domingo, 30 de junho de 2013

Tamara de Lempicka na Pinacothèque de Paris



Tamara de Lempicka, ícone da Art Déco - autora de obras neo-cubistas que transpiram sensualidade e super disputadas - está em cartaz até o dia 8 de setembro na segunda unidade da Pinacothèque de Paris.

De origem polonesa, Lempicka exilou-se em Paris aos 20 anos e, naquela que era a capital mundial dos "Anos Loucos", ela assumiu uma postura diferenciada para as mulheres: liberdade de pensamento, gosto pelas mundanidades e atração assumida por outras mulheres.

Influenciada por fotografia, moda, cinema e grafismo, Tamara criará suas mais belas obras entre 1925 e 1935, antes de partir para os Estados Unidos em 1939.

Pinacothèque 2
8, rue Vignon
9ème arrondissement
Telefone: 01 44 56 88 80
www.pinacotheque.com

sábado, 29 de junho de 2013

Tour de France completa 100 anos

Captura de tela 2013/06/29 14.05.24









O Tour de France, que começa hoje, e comemora uma edição histórica: a do seu centenário desde que Henri Desgange e Geo Lefevre lançaram sua primeira edição em 1903 e que, desde então ocorre no mesmo período do ano.

A longa viagem de mais de 3000 km também é chamado de "Grande Boucle" e hoje, aqui no Google da França comemora os 100 anos do evento com seu Doodle, mostrando o quanto o Tour de France é mesmo uma das mais prestigiadas provas do ciclismo mundial.

Acesse aqui o Doodle do Google:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=motNW9dpHwE

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O verão 2013 de St-Tropez promete

O repórter Bruno Agostini, de O Globo, publicou ontem (quinta, 27), uma excelente reportagem sobre o verão em St-Tropez, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:


