflês como o tradicional de queijo, o de espinafre e mussarela, o de frango com gorgonzola e rúcula e também dos suflês de sobremesa como o de caramelo “beure sallé”, o de chocolate e o de Grand Marnier ou Cointreau.

Já no L’Auberge Bressane, que fica no número 16 da Avenue de la Motte-Picquet, tamém no 7ème arrondissement é um lugar onde os donos, Jérôme e Stéphane, recebem pessoalmente os clientes e amigos, num ambiente alegre e confortável, decorado com painéis de madeira e emblemas heráldicos, onde se desfruta de ​especialidades tradicionais das regiões de Lyon e da Bourgogne.

Entre os suflês posso destacar o soufflé au fromage de Comté, o soufflé au crabe e, na hora das sobremesas os soufflés Grand Marnier, de Pommes au Calvados, de Chocolat, de Citron flambé à la Vodka e Chartreuse et truffes au Chocolat flambé.






quinta-feira, 25 de agosto de 2011

La Closerie des Lilas

Em Paris, a região de Montparnasse é conhecida por abrigar restaurantes e cafés como o Le Dôme, o La Rotonde, o Le Select, o La Coupole e o Le Boeuf, onde artistas e intelectuais iam e vinham, tentando seu ganha pão e se reunindo em conversas animadas.

Um destes lugares é o La Closerie des Lilas, fundado em 1847 e que fica no número 171 do Boulevard du Montparnasse, no 6eme arrondissement, se transformou de um simples café florido ao ar livre, no local de encontro dos maiores artistas e pensadores de todo o mundo contemporâneo.

Gente como Émile Zola, Lênin, Paul Cézanne, Théophile Gautier, os irmãos Goncourt foram frequentadores habituais assim como Paul Verlaine, Apollinaire, Alfred Jarry, Paul Fort, Moréas,
Salmon, Maeterlinck, Merrill Stuart, Barrès, Gide, Maurras, Jules Renard, Tristan Tzara e André Breton.

Podemos citar ainda Modigliani, Paul Fort, André Breton, Aragon, Van Dongen, Picasso, Jean-Paul Sartre, André Gide, Paul Eluard, Oscar Wilde, Beckett, Man Ray, Ezra Pound e ainda muitos americanos expatriados como Hemingway, Fitzgerald, Miller que lá fizeram seu ponto de encontro preferido em Paris.

No Closerie des Lilas, durante um século e meio, todos os grandes poetas, de todas as mentes mais belas e mais talentosos artistas reconstruíram o mundo de acordo com a suas próprias e inebriantes ideias.

Anos se passaram, gerações se passaram e a tradição do local ainda vive.

E na cozinha então, nem se fala: tive como entrada (apesar de ser um prato) Quenelles de Brochet, façon “Closerie des Lilas”, depois como prato Saint-Jacques poêlées, façon Dubarry e como sobremesa Millefeuille Vanille.