terça-feira, 20 de março de 2012

Primavera em Paris, um conto

Um cego sentado em uma calçada tinha um boné aos seus pés e um pedaço de madeira que servia de cartaz, escrito com giz branco, dizia:

- "Por favor, ajude-me, pois sou cego".

Um publicitário que passava em frente parou colocou umas moedas, notando que haviam poucas dentro do boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz de madeira, apagou o que estava escrito, pegou o giz e escreveu outro texto e voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego, indo logo embora.

Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola e, ao olhar para dentro do boné, notou que este estava agora estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, e, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali.

O publicitário, respondeu: "Nada que não esteja de acordo com a sua intenção, mas com outras palavras". Sorriu e continuou seu caminho. O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:

- "Hoje é Primavera em Paris e eu não posso vê-la".

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