Restaurantes estrelados e festas à
beira-mar animam o verão em St-Tropez
  • Fortaleza da cidadela reabre as portas após reformas
  • Nas praias, o clima de festa começa à tarde
  • Carro é o mais adequado para circular pela região
ST-TROPEZ - Saint-Tropez é uma calça de cintura baixa, que deixa o umbigo exposto, originalmente feita só com tecidos leves, no melhor estilo praiano. “San Tropez”, com esta grafia, é uma das músicas mais despojadas e leves do Pink Floyd, lançada no álbum “Meddle”, de 1971. Tanto a peça de roupa quanto a canção nasceram sob a inspiração do balneário chique da Côte d’Azur, lugar hedonista por natureza. Nos meses de julho e agosto esta antiga vila de pescadores, alçada ao sucesso, assim como Búzios, pela presença de Brigitte Bardot, que foi morar ali nos anos 1960, é pura ferveção, no sentido literário (faz um calorão) e no figurado (tem festa dia e noite). Eterno ponto de encontro do jet set internacional no verão europeu, a cidade tem um je ne sais quoi. A antiga vila medieval, dominada pela cidadela no alto do monte, apresenta um casario encantador, ocupado por bares, galerias de arte, pequenos hotéis, restaurantes e uma uma invejável reunião de lojas, entre pequenos ateliês e grandes marcas. No caminho para as praias de Pampelonne, de mar calmo e areias agitadas, espalham-se vinícolas, para temperar o passeio. Além das estrelas da música e do cinema, também encontramos as Michelin: o restaurante La Vague d’Or foi único a receber a terceira étoile na edição de 2013 do guia francês.
Fortaleza, iates, bares e crustáceos
Um dos melhores ângulos para se observar St-Tropez é do alto, subindo as ladeiras não muito íngremes do centrinho antigo, e depois vencendo os degraus de madeira da longa escadaria que conduz até a cidadela, dominando a paisagem no alto do monte. O cenário vai ficar ainda melhor a partir de amanhã, quando a fortaleza reabre as portas, depois de reformas. Com canhões eternamente apontados para o azul do Mar Mediterrâneo, a construção antiga é mais que um patrimônio arquitetônico francês, mas também o Museu da História Marítima de Saint-Tropez, com inauguração prevista para a próxima segunda, dia 1º, com documentos, objetos, mapas e maquetes relacionadas não apenas à história da região, mas também a todo o universo náutico, das grandes navegações. Se alguém precisava de mais um motivo , além da vista, para subir os muitos degraus que conduzem à cidadela...
Caminhar pelo centrinho antigo é a melhor maneira de se desvendar a cidade, calmamente. Todos os caminhos vão nos conduzir ao porto, onde estão enfileirados bares, restaurantes e cafés, mesas para ver, ser visto e beber uma taça de rosé com a brisa mediterrânea no rosto. Ali estão parados alguns dos iates e veleiros mais suntuosos do mundo, e caminhar pela calçada observando os artistas e as grandes embarcações faz parte do programa clássico tropézienne. Esses palácios flutuantes dividem espaço com os barquinhos de pescadores que ainda existem ali, e muitas e muitas lanchas dedicadas a levar turistas para passeios pelas águas límpidas do Mediterrâneo, serviço que pode ser contratado no local.
Sim, os restaurantes do porto são turísticos, mas e daí? Come-se bem, obrigado, em endereços como L’Escale, em ponto estratégico, no meio do porto, dica do empresário Ricardo Amaral, frequentador assíduo de St-Tropez. É uma casa tradicional, especializada em “coquillages et crustacés”, onde brilham ostras, mariscos diversos, camarões e lagostas.
Subindo e descendo ladeiras, exploramos ruas, vielas e becos na porção antiga da cidade. Nesta época de calor fica ainda mais aprazível passear no meio daquela arquitetura típica mediterrânea do Sul da França, os prédios baixos com paredes de cores claras, por vezes desbotadas e eventualmente com heras verdejantes subindo por elas, em contraste com o colorido dos vasinhos de flores, e as janelas e portas de madeira pintadas em diversos tons.
Nesse casario gracioso encontramos tudo o que um turista precisa: cafés e boulangeries cheios de charme, com fornadas perfumadas e vitrines tentadoras; um punhado de hotéis pequenos; muitos e muitos restaurantes, mercadinhos com frutas e legumes irresistíveis; além de uma das maiores concentrações de galerias de arte da França e um time de lojas cheio de bossa, com marcas como a Truffaux (na Rue des Commerçants), que faz chapéus artesanais belíssimos, com visual retrô e material de primeira. Nessa mesma rua, um pouco adiante, encontramos a Aux Deux Frères, uma dessas padarias que tornam a vida mais feliz, com seus doces vistosos e os pães sempre quentinhos.
Se todos os caminhos levam ao porto, o epicentro da vida social em St-Tropez é a bela Place des Lices, repleta de plátanos e cercada por cafés, padarias e bares que vivem lotados, especialmente nesta altura do ano. Quando não estão armadas as barracas do charmoso mercado que acontece duas vezes na semana, às terças-feiras e aos sábados, a área central se converte em uma concorrida arena para os jogadores de pétanque, um esporte primo da bocha, verdadeira paixão local.
E se Paris é uma festa, o que dizer do verão em St-Tropez? A vida noturna agitada é outro traço da cidade. Noturna é modo de dizer, porque a badalação começa logo após o meio-dia, e os clubes de praia fervilham, com música tocando, taças de champanhe tilintando e um clima de azaração no ar.
A um passo do porto e com filiais em Paris, Cannes, Mônaco e Dubai, o VIP Room está entre as boates mais badaladas, exibindo orgulhosa um painel com fotos de seus frequentadores ilustres, que incluem nomes variados como Quentin Tarantino, Linda Evangelista, Boy George, Cindy Crawford, Francesco Totti, Madonna, Karl Lagerfeld e Penélope Cruz.
Para menos badalação e mais elegância, o hotel Pan de Palais, entre a Place de Lices e o porto, tem um restaurante altamente recomendável, entre os melhores de St-Tropez. O local serve tanto para um jantar romântico quanto para um drinque antes de partir para a noitada.
Restaurante com estrelas e vista para o mar
Jantar no restaurante La Vague d’Or, no hotel Résidence de la Pinède, é um ritual. Delicioso. O procedimento deve começar o quanto antes, fazendo uma reserva com boa antecedência. E deve-se, também, reservar um bom capital, porque o “La fugue en Provence”, o menu provençal de pescados, por exemplo, sugestão do maître, custa € 245. Mesmo a este preço, o lugar fica lotado todas as noites, ainda mais agora no verão, quando a cidade está fervilhando. Consegui uma mesa dois dias antes através do concierge de um outro hotel na região, La Chèvre d’Or, em Eze — este é sempre um bom recurso para se conseguir vaga em restaurantes concorridos. Para confirmar o meu lugar, tive que dar o número do meu cartão de crédito (se não aparecesse, pagaria uma taxa de € 150).
Instalado à beira-mar, na estrada que leva a Saint-Tropez, a uns 15 minutos de caminhada do centrinho da vila, esta foi a única cozinha em toda a França a conquistar a terceira estrela do Guia Michelin deste ano. Merecidamente. Tive um jantar memorável, marcado pelo frescor dos ingredientes, pela técnica precisa aplicada em cada prato e pelas pinceladas autorais do chef, Arnaud Donckele, que trabalha amparado por uma equipe que cuida perfeitamente do serviço, do início ao fim.
O ritual, quando a meteorologia permite, e torça para que isso aconteça, começa do lado de fora, nas mesas espalhadas pelo jardim, com vista para o Mar Mediterrâneo e o fluxo de iates cruzando as águas. Já são 20h, e o sol brilha, caindo lindamente no mar, tingindo o céu. Com a contribuição da Natureza, o maître apresenta os menus e a carta de vinhos. Peço uma sugestão de rosé, e ele me traz o refrescante Suvé du Vent, que acompanhou com brilhantismo o amuse bouche, enquanto os outros comensais iam chegando. Eram várias diversões para a boca: pão siciliano, de massa finíssima, delicada e crocante, com ervinhas e flores provençais; marshmallow salgado, uma espécie de tempurá de cavaquinha e uma casquinha de ovo recheada de lagosta, trufas, vegetais da Provence e alcachofra. Tive a certeza de que o jantar seria daqueles inesquecíveis.
Quando a paisagem estava em seu ápice de beleza, o maître perguntou se eu queria ver a carta de vinhos. Olhei só por olhar, pedi uma sugestão de branco de até € 100, e ele me sugeriu o Château La Calisse 2011 (€ 80), de Patricia Ortelli, belíssima escolha, que acompanhou a refeição à altura.
— Quando o senhor quiser, a sua mesa está pronta.
Sem pressa, lá fui eu. Até o pão, com tomates e mozzarella, servido logo que me acomodei, deixou saudades. Em seguida, o primeiro prato do menu em cinco etapas, mais uns agrados do chef, e sobremesas. Tudo impecável, com pescados frescos, uma das grandes refeições que já fiz, com destaque para o xaréu-preto grelhado com molho cremoso e a corvina com lâminas de lagosta em ragu de cogumelos morilles.
Se o La Vague d’Or é o melhor restaurante local, não vive apenas de estrelas Michelin a gastronomia de Saint Tropez (nos arredores, na direção de Gassin, o restaurante do hotel Villa Belrose tem uma estrela). A culinária do Sul da França tem virtudes como a riqueza da matéria-prima de qualidade e o receituário simples, originando pratos imperdíveis como a pissaladière, espécie de pizza com anchovas, cebolas e azeitonas, encontrada por toda parte. Uma fatia custa cerca de € 3 e é quase uma refeição.
Na orla, a festa começa de tarde
Nesta época do ano, sobre quase todas as mesas do Club 55, com toalhas azuis em vários tons, geralmente encontramos arranjos de flores, um balde de gelo, com champanhes e vinhos brancos e rosés, e uma simpática cestinha de cortiça recheada de legumes da estação. Rabanetes, tomates, cenouras e outros vegetais vistosos, os chamados crudités, são cortados e mergulhados em aioli, num ritual fresco, leve e provençal. É uma comida que parece ter nascido para ser consumida assim, na beira da praia. O rosé da casa, clarinho, é uma boa pedida e serve de acompanhamento perfeito.
No Club 55,e em outras casas vizinhas, há quem tome banho de champanhe, sim, de champanhe, esguichando a bebida no melhor estilo pódio de Fórmula-1. O restaurante é um clássico de St-Tropez, um dos mais famosos e badalados entre os tantos clubes de praia que ocupam a orla de Pampelonne, em Ramatuelle, que ainda tem áreas para naturistas, no trecho conhecido como Plage de Tahiti.
O clube fica a cerca de 15 minutos de carro de St-Tropez (de táxi, são cerca de € 40), que reúne vários estabelecimentos do gênero, que são ponto de encontro dos habitués do balneário durante o dia. Para não ter que esperar lugar, melhor mesmo é reservar uma mesa. Na alta temporada, quando uma espreguiçadeira na beira do mar do pode pode custar € 100 por dia, a máxima vale para quase todos os clubes.
Como muitas coisas em St-Tropez, o Club 55 tem relação direta com o filme “E Deus fez a mulher”: o local nasceu para servir refeições à equipe de filmagem, e acabou virando restaurante depois. A frequência é a mais eclética possível: grandes grupos de amigos, casais, famílias e alpinistas sociais. Alguns chegam de iate, e mais tarde a festa continua a bordo, outros de Ferrari e carrões do tipo.
Há quem se arrume como se estivesse a caminho de uma festa, com direito a sapato (dockside faz o maior sucesso), camisa social pra dentro da calça e cinto. Mas esses são uma minoria. O local é despojado, como toda a Riviera Francesa deveria ser. O branco predomina, e a moda praia parece coisa séria, porque este é um lugar para ver, ser visto, e a roupa faz parte do programa. Ao pé do ouvido, as cantadas rolam com certa discrição, e a inibição vai sumindo conforme o tempo passa e o álcool sobe.
Muitas famílias preferem ficar na praia mesmo, com serviço de bar, e o riozinho de águas límpidas que corre para o mar atrai as crianças menores. Poderiam mergulhar no Mediterrâneo mesmo. O mar calmo de temperatura amena e águas verdes convida ao mergulho.
O Rio de Janeiro fez escola em St-Tropez, e escutamos o português com certa regularidade, às vezes com sotaque carioca: ali, as rodas de altinho e os jogadores de frescobol formam a paisagem à beira-mar, parecendo Ipanema. Vendedores ambulantes equilibristas gostam de empilhar os muitos chapéus na cabeça, e não faltam pulseirinhas no melhor estilo hippie, mas com preço de joia.
Em St-Tropez, até a praia é uma festa. O agito pé na areia começa logo no início da tarde, na hora do almoço, quando os clubes de praia começam a ficar lotados. Uns com música mais alta e voltados ao público mais jovial, outros mais reservados, como o próprio Club 55, que tem fama de servir uma comida saborosa, ainda que sem grandes pretensões ou brilhantismo — peixes e frutos do mar são a especialidade, claro.
Agora que o Voile Rouge, famoso pelo topless e pelos excessos dos seus frequentadores, está fechado, quem vai interessado em badalação forte encontra o que busca em clubes como o Le Palmiers, o local da moda, e por isso, difícil de se conseguir uma mesa, com público mais jovem, entre 20 e 30 anos, em média. O branco é a cor oficial da casa, e está nas cadeiras, mesas, guarda-sóis e no uniforme dos garçons, e de boa parte dos frequentadores.
Seguindo esta mesma linha há outro clube famoso e festeiro, uma filial do Nikki Beach. Tem música alta e até uma piscina. Para comer, um menu amplo e variado oferece de king crab e lagosta a hambúguer e T-bone. A rede Nikki Beach nasceu em Miami e na versão de St-Tropez acontece até uma (concorrida) festança no dia da independência dos Estados Unidos, em 4 de julho, com direito a garçom fantasiado de Capitão América e coelhinhas estilo Playboy servindo champanhe Louis Roederer Cristal em garrafas de seis litros, entre algumas outras excentricidades, porque parece que qualquer motivo é válido para se festejar em St-Tropez.
Quem quer comer bem, e aprecia a cozinha asiática, pode ir ao Nioulargo, na mesma praia de Pampelonne, com receitas da Indochina, reunindo pratos de Vietnã, Laos, Camboja e Tailândia. A decoração é charmosa, com muitas flores, bambu, palha e cadeiras de vime.
Transporte: carro para explorar a região
Os que não chegam no seu próprio iate transatlântico, ou a bordo de jatinhos ou helicópteros particulares, podem escolher entre os aeroportos de Nice ou de Marselha para iniciar a viagem para St-Tropez, que está praticamente a meio caminho entre as duas cidades mais importantes da região, onde chegam os voos comerciais a partir de Paris.
A melhor maneira de se viajar pela região é de carro, porque o deslocamento entre as cidades usando transporte público não é das tarefas mais simples: há poucas opções de horários de ônibus e barcos.
Os Les Bateaux Verts fazem o trajeto entre o porto de St-Tropez e várias outras cidades da região, uma boa opção para quem quer fazer passeios de um dia.
Na direção oeste, os barcos viajam até Hyères, famosa pelas ilhas, um dos primeiros balneários turísticos da Côte d’Azur, e Le Levandou. Para o leste, os barcos alcançam outras oito cidades, incluindo Fréjus, famosa pela catedral e pelas ruínas romanas; St-Raphael, com cassino, mais ruínas romanas e em centrinho simpático, e Cannes, a conexão mais oriental, famosa pelos festivais.
Já a empresa Les Navettes Grimaldines liga St-Tropez a Port Grimaud, com mais opções de ônibus, e a Marines de Cogolin.
As estradas da Côte d’Azur são boas e bem sinalizadas, mas o GPS é fundamental para se orientar, inclusive em relação aos limites de velocidade, que chegam a 130 km/h em alguns trechos, mas podem cair repentinamente para 80 km/h ou menos.
Para os deslocamentos mais longos, e para os que estão com pressa, vale utilizar as estradas mais modernas, com pedágio, como a A8, que vai de Aix-en-Provence até Menton, já quase na Itália. Anda-se mais rápido, mas a realidade é que o melhor ali é viajar sem pressa, seguindo os contornos do litoral, contemplando as cidadezinhas à beira-mar.
Seguindo no sentido oeste a partir de St-Tropez encontramos, pela ordem, Toulon, Bandol e Marselha. Na direção oposta temos as outras cidades da Riviera: St-Raphael, Cannes, Antibes e Nice.
Para os mais dispostos, que não gostam de ficar trocando de hotel, todas essas cidades cabem em passeios de um dia, com deslocamentos de, no máximo, 100 quilômetros (cada trecho), fazendo de St-Tropez a base.
Uma boa ideia é, na ida, seguir as estradas litorâneas (basta indicar no GPS que não quer pagar pedágio), voltando a St-Tropez pela A8. Os caminhos são belíssimos,
A Rivieira Francesa não vive só de praias, e algumas cidadezinhas nas montanhas são praticamente obrigatórias nos roteiros pela região: St-Paul-de-Vence, vilarejo miudinho e cheio de charme; Grasse, terra dos perfumes, e Mougins, famosa pelos bons restaurantes e cursos de cozinha, estão entre esses destinos que podem ser visitados no sistema bate e volta a partir de St-Tropez.
SERVIÇO
De carro: Uma semana de aluguel de carro econômico, pegando e devolvendo no aeroporto de Nice, custa a partir de € 316 na Hertz (hertz.fr).
Onde ficar
Byblos: Diárias a partir de € 420. 20 Avenue Paul Signac. Tel. (33) 4- 9456-6800. byblos.com
La Bastide de St-Tropez: Diárias a partir de € 296. 25 Route des Carles. Tel. (33) 4-9455-8255. bastide-saint-tropez.com
Hotel des Lices: Diárias a partir de € 195. 10 Avenue Augustin Grangeon. Tel. (33) 4-9497-2828.
La Villa: Diárias a partir de € 150. 6 Avenue du Rivalet. Tel. (33) 4-9497-7014. la-villa-hotel.com
La Bastide du Port: Diárias a partir de € 135. Port du Pilon. Tel: (33) 4-9497-8795. bastideduport.com
Le Mouillage: Port du Pilon. Tel. (33) 4-9497-5319. Diárias a partir de € 100. hotelmouillage.fr
Playa: Diárias a partir de € 95. 57 Rue Général Allard. Tel. (33) 4-9812-9444. playahotelsttropez.com
Onde comer
La Vague d’Or: Único restaurante francês a ganhar a terceira estrela Michelin em 2013. Reservar. Hotel Résidence de la Pinede. Plage de la Bouillabaisse. Tel. (33) 4-9455-9100. residencepinede.com
Club 55: O mais famoso e badalado clube de praia, serve uma comida honesta, com destaque para os vegetais com aioli. 43 Boulevard Patch, Ramatuelle. Tel. (33) 4-9455-5555. club55.fr
La Tarte Tropézienne: Confeitaria que criou o famoso doce que batiza a cadeia de lojas, espalhada por toda a região. 36 Rue Georges Clemenceau. Tel. (33) 4-9497-7142. tropezienne.com
L’Escale: De frente para o porto, serve mariscos e crustáceos. 9 Quai Jean Jaurès. Tel. (33) 4-9497-0063.
Nioulargo: Cozinha asiática na beira da praia. Praia de Pompelonne. nioulargo.fr
Pan dei Palais: Clássico da cidade, fica no hotel de mesmo nome. 52 Rue Gambetta. Tel (33) 4-9417-7171. pandei.com


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um casal de Chefs brasileiros e seu restaurante 'secreto' em Paris

A repórter Flávia Mantovani, do portal G1 em São Paulo, publicou hoje (27) naquele portal, uma excelente reportagem sobre Chefs brasileiros fazem sucesso com um restaurante "secreto" em Paris, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:


Chefs brasileiros fazem sucesso com
restaurante 'secreto' em Paris


Casal faz jantares personalizados em seu apartamento na capital francesa.

Turistas do Brasil são os clientes mais comuns.




Os chefs Celinha e Gustavo Mattos em seu apartamento em Paris
(Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)

Em meio às muitas opções gastronômicas de Paris, um casal de chefs oferece aos turistas brasileiros a possibilidade de provar a comida local em um ambiente mais familiar – e com direito a entender tudo o que é servido mesmo sem falar francês.

Naturais do interior de São Paulo, Celinha Mattos e Gustavo Mattos montaram um restaurante dentro do apartamento onde moram, com quintal e vista para a Torre Eiffel, no 15ème Arrondissement.


A casa dos chefs, onde eles servem o jantar
(Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)
Os jantares são feitos sob medida, mediante reserva e para um número máximo de dez pessoas.

Os clientes assistem a uma parte da preparação dos pratos, são servidos pelos donos da casa e podem levar o próprio vinho (pagando uma taxa de rolha) ou provar os que o casal escolhe para cada refeição, de acordo com o valor que a pessoa quer gastar.

A mistura de culinária europeia com hospitalidade brasileira deu certo: o “Chez Nous Chez Vous” vai completar cinco anos de funcionamento e é considerado um dos melhores “restaurantes secretos” de Paris – rótulo dado pelo jornal “The New York Times” em uma reportagem sobre o tema.

Na clientela, que eles calculam ser 85% formada por brasileiros, há artistas, políticos, diplomatas, apresentadores de TV, estilistas e escritores conhecidos.


Sem placa na porta

Celinha e Gustavo se mudaram para Paris há oito anos, quando decidiram abandonar seus empregos na capital paulista (ela era tradutora e ele, publicitário) e transformar o hobby de cozinhar em profissão.

Eles estudaram na conhecida escola de gastronomia “Le Cordon Bleu” e trabalharam alguns meses com chefs estrelados. Querendo fugir ao dia a dia corrido das cozinhas de restaurantes comuns, decidiram receber em sua casa os clientes – que eles chamam de convidados.

O primeiro cliente foi o cunhado do arquiteto que desenhou a cozinha da casa. A partir daí, foi chegando mais gente que sabia do lugar pela propaganda boca a boca.

“A gente não queria montar um restaurante tradicional. Sabemos o estresse que é. Acreditamos que um bom chef tem que viajar, conhecer outras comidas, outras pessoas. Queríamos ter mais liberdade”, diz Celinha.

O local não tem placa na porta nem garçons. A refeição é servida na sala de jantar, e os clientes podem usar o computador, ajudar a escolher as músicas ou ligar para o Brasil de um telefone que fica disponível.

“Os convidados nunca passam diretamente à mesa. Primeiro eles ficam no sofá, bebendo e comendo os aperitivos, conversando. A ideia é que a pessoa se sinta na casa dela. É como um chef a domicílio, só que é o nosso domicílio”, diz Gustavo.



Sopa fria de ervilha perfumada com menta e  camarões
flambados, um dos pratos servidos no Chez Nous Chez
Vous (Foto: Divulgação/Chez Nous Chez Vous)

Sete pratos

A opção de menu degustação, com sete pratos, que custa 150 euros (cerca de R$ 440) por pessoa. Já a refeição tradicional, com entrada, prato principal e sobremesa, sai por 120 euros (cerca de R$ 300).

Bebidas alcoólicas são cobradas à parte. Entre as opções, há três tipos de champanhe feitos por um produtor especialmente para o “Chez Nous Chez Vous”.

O cardápio é surpresa para os convidados. Para decidirem os pratos, os chefs se baseiam nas preferências deles, que preenchem um questionário antes de ir ao local.

O método de preparação dos pratos é francês, mas são usados ingredientes de vários lugares do mundo. Rillette de arraia, coxas de pato confit e até uma moqueca revisitada, feita com coelho e lagostim, estão entre as opções já servidas.

Alguns dos clientes acabaram se tornando amigos dos chefs. “Como não ficamos só dentro da cozinha, há uma interação maior com o convidado”, diz Gustavo.

Quando há pessoas de grupos diferentes, elas chegam envergonhadas, mas Celinha e Gustavo garantem que o papo engata fácil. “As pessoas que vêm são muito cultas, acostumadas a viajar muito, têm cabeça aberta. O gelo é quebrado logo depois da primeira taça de champanhe”, diz ela.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Greve fecha Tour Eiffel pelo segundo dia seguido



Segundo informações da Reuters, continuou hoje a greve que fechou desde ontem (terça-feira, 25) a Tour Eiffel, deixando frustrados turistas que faziam fila em vão aos pés do monumento parisiense.

Milhares de visitantes esperando obter uma vista espetacular da cidade da torre de ferro de 324 metros estão no chão desde a manhã de ontem, quando os funcionários pararam em protesto contra disputas por pagamentos e manutenção fora do horário de trabalho.

As autoridades disseram que estavam negociando com os sindicatos e esperavam que o monumento reabrisse em breve, possivelmente mais tarde ainda nesta quarta-feira.

"É muito chato", disse Nicole, uma turista australiana que está em Paris por apenas um dia. "Haverá longas filas. Tanto a fazer em um dia e agora estamos esperando na fila."

Muitos mal podiam acreditar que o monumento mundialmente famoso, que geralmente fica aberto sete dias por semana durante todo o ano, estava fechado.

"Achei que fosse impossível", disse Alex Hokkanen, turista de Minnesota, nos Estados Unidos. "Tantas pessoas vêm até aqui todos os dias e querem ver isso. Eu achava que com certeza estaria funcionando."

Construída em 1889 e um dos monumentos mais conhecidos do mundo, a Tour Eiffel recebe mais de nove milhões de visitantes por ano e até 30 mil por dia na alta temporada de verão.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Tour Eiffel fecha por melhores condições de trabalho, segurança e salário



A Tour Eiffel, um dos principais pontos turísticos da Cidade Luz, fechou hoje (25) em função de uma greve de seus funcionários que tem por fim a melhoria das condições de trabalho, segurança e salário.

O monumento recebe cerca de 25 mil visitantes por dia ou seja, mais de nove milhões por ano e sua última greve foi em dezembro de 2010 e durou dois dias.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

50th Paris International Air Show



Me senti como um menino ao entrar ontem no 50º Salão Internacional do Ar e Espaço de Paris ou Paris International Air Show, como é mais conhecido por estas bandas e, fora a feira em si e as inúmeras demonstrações de vôo, pude revisitar o Museu do Ar e do Espaço, no mesmo local.

Sediado no Aeroporto de Le Bourget, Paris Air Show tem mais de 100 anos – sua primeira edição foi em 1909 – e é considerado o evento mais antigo do mundo dedicado ao setor aeroespacial sendo, desde a sua criação, o cerne do desenvolvimento do mercado da aviação global.

Em sua edição de 2011 foram recebidos mais de 204 mil visitantes, mais de 151 mil visitantes corporativos, 2.113 exibidores de 45 países, 150 aeronaves em demonstração no solo e em vôos de exibição, 3.200 jornalistas credenciados, 290 delegações de negócios de quase 100 países e contou ainda com mais de 1.400 aeronaves negociadas.

Tenho, desde pequenino, um fascínio fora do comum por máquinas voadoras embora não seja um aficionado e, logo ao chegar andei pelos pavilhões, mas realmente não eram minha praia: stands de empresas de fiações, macacões de vôo, ligas de titânio, não queria ver nada disso: queria ver aviões! – e para fora, ao ar livre, para o pátio de manobras, fui.

E aí, que felicidade, muitos aviões, helicópteros, mísseis, carros de apoio e, para meu deleite, demonstrações de aeronaves em vôo real, com pousos e decolagens a 100m de onde estava, na cabeceira da pista.

Com seus oito aviões a Patrouille de France (a Esquadrilha da Fumaça) fez uma apresentação sensacional e as demonstrações do A380, do A400M, do Rafale, do Sukhoi SU 35 foram muito impressionantes.

Isso sem falar do Breitling Jet Team, com seus jatos (a única esquadrilha de acrobacias privada que usa jatos em todo o mundo), o seu Breitling Super-Constellation (que fez um vôo lindo) e os Breitling Wingwalkers (acrobatas que fazem performances nas asas de dois biplanos) – todos de tirar o fôlego.

Como uma foto vale mais que mil palavras, um vídeo vale mais que mil fotos (brincadeirinha, ok?), mas de qualquere forma deixo a compilação de vídeos de cada dia:

Dia 1: https://www.youtube.com/watch?v=1P8yUYKKugk

Dia 2: https://www.youtube.com/watch?v=4zSABNAWXws

Dia 3: https://www.youtube.com/watch?v=C-WHWRJs1DU

Dia 4: https://www.youtube.com/watch?v=f-vLsdxU0Mk

Dia 5: https://www.youtube.com/watch?v=a_3MBrzMoWY

Dia 6: https://www.youtube.com/watch?v=S4vj9g8OeFE

Dia 7: https://www.youtube.com/watch?v=3lNY9cfD1JI


domingo, 23 de junho de 2013

Caravelle: um ícone da aviação moderna faz 58 anos



Em 23 de junho de 1955 era lançado o primeiro avião de passageiros a jato com turbinas na fuselagem: o Caravelle, com velocidade superior a 800km/h e que era usado, principalmente, para vôos dentro da Europa.

O Caravelle representou uma verdadeira revolução na história da aeronáutica porque até 1955, a aviação civil conhecia apenas as aeronaves movidas a pistão e hélice, como o Douglas DC-7, da Douglas e o Lockheed "Super" Constellation, da Lockheed.

Em 1951 o governo francês resolveu incentivar a criação de uma alternativa para o transporte de passageiros através da construção de uma nova uma aeronave que transportasse até 65 passageiros, mais a carga, a uma velocidade de 700 quilômetros por hora.

Um ano após o Ministério francês da Aviação chamou uma concorrência entre fabricantes franceses de aviões foram convidados a apresentar um projeto para a construção de um bimotor a jato, inédito no mundo.

A empresa vencedora da concorrência foi a Société Nationale de Constructions Aéronautiques Sud-Aviation com um projeto de um avião que poderia ser usado tanto em conexões dentro da Europa como em viagens transatlânticas: nascia ali o SE 210 Caravelle, uma homenagem aos navios usados na época dos Grandes Descobrimentos.

Os dois protótipos iniciados em 1953 foram apresentados ao público durante o Paris Air Show de 1955 e trouxeram um enorme prestígio para a aviação francesa - apesar de não usarem motores franceses, já que foram escolhidos motores britânicos da marca Rolls-Royce.

Um detalhe sensacional para a época foi a colocação das turbinas diretamente na parte traseira da fuselagem, melhorando a aerodinâmica e diminuindo sensivelmente os ruídos para os passageiros.

As principais vantagens do Caravelle eram sua grande estabilidade, a liberdade da circulação de ar ao longo da fuselagem, sua confiabilidade já que podia manobrar e decolar apenas com um dos motores, as escadas situadas atrás das asas, as janelas triangulares e a velocidade de até 800 km/h.

Fez tanto sucesso que seu conceito foi copiado pelas norte-americanas Boeing e McDonnel Douglas nos respectivos modelos 727 e DC-9 e sua última unidade deixou o centro de montagem em Toulouse em 1973, sendo produzidas 282 ao total.

sábado, 22 de junho de 2013

Paris em 12 horas

Existem guias para Berlim, Portland, Hyères, Antuérpia, Copenhague, Vancouver
(cidade da foto), e já tem data para NY e Paris. Foto: Divulgação
Segundo matéria da repórter Lívia Breves (Caderno Ela do jornal O Globo), publicada neste sábado (22), já existe um guia de turismo que ensina o que fazer quando se tem apenas 12 horas em Paris e outras cidades. Segue a matéria, que recomendo:

Guia de turismo ensina o que fazer quando
se tem apenas 12 horas em uma cidade
Autores dizem que roteiros são cool, fora do circuito turístico
RIO - A jornalista alemã Anna Peuckert e o fotógrafo dinamarquês Søren Jepsen sempre viajaram muito para semanas de moda e outras pautas. Quando terminavam o trabalho e tinham ainda umas horas antes de partirem acabavam ficando perdidos, sem saber o que fazer. Tinham tempo demais para ficarem esperando no aeroporto e de menos para conhecerem os pontos turísticos ou poderem apostar em dicas não muito confiáveis. Foi aí que lançaram há um mês o site 12hr (www.12hrs.net), com um roteiro simpático, totalmente insider e que pode ser feito em apenas 12 horas.

— Encontrávamos sites com muitas dicas, mas qual era a melhor para quem não pode errar? Pensamos em limitar a quantidade de sugestões para concentrar em poucas e melhores. O tipo de dica que você só recebe de um amigo — conta Anna, que ao lado de Søren está há um ano trabalhando no site.

Como eles viajam bastante e já moraram em várias cidades, a maior parte do guia é feita pelos próprios, mas há ainda os convidados, pessoas que eles sabem que conhecem o melhor de suas cidades e que sabem de endereços preciosos. Para a Antuérpia, por exemplo, chamaram um amigo especialista em moda e design. E também priorizam uma região da cidade, para ninguém perder tempo no tráfego.

— Se não fosse assim, a pessoa provavelmente passaria metade do dia percorrendo a cidade de um canto a outro. Gostamos de focar em um aspecto forte do lugar, como arte — explicam eles, que incluem de restaurantes a barraquinhas de ruas, de lojas-galerias a brechós, de parques bucólicos a festas, e ainda tiram fotos no estilo moda de rua de quem passa, avisando qual é a especialidade do local para até o mais perdido ficar situado como um morador.

Existem guias para Berlim, Portland, Hyères, Antuérpia, Copenhague, Vancouver, e já tem data para NY e Paris. Todos fogem das dicas turísticas (“Sabemos que essas qualquer pessoa encontra por conta própria”), focados principalmente em no que é, digamos, cool, e não custa uma fortuna.

— Escolhemos, por exemplo, restaurantes bacanas, mas não incluímos um em que a pessoa pagará centenas de dólares — avisa Søren.

Acabou o drama quando acontece aquela escala comprida e entediante. Pelo menos em algumas cidades.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Um verão de jazz e ópera na França

O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou nesta última sexta (21), uma excelente reportagem sobre os festivais de jazz e ópera do verão francês, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

Jazz e ópera pelos festivais de verão da França

Em Vienne, destaque é Sonny Rollings.
Em Marciac, apresentam-se Diana Krall e Wayne Shorter.





PARIS - Com a chegada do verão no Hemisfério Norte multiplicam-se os festivais artísticos na Europa, a França, certamente, incluída. Para os apreciadores de jazz, Vienne, nos arredores de Lyon, apresenta de 28 de junho a 13 de julho nomes como o safoxonista Sonny Rollins, de 82 anos, e a sensação Youn Sun Nah, coreana com formação musical em Paris que tem conquistado fãs por onde passa.

Já as atrações do festival de Marciac, no sudoeste francês, entre 26 de julho e 15 de agosto, são Joshua Redman, Kenny Barron, um trio feminino de estrelas com a contrabaixista Esperanza Spalding, a pianista Geri Allen e a baterista Terry Line, e também Wynton Marsalis, Diana Krall, Wayne Shorter, Goran Bregovic e o nosso Gilberto Gil. Em Saint-Émilion, terra do vinho de mesmo nome, entre 18 e 21 de julho tocarão Chick Corea e Nile Rodgers, herói do último álbum do duo Daft Punk, e seu grupo Chic, conhecido dos anos disco da cena nova-iorquina da década de 1970.

No celebrado festival de teatro de Avignon, um dos pontos altos será o texto de Peter Handke encenado por Stanley Nordey, com as atrizes Emmanuelle Béart e Jeanne Balibar no palco, de 6 a 13 de julho. No festival de Aix-en-Provence, entre 4 e 27 de julho, destaca-se o retorno de Patrice Chéreau na direção de ópera, com uma uma montagem de “Elektra”, de Richard Strauss.

Na aldeia provençal de Grignan, o Festival da Correspondência, que propõe a leitura de missivas de homens e mulheres das letras, escolheu este ano as palavras da Marquesa de Sévigné, de Edgar Allan Poe, Charles Baudelaire e Gertrude Stein. No festival de cinema de Paris, de 28 de junho a 9 de julho, haverá uma atração extra: nos dias 6 e 7 de julho, entre 9h e 20h, um mercado de pulgas funcionará nos arredores do cinema MK2 Bibliothèque e da Biblioteca Nacional da França (BNF) com antigas revistas de cinema, cartazes, fotografias de filmagens e objetos insólitos ligados a sétima arte.



quinta-feira, 20 de junho de 2013

Canal Saint-Martin com arte e drinks




Mais uma boa dica do jornalista correspondente Fernando Eichenberg, segue:


Drinques e arte. À beira do Canal Saint-Martin
A temperatura estival também favorece em Paris passeios, piqueniques e festas ao longo do Canal Saint-Martin. Entre os bares mais frequentados da região está o Le Comptoir Général.

O endereço é número 80 no Quai de Jemmapes, perto do famoso Hôtel du Nord, mas o bar se encontra escondido entre algumas casas, e a sensação é de se estar em um jardim secreto. Entra-se por um corredor comprido, o recepcionista solicita um donativo qualquer e faz o desenho do dia na mão do cliente — uma estrela, um coração, uma forma abstrata — que permitirá o livre trânsito pelos cinco ambientes do local, instalado em um antigo estábulo de 600m².

Autodefinido como um “museu da arte do gueto”, o bar possui uma decoração informal, que mistura sofás, poltronas, obras de arte e de artesanato, instalações, teto de vidro e áreas abertas. Há brechós, um belo jardim interno que serve como fumódromo e, no mezanino, funciona uma livraria administrada por uma ONG que vende livros usados por preços que vão de € 3 a € 20.

Entre cervejas africanas e outras bebidas, um dos drinques mais pedidos é o Secousse, à base de vodca, pepino, hibisco e maracujá. Atenção: nos fins de semana, dependendo da hora de chegada, há espera na fila para entrar. Outras informações estão no site www.lecomptoirgeneral.com.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Por uma Paris mais bem educada



Segundo informações da Reuters, a cidade de Paris iniciou uma campanha para melhorar a sua reputação e cuidar melhor de seus visitantes já que é uma das cidades mais visitadas do mundo e super famosa pela grosseria de seus moradores, garçons, taxistas, vendedores e prestadores de serviços em geral.

Representantes do órgão oficial de turismo da Cidade Luz dizem que para acabar com essa (má) fama - que diz que seus moradores e prestadores de serviços freqüentemente são mal-educados, nada solícitos e pouco versados em línguas estrangeiras - distribuirão um livreto de seis páginas com regras de etiqueta e que traz saudações em oito línguas, incluindo alemão, chinês, português e conselhos sobre os hábitos de consumo e códigos culturais de diferentes nacionalidades.

"Os britânicos gostam de ser chamados pelo primeiro nome", explica o guia, enquanto italianos fazem questão de serem recebidos com um aperto de mão e americanos gostam de se assegurar dos preços.

Sobre os chineses, a nacionalidade que mais cresceu entre os turistas da Cidade da Luz, o guia os define como "consumistas fervorosos" e que só "um sorriso e um cumprimento na língua deles já os deixará felizes".

Cerca de 30 mil cópias do manual foram distribuídos a taxistas, garçons, gerentes de hotéis e vendedores em áreas turísticas, da beira do Sena a Montmartre e até os arredores de Versailles e Fontainebleau.

A França é o país que mais recebe turistas estrangeiros em todo o mundo e só a cidade de Paris recebeu 29 milhões de pessoas em 2012, o que faz com que a indústria do turismo responda por um em cada dez empregos nos hotéis, restaurantes e museus, além de ser uma injeção de ânimo bem-vinda à economia quando o consumo doméstico está estagnado.

Contudo o órgão oficial de turismo acredita que uma competição acirrada com cidades mais amigáveis, como Londres, pode dificultar o crescimento do destino entre países com mercados emergentes.

Colocando ambições linguísticas realistas, sugere oferecer aos brasileiros - a quem o manual descreve como amigáveis e fãs de passeios noturnos - a comunicação em inglês, alertando-os "não falo português, mas posso informa-los em inglês".

O manual chega quando a cidade se prepara para a alta temporada de verão, inaugurando uma nova área de pedestres à beira do Sena, de 2,3 quilômetros, entre o Musée d'Orsay e a Pont d'Alma, com cafés, jardins e atividades de esporte.

Veja aqui o site da campanha: http://doyouspeaktouriste.fr/#&panel1-1

terça-feira, 18 de junho de 2013

Île de la Réunion: a França (quase) tropical

O Globo Online publicou nesta terça (18) no Boa Viagem / Online, uma excelente matéria sobre a Île de la Réunion, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

Na Ilha Reunião, aventura à francesa no Índico
Departamento ultramarino da França, ilha vulcânica atrai adeptos dos esportes ao ar livre

Vôo de parapente sobre St. Leu Emmanuel. Foto: Virin / Divulgação
SAINT-DENIS - Um pedaço da França no Oceano Índico, quase imperceptível nos mapas, a Ilha Reunião tornou-se Patrimônio da Humanidade em 2010. Graças às paisagens exóticas e aos terrenos perfeitos para a prática do turismo de aventura, essa ilha tropical vulcânica que poucos conhecem atrai visitantes em busca de atividades ao ar livre.

Quando o avião pousou no aeroporto Roland Garros, em St. Denis, capital de Reunião, tive a sensação de que tinha chegado a um dos lugares mais preservados do turismo de massa. A ilha fica longe de tudo: quem vem das principais capitais europeias precisa encarar ao menos 14 horas de voo; se o ponto de partida for a África do Sul, pode contar com um mínimo de sete horas. A vizinha mais próxima é a idílica Maurício, que também não fica ali na esquina.

Reunião, por onde já estiveram os portugueses no período das grandes navegações, pertence à França desde meados do século XVII e cultiva essa identidade com orgulho: a maioria dos seus 833 mil habitantes só fala o idioma de Molière, a moeda é o euro, os números de celular têm dez dígitos e começam com 06, e, é claro, os croissants e as autênticas baguetes encontrados nas padarias da ilha são confeccionadas artesanalmente por um boulanger profissional. Tal qual em Paris, digamos. Toda a estrutura da sociedade, as regras de trânsito e até mesmo as instalações sanitárias seguem os padrões da “metrópole”, como costumam chamar os locais quando se referem à pátria mãe.

A gastronomia, embora salpicada com ingredientes de diversas origens — oriundas das influências que vão da cultura créole até a chinesa — também é enraizada nas boas receitas herdadas do continente europeu. Reunião é típica e genuinamente francesa em cada pedacinho de seus 2.500 quilômetros quadrados até o topo de seu pico mais alto, o Piton des Neiges, que desponta a 3.071 metros acima do nível do mar.

Com uma incrível diversidade nas paisagens, muitas delas exuberantes e de uma beleza dramática, a ilha oferece um farto leque de atrações, todas voltadas para atividades ao ar livre. Com mais ou menos adrenalina, à escolha do visitante. Basta dizer que o carro-chefe dos ícones de Reunião é o Piton de la Fournaise, um dos vulcões mais ativos do planeta. Volta e meia ele se enfurece e arremessa labaredas de fogo a mais de 200 metros de altura e em seguida derrama sua lava pelas encostas, para o deleite dos turistas sortudos que conseguem vislumbrar de longe esse fenômeno da natureza.

A última vez que o La Fournaise entrou em erupção foi em 14 de outubro de 2010. Uma semana depois os turistas mais audaciosos já podiam se aventurar numa caminhada de oito horas para ver “de perto” os efeitos da erupção. A paisagem se transforma, todo o ambiente muda de figura, assim como os contornos da ilha, que sempre oscilaram conforme os caprichos do vulcão.

Ao ar livre. Pedaladas, caminhadas e cavalgadas

O vulcão Piton de La Fournaise é apenas um dos atrativos da Ilha Reunião. Muito além de um destino ideal apenas para ficar de molho numa praia deserta do Oceano Índico, tomando banho de mar com água a 25 °C e bebericando uma piña colada, Reunião oferece um farto leque de atrações. Muito embora nem todas exijam a disposição de um maratonista, a maioria é talhada para os adeptos de atividades físicas calibrados com o mínimo de coragem.

A ilha é um parque de diversões em tamanho natural, dentro do qual se pode escolher entre dezenas de brincadeirinhas ao ar livre: mountain bike, parapente, rafting, pesca em alto-mar, mergulho, surfe, stand up paddle e longos trekkings por toda parte, ou trilhas em escarpas como a da “via ferrata” em Sainte-Suzanne, que termina em uma grande e bela cachoeira.

Bastante concorridos são os voos panorâmicos de helicóptero sobre o parque nacional, que dependem de condições climáticas para acontecer. No quesito aventura, há sacolejantes roteiros off-road, cavalgadas, excursões de quadriciclo e emocionantes passeios com bicicletas de quatro rodas — marca registrada local, única no gênero e adaptada especialmente para se manter o equilíbrio em trilhas íngremes e terrenos acidentados.

De cara, pode-se dizer que não conhece Reunião quem não sobrevoa seus cirques — as caldeiras esculpidas por erupções vulcânicas —, a cratera do vulcão em atividade Piton de la Fournaise, os altos picos ao redor e as imponentes quedas d’água. São vários voos agendados diariamente, pela manhã, a partir das 7h até as 11h. Depois deste horário, o céu costuma ficar nublado e já não é possível vislumbrar os cenários que surgem alguns minutos após a decolagem. O nosso piloto, com 25 anos de experiência nesse tipo de excursão, identificava cada formação rochosa, relatava a história de cada lugarejo, explicava a origem da ilha, entremeando o relato com pequenas anedotas. Inevitável o frio na barriga a cada vez que ele embicava o aparelho para o fundo dos vales, ou se esgueirava por cânions estreitos como o Trou de Fer, um dos fenômenos vulcânicos mais imponentes. Sobrevoamos também os três cirques, Mafate, Cilaos e Salazie, onde estão encravados os îlets, microcomunidades que ainda seguem os costumes tradicionais e mal têm contato com os ilhéus das outras regiões. Naquela manhã, o vulcão estava totalmente encoberto e não foi possível voar até lá. Há passeios de 20, 30 ou 45 minutos. A bordo, escolha um assento nas janelas, para conseguir fotografar melhor.

A ilha também pode ser explorada em quadbikes com muita adrenalina. Mais fácil do que uma bicicleta convencional e mais ecológica do que um quadriciclo, a bicicleta de quatro rodas foi desenvolvida na França especialmente para servir a um programa bastante inusitado, oferecido em Reunião: pilotar esta engenhoca por trilhas íngremes, bosques e terrenos acidentados. Os grupos partem de determinados locais, como o mirante do Maïdo, a cerca de 2 mil metros de altitude, e se despencam morro abaixo seguindo uma marcação específica. Os passeios duram cerca de duas horas, dependendo do roteiro escolhido. Nem é preciso ter experiência (também, onde é que alguém já teria dirigido uma quadbike?) e qualquer um acima de 1,35 metro de altura pode participar. Se o coração aguentar.

O Piton de la Fournaise — cujo nome se traduz como fornalha e fica no lado leste de Reunião — é o símbolo da ilha, e consequentemente todo mundo quer chegar até lá. Dá para ir a bordo de um veículo tracionado com passeio guiado, mas o grande programa é encarar o percurso a pé, numa caminhada de cinco horas até o topo para se debruçar, ou quase, na cratera fumegante. Há quem se contente em sobrevoar o gigante enquanto outros querem ter um contato mais próximo. De carro, dá para pegar a estrada a partir da localidade de St. Pierre e subir a 2.350 metros até Pas de Bellecombe. Dali, tem-se uma vista de duas crateras importantes. Mas, quem armazenou bastante energia pode cogitar prosseguir a pé por mais 13 km para atingir o fim da trilha, a 2.632 metros sobre o mar. É fundamental para a segurança não se afastar das marcações brancas, e sair muito cedo pela manhã. Passando do meio-dia, as nuvens costumam encobrir inteiramente o contorno do vulcão e a região em volta. É aconselhável contratar um guia.

Para quem não dispensa uma praia, o trecho mais agradável fica no chamado lagoon, que se estende entre L’Hermitage e Saline-les-Bains, ao noroeste da ilha. O sol é quente, a água chega fácil a 25 °C e não há ondas. Dá para praticar stand up, caiaque e windsurfe. O mergulho de snorkel também é muito popular em águas protegidas pela barreira de corais. Adiante, em direção a St. Leu, a areia ganha coloração enegrecida e o mar fica feroz. Apenas alguns surfistas se atrevem a enfrentar as ondas bem torneadas neste pequeno reduto. E, por aquelas bandas, os ventos favorecem a prática de parapente.

Natureza. Trilhas levam a vilarejos

As trilhas mais desafiadoras em Reunião são as que atravessam cânions beirando falésias a 700 metros de altura, para alcançar os vilarejos, ou îlets, que foram construídos séculos atrás por escravos foragidos. Mais conhecidos como os îlets dos cirques de Salazie, Mafate e Cilaos, foram construídos, tais quais os quilombos, por escravos fugitivos e serviram de refúgio até a abolição da escravatura. Protegidos pela topografia acidentada, os îlets ficaram inacessíveis durante séculos nesses santuários naturais, isolados da civilização. Só a partir de 1848, quando foi decretada a abolição, é que, aos poucos, algum progresso tecnológico alcançou essas comunidades. No entanto, era preciso se embrenhar por labirintos e trilhas para chegar até lá.

Até hoje, em Mafate — o mais preservado de todos, com apenas 700 habitantes — só se chega a pé ou pelo ar. O carteiro só passa uma vez por semana. E, ainda assim, persiste uma restrição: forasteiro nenhum, salvo por casamento, pode morar nesses îlets. Os habitantes cultuam dialeto próprio, seus costumes e traços são característicos e sua cultura é protegida por lei. Há poucos anos abriram uma brecha para o turismo, rústico em essência, impactante como experiência: pernoites na casa do habitante com refeições típicas. Tudo isso é feito a pé, mas com “resgate” de helicóptero.

Impenetrável sem ser a pé, Mafate é um dos destinos mais cobiçados por aventureiros que, durante dias a fio, visitam várias comunidades e se familiarizam com os habitantes e seus costumes ancestrais. Já os îlets de Cilaos e Salazie podem ser alcançados por estradinhas sinuosas que serpenteiam desde o mar até uma altitude acima de 2.500 metros. Até o século passado, as pessoas eram transportadas por carregadores em cadeiras portáteis. Agora, tem asfalto, mas só para constar no seu GPS, são mais de 400 curvas para chegar a Cilaos, que é também ponto de partida para dezenas de itinerários a pé pela região montanhosa cercada de falésias e picos.

Se for encarar uma dessas caminhadas, leve na mochila apenas a roupa necessária para enfrentar bruscas mudanças de tempo e temperatura, que pode cair 20 graus acima dos 2 mil metros.

À mesa. Paisagem tempera a culinária da ilha

Entre St. Paul e Saline-les-Bains, a noroeste da ilha, também estão alguns dos melhores hotéis, restaurantes, cafés e lojinhas da ilha.

No La Plage, que faz parte do Hotel Lux, pode-se almoçar e jantar junto ao mar. O cardápio é francês, com destaque para os pratos à base de carne, como o steak tartare, cortado à mão e temperado na hora. Uma refeição custa cerca de € 60 por pessoa, sem vinho. O restaurante fica na Route du Lagon 28, Saint Gilles-les-Bains.

O Chez Doudou fica no caminho para o Maïdo, um dos mirantes mais impressionantes da ilha. A cozinha segue as receitas dos antepassados créoles. O chef, dublê de músico, prepara artesanalmente linguiças, e só utiliza ingredientes retirados da horta própria ou do quintal. O bufê, onde sempre aparece o típico carry (ensopado de peixe, carne ou frango), custa € 20, com direito a uma dose de rum “batizado”, que significa a bebida curtida em alguma fruta local (394, Route du Maïdo, Le Guillaume).

O La Case Pitey, no lado sul, é ambientado numa antiga casa crioula. Este restaurante gastronômico tem no chef Samuel Tetard um esmero (re)criador de receitas simples com toque sofisticado. Experimente as vieiras com foie gras fresco ou um prato de lagostas ou costeletas de cordeiro. O risoto de trufas também é boa pedida. O menu custa a partir de € 50 por pessoa (ou € 80 com vinhos). O local abre para almoço e jantar (105, Rue du Docteur Schweitzer, La Rivière St. Louis. lacasepitey.e-monsite.com).

No vilarejo de St. Paul toda sexta é dia de feira. As atrações são as barracas de artesanato, que reúnem principalmente artigos das ilhas próximas de Madagascar, Maurício e Rodrigues. Objetos de madeira, panos, bugigangas de todas as cores enfeitam o local. Também há frutas tropicais típicas.

Serviço

A alta temporada vai de outubro a dezembro. Há incidência de ciclones de janeiro a março, mas a maioria das atividades acontece o ano todo. Há muitos microclimas nesta ilha tropical. Nunca faz menos de 25º C no litoral, podendo cair até 20º C na região montanhosa.

QBR Quadbikerunners: Passeios a € 37 (hora) e € 60 (meio dia). 23A Rue des Oliviers, St. Louis. www.qbr.re

Helilagon: O voo panorâmico custa € 230 por pessoa (meia hora), com traslado incluído. Aeroporto l’Eperon, St. Paul. helilagon.com

Trekking: kreolie4x4.com e reunionmeretmontagne.com

Caminhadas guiadas: Ludo Marconnot organiza excursões curtas a partir de € 45 (mínimo de quatro pessoas), e longas, a € 110, com hospedagem com meia pensão e eventuais traslados. Tel. 0692 83 38 68. ludo.concept@orange.fr

Visitas aos Îlets: villagescreoles.re

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O 60º Cannes Lions Festival

Situada ao Sul da França, Cannes é um balneário de ricos e famosos (e também de classe média) às margens do sempre vivo azul do Mediterrâneo, é uma “Hollywood” européia, temperada com a crème de la crème da França: discreta, culta, menos óbvia, mais chique e sofisticada que a Meca do cinema norte-americano.
Junto da também chique Saint Tropez, Cannes forma o extrato do melhor da Riviera Francesa, também chamada de Côte d’Azur. Lugar para curtir a vida, tomar champanhe, e comer peixes e frutos do mar, ver, ser visto e lançar tendências.
Cannes reserva em cada esquina um potencial encontro com famosos do porte de Catherine Deneuve, Victoria Abril ou Gérard Depardieu e, a cada Ferrari que passa, pode-se reconhecer alguém que é ou que será famoso.
Dois grandes eventos se destacam em Cannes: o badalado Festival International du Film, que acontece em maio, quando o balneário transborda de artistas, paparazzi e, claro, de muitos fãs que infelizmente não têm acesso a nenhuma das 350 salas de cinema do festival que não ficam abertas para os mortais comuns, apenas para convidados e VIPs.
O outro é o Cannes Lions, o festival internacional da criatividade e de publicidade, que começou ontem (16), termina dia 22 e que conta com a nata mundial desta indústria e que na sua 60º Edição tem recorde de categorias e inscrições: recebeu quase 36 mil inscrições de 92 países sendo que o Brasil é o segundo maior participante em quantidade de peças inscritas, com 3.473 trabalhos e investimento de R$ 4,6 milhões.
Além de seus hotéis e das suas praias, Cannes ainda tem três cassinos para divertir os ricos e famosos, sendo o mais acessível deles o Croisette, bem próximo ao Palais des Festivals, onde acontecem os dois eventos acima.
O 60º Lions International Advertising Festival terá duração de sete dias e será o maior e mais grandioso de todas as edições composto de cerimônias de premiação, seminários, workshops, exposições, master-classes e muito, mas muito networking mesmo, é considerado como o único local de encontro verdadeiramente global para os profissionais da indústria da comunicação.
Suas categorias são julgadas por júris selecionados com o maior rigor e sempre compreendidos dos melhores profissionais mundiais do setor e poucos lugares no planeta reúnem, a um só tempo, tantos grandes formadores de opinião em cada um de seus respectivos países quanto o Cannes Lions.
Em 2011, para se adaptar aos novos tempos, o festival trocou de “Festival Internacional de Publicidade” para “Festival Internacional de Criatividade” e, desde então, vem agregando novas categorias e consolidando uma tendência que reflete a excelência criativa em todas as formas de comunicação.
O Cannes Lions em números, tomando como base a 59º Edição, de 2012:
  • 34.000 inscrições
  • 15 categorias de competição
  • 2 grandes Galas (festas), com 3.530 participantes em cada (média)
  • 4 cerimônias de premiação
  • 61 seminários
  • 36 workshops
  • 10 aulas magnas
  • 11.000 participantes
  • 2.200 profissionais de marketing
  • 139 países inscreveram peças
  • 90 diferentes nacionalidades presentes








domingo, 16 de junho de 2013

Gérard Dépardieu volta à carga contra os impostos na França




Segundo informações de O Globo de hoje (16) e de agências internacionais, o ator Gérard Dépardieu diz que foi "empurrado para a expatriação", hoje se apresenta como um ator "franco-russo" e nega que seja um exilado fiscal e afirma que gostaria de ter sete passaportes. Segue a matéria:

PARIS - O politicamente correto é uma noção estranha ao ator francês Gérard Dépardieu, que deixou a França há seis meses e deu entrevista neste fim de semana à publicação francesa “Journal de Dimanche”, chamou atenção o jornal “Le Figaro”.

Na conversa, o comediante falou sobre seu amor à Rússia, sua folha de impostos, seus excessos e sua liberdade política. Definindo-se como um “cidadão do mundo”, Dépardieu acredita ter sido “empurrado para a expatriação”.
— Não sou um exilado fiscal, não estou fugindo do Fisco — insistiu. — Apenas a alíquota sobre mim foi excessiva para uma pessoa de minha idade. Eu amo a os franceses, não parti. Nasci na França sem nada e ajudo uma centena de pessoas a viver há 30 anos.

Tentando provar que é uma pessoa transparente, o ator detalhou sua folha de impostos: paga 30% de taxas na França, impostos na Bélgica onde ele tem uma sociedade e 13% na Rússia, país em que também já abriu uma empresa, diz. Sua companhia russa, a IP, trata de “comércio, restauração, cinema, imóveis e turismo”, segundo ele.
— Não preciso me esconder, como certos políticos — ironiza Dépardieu, na entrevista.

Segundo o ator, ele já superou os ataques massivos que recebeu por ter decidido se instalar na Bélgica.
— Me tornei novamente Cyrano (personagem que interpretou no cinema), um homem que é contra tudo, que foge de seus protetores. Eu tenho uma imagem que os franceses amam: um rebelde que movimenta as coisas. É um espírito hooligan, que agrada bastante ao Putin (presidente russo) — afirma o francês, que abdicou de seu passaporte nacional e obteve do Kremlin a nacionalidade russa.

Dépardieu se disse, na entrevista, “um homem vivaz, maravilhado com o que o rodeia”. Sua liberdade, diz ele, também é desfrutada no campo político:
— Cortei o cordão. Não sou nem de esquerda nem de direita. Miterrand e Chirac foram os dois últimos animais políticos. Presidir um país, com ministros e uma limitação orçamentária, não é fácil. Isso vale para Sarkozy e hoje, para Hollande. O primeiro foi condenado ao ostracismo pela imprensa, o segundo, pelo povo — alfineta.

Hoje, Dépardieu se apresenta como um ator “franco-russo” e defende seu novo país.
— Não concordo com o que se diz na França sobre a Rússia e a Tchetchênia, de onde sou cidadão de honra. É preciso viver lá e não julgar.

Mas o horizonte do artista não se limita à Rússia:
— Eu adoraria ter sete passaportes. Vou pedir o da Argélia e o de outros países que amo — disse.


sábado, 15 de junho de 2013

Hôtel de Nell, sofisticação perto do Palais Garnier


O recém inaugurado Hôtel de Nell, um hotel design que fica nas vizinhanças do Palais Garnier, conta com materiais nobres e linhas apuradas, compostas em formas de preto, branco e madeira de carvalho, com absoluta elegância e discrição.

Com banheiras talhadas em blocos de mármore bruto e escolha de travesseiros "à la carte", nada foi deixado ao acaso, como a escolha de um terceiro o bistrô La Régalade para satisfazer todos seus exigentes hóspedes e outros adeptos da "bistronomia".

Hôtel de Nell, à partir de 190 € por noite.

7-9, Rue du Conservatoire
9ème arrondissement
Telefone: 01 44 83 83 60
www.hoteldenell.com

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Marseille toda prosa

O arrojado design do Mucem, projeto de € 200 milhões dedicado às civilizações mediterrâneas.
Foto: Claude Paris / AP
O repórter Eduardo Maia, de O Globo, publicou nesta sexta (14) no Caderno Boa Viagem / Globo Online, uma excelente matéria sobre a cidade de Marseille, que reproduzo e recomendo a leitura, segue a peça:

Marselha, de cara nova para o Mediterrâneo
Abertura de museu na cidade litorânea da França confirma revitalização da zona portuária
RIO - Não bastassem o charme do milenar Vieux-Port, as belas praias e o clima multiétnico, Marselha acaba de ganhar mais uma atração que a coloca como um dos destinos mais atraentes de 2013, ano em que é uma das capitais europeias da Cultura. Inaugurado no último dia 7, o Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (Mucem) é um novo marco para a cidade, que tenta melhorar a imagem após décadas de altos índices de violência urbana. O novo museu alia arquitetura moderna, história e arte na renovada região portuária.

O projeto de € 200 milhões cobre uma área de 30 mil metros quadrados. A maior parte deles é ocupada pelo moderno edifício projetado pelo arquiteto francês de origem argelina, Rudy Ricciotti. Uma caixa gigante, protegida por uma espécie de rede metálica que permite, do interior, ver o mar, e que leva o nome do píer sobre o qual foi construído, o J4.

No primeiro andar está uma exposição permanente sobre a história das civilizações do Mediterrâneo. No pavimento superior, há dois grandes espaços voltados para exposições temporárias, sempre dedicados à temática mediterrânea. Há previsão de quatro mostras por ano.

No terraço, uma ponte liga o prédio à segunda metade do complexo, a antiga fortaleza de Saint-Jean, de 1660. A construção é um contraponto histórico ao moderno J4.

Saint-Jean guarda outra mostra permanente do Mucem, sobre a cultura das civilizações mediterrâneas. Algumas salas receberam equipamento audiovisual para contar, de forma mais dinâmica, a trajetória da construção. Parte de suas muralhas foi transformada em jardins suspensos.

A maior parte do acervo do Mucem veio do antigo Museu de Arte Popular e Tradições, em Paris. Mas há peças garimpadas em outras instituições e coleções particulares fora da França, especialmente na Grécia.

O museu funciona todos os dias (exceto às terças-feiras), das 11h às 19h. No inverno fecha uma hora mais cedo e, às sextas-feiras, fica aberto até as 22h. O valor do ingresso é € 8 e do sistema de audioguia, € 2. Já a entrada para as áreas comuns, como os jardins, é gratuita. A programação completa e os horários das visitas guiadas podem ser vistos em www.mucem.org

Em frente ao museu está a Villa Méditerranée, um centro cultural inaugurado em abril que é dedicado a pensar o futuro do Mediterrâneo. O Mucem é o empreendimento mais esperado do processo de renovação do porto de Marselha. No ano passado foi inaugurado um novo terminal de passageiros, o que faz a cidade esperar, em 2013, a visita de 25% mais cruzeiristas do que em 2012. Em frente ao terminal, foi aberta uma casa de espetáculos chamada Le Silo, em um antigo silo de alimentos, que hoje recebe de apresentações musicais a balé clássico. A poucos metros dali está o novo museu de arte contemporânea de Marselha, o Frac (Fonds Régional de l’Art Contemporain), aberto em março. Em abril, no antigo bairro industrial de Belle de Mai, foi a vez do Friche, uma antiga fábrica de cigarros transformada em centro cultural com teatro e salas de exposição. Outros detalhes sobre os novos espaços culturais na cidades estão em marseillecityofculture.eu


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tour Saint-Jacques vai ser aberta ao público




Turistas e parisienses finalmente poderão ter acesso à Tour Saint-Jacques, situada na altura do número 39 da Rue de Rivoli, no 4ème arrondissement.

Completamente renovada entre os anos de 2006 a 2009, a famosa Tour Saint-Jacques é, na realidade, um vestígio da igreja de Saint-Jacques-de-la-Boucherie, dedicada à Saint Jacques le Majeur, construída em 1509 e considerada como um dos mais antigos pontos de passagem da peregrinação de Santiago de Compostela (ou Saint-Jacques-de-Compostelle, em francês), estava fechada à visitação pública.

Mas entre 5 de julho e 15 setembro, às sextas-feiras, aos sábados e aos domingos, será possível subir a sua escadaria de 300 degraus, o equivalente a um prédio de 16 andares, e apreciar uma privilegiada vista panorâmica de 360° sobre a cidade e, caso a experiência for aprovada, a Tour Saint-Jacques poderá permanecer aberta de forma permanente.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

La Régalade chega ao terceiro endereço



O terceiro endereço do La Régalade, todos comandados pelo Chef Bruno Doucet, fica em um hotel-design, o Hôtel de Nell, aos números 7-9 da Rue du Conservatoire, no 9ème arrondissement.

Com decoração do arquiteto Jean-Michel Wilmotte., seu menu tem apenas dez pratos e entradas e conta com menu de € 35.00 a casa é ferrenha defensora da cozinha de bistrô, com produtos de terroir e de época, mantendo sua linha de simplicidade e refinamento que já conquistou (e mantém) sua reputação de boa mesa.












terça-feira, 11 de junho de 2013

Rive Gauche visita o Rio Tâmisa

Em nosso último dia resolvemos, depois de visitar a London Eye, dar um passeio de barco pelo Rio Tâmisa. Mas não foi qualquer barco, não: escolhemos o mais rápido, o KPMG Thames Clippers.

São catamarãs que fazem o percurso entre a London Eye e o Royal Arsenal Woolwich em apenas 45 minutos, servindo as estações de London Eye (Waterloo), Embankment, Bankside, London Bridge, Tower, Hilton Docklands, Canary Wharf, Greenland, Masthouse Terrace, Greenwich, North Greenwich (O2) e Royal Arsenal Woolwich.

Durante o passeio pudemos apreciar o Parlamento, a London Eye, a London Tower, a Tower Bridge, diversos edifícios históricos, o O2, o famoso clipper Cutty Sark, o Royal Naval College,a Tate Modern, o Observatório de Greenwich e muitos outros.









segunda-feira, 10 de junho de 2013

Paris ou Londres. Londres ou Paris. Eis uma boa questão.


Cresci escutando meus pais discutirem qual cidade era melhor. Meu pai, prático como ele só, era defensor ferrenho da capital britânica e minha mãe, uma romântica, só tinha olhos para a Cidade Luz.

Muito novo me apaixonei por Paris, mas agora, tendo que ir quase que mensalmente à cidade vizinha, tenho que confessar que ando com segundos pensamentos àquela que para mim parecia esfíngie pronta para me devorar.

Apesar de Paris ser a capital e a cidade mais populosa da França, ela é bem menor e bem menos populada do que sua rival inglesa: são apenas 106km2 e somente 2,2 milhões de habitantes, ao passo que Londres tem mais de 1580km2 e 8,2 milhôes de habitantes com esses números percebe-se que Londres tem uma densidade habitacional menor que Paris, imagine.

Era de se esperar que Londres fosse suja e mal frequentada, certo? Errado, é bem mais limpa e bem mais civilizada que minha (ainda) amada Paris. Aliás sua limpeza é impressionante, mesmo.

A história das duas é semelhante, tendo começado a se formar como núcleo urbano a partir da chegada das tropas romanas, Paris como Lutécia em 52 a.C. e Londres pouco depois, em 43 d.C. com o nome de Londínio.

Como importância econômica, Londres é um centro financeiro mundial e assim é Paris também. Durante a Segunda Guerra, Paris capitulou e Londres resistiu. Na mesma guerra Paris foi preservada e Londres arrasada. Na história contemporânea Paris ofereceu 1968 e Londres a revolução cultural, com Beatles, mini-saias e Twiggy.

Londres tem sua Westminster Abbey, cuja construção data de 1050 e Paris, a Notre-Dame, é claro, de 1163. Londres tem excelentes serviços, prestados por pessoas atenciosas e que dão valor ao cliente, já Paris, ora Paris tem parisienses, precisa dizer algo mais?

Realmente não sei mais o que pensar. Estou confuso. Até na gastromia há em Londres excelentes restaurantes (não de comida local, que essa é insuportável: cesta de três pontos para Paris).

Mas agora falando sério, Londres é um barato, sem dúvida. Mas não troco Paris por ela, não.



domingo, 9 de junho de 2013

Rive Gauche visita a London Eye

Ficheiro:London Eye Twilight April 2006.jpg


Que me perdoe a La Grande Roue de Paris, que duas vezes por ano - no inverno na Place de la Concorde e no verão, nos Jardins des Tuileries - encanta os turistas e os próprios parisienses com suas cabines aquecidas, seus 65m de altura e uma linda vista de Paris, mas a London Eye arrebenta.

A London Eye, que também conhecida como Millennium Wheel, é hiper moderna roda-gigante, inaugurada em 1999 e que é um dos pontos turísticos mais disputados de Londres com 135m de altura e 32 cabines que podem comportar 15.000 visitantes por dia.

Um volta completa da roda tem duração de 30 minutos e sua vista é magnífica.


Ficheiro:London.eye.insidecabin.arp.jpg 

Ficheiro:Eye and parliament medium.jpg


sábado, 8 de junho de 2013

Rive Gauche visita Covent Garden em Londres




Covent Garden é um distrito de Londres situado à leste de Westminster e ao canto sudoeste do borough de Camden, sendo predominatemente ocupada por estabelecimentos comerciais e é muito famoso pelos artistas de rua e sua extravagantes performances - visite o site oficial do distrito e se surpreenda: www.coventgardenlondonuk.com

O distrito abriga a Royal Opera House, célebre sala de concertos conhecida corriqueiramente como "Covent Garden", a área de Seven Dials e a Covent Garden Piazza, localizada no centro geográfico do distrito e sediava um famoso mercado de flores, frutas e legumes, que existiu do Século XVI até 1974, quando as vendas por atacado passaram a ser realizadas no New Covent Garden Market, em Nine Elms.








sexta-feira, 7 de junho de 2013

Rive Gauche visita Mayfair em Londres




A aréa de Mayfair, no centro de Westminster, fica compreendida entre a Oxford Street ao norte, o Piccadilly Circus ao sul, a Park Lane à oeste e Regent Street ao leste e é, nos últimos trezentos anos, o distrito que melhor personifica a riqueza e a aristocracia britânica.

Sendo a mais elegante e disputada área da cidade, é lá que se encontram os mais famosos hotéis de alto luxo, as mais exclusivas galerias de arte, as mais conceituadas casas de leilão e as boutiques mais sofisticadas, muitas delas mostrando orgulhosamente os brasões de armas, deixando perceber que são fornecedores oficiais da família real.

O distrito de Mayfair também é uma área onde os investidores internacionais querem viver e investir, sendo sede de muitos hedge funds, assets managements, companhias de incorporação imobiliária e embaixadas.

Originalmente o nome Mayfair tem origem numa feira anual que começou em 1640 no primeiro dia do mês de maio (may fair) e que durava mais ou menos três semanas, