quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pedro, meu filho, fui encontrar seu pai

Hoje Rive Gauche falaria sobre o Eurostar mas a vida se apressou e levou para perto do Criador o Luiz Alfredo de Abreu Fialho, ou simplesmente o Lulu, que se foi, vítima de um câncer.

Felizmente não o deixou enfermo por muito tempo, estive com ele na minha última estada no Brasil, falamos ao telefone no dia 15 de julho, aniversário de meus irmãos, Paulo Henrique(52) e Rafael de Sanzio (17) e ainda trocamos alguns e-mails antes de sua internação.

Conheci o Lulu por intermédio de minha mãe, Lucilla e logo ficamos próximos: na época eu tinha uns 16 anos e o ele estava na casa dos 35 – hoje tenho 47 e uma vida de amizade me passou pela cabeça.

Lulu era excelente oftalmologista, aliás seu pai, avó e bisavô também o foram, trataram do Império e da República. Lulu também era um gourmet e, em sua cobertura no Leblon os jantares eram sempre super saborosos e hiper bem harmonizados.

Na sua casa em Petrópolis, onde outrora haviam sido as termas de D. Pedro I, fizemos muitas bagunças. Uma época ele alugou um apartamento de meu pai, na Praia do Flamengo, anos depois eu mesmo morei lá, onde hoje meu irmão Paulo Henrique mora. Foram tantas festas na “casa do papai” que ele começou a me chamar de “Pedro, meu filho” sempre que a bagunça era excessiva.

Conseguiu ser amigo da família toda e ainda ter assuntos e interesses distintos com cada um de nós, desde o meu pai, que morreu com 80 anos em 2008 até o meu irmão mais novo, que tem 17, passando por minha mãe, meu irmão mais velho, por mim.

Lulu era generoso, bom vivant, gentleman, excelente profissional, leal, amigo e correto e vai deixar muitos órfãos de sua gentil, honesta e sincera amizade, mas não de suas maravilhosas e sempre alegres lembranças.

Vai com Deus, Lulu. Vamos continuar a te amar muito.

4 comentários:

  1. Lindo Pedro,vamos sentir muita falta de nosso tio Lulu,como o chamava meu marido!Você trouxe-nos ótimas lembranças!
    Maria Antonia Bebianno

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  2. Nossa, levei um susto tão grande ao ler este blog, que me pareceu faltar o chão. Conheci o Luiz há mais de 20 anos, o vi pela última vez há uns dois anos, na ocasião que fui fazer exame com ele. Cheguei a ficar hospedada em sua casa em Petrópolis certa vez, para melhor recuperação de minha filha. Eu também era amiga de sua saudosa irmã Heloísa. Estou perplexa e muito triste. Escutei, algumas vezes, o Luiz falar com muito carinho de sua família e, pelo que lembro, sua casa era o melhor lugar de Paris, pois vc era o compadre dele.

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    1. Oi Flor, boas lembranças do Lulu, da Heloísa e da casa, que no tempo do I Império, se encontravam as saunas do Imperador.

      O Lulu era um gentleman e seu carinho por nós, imerecido.

      Fique bem.

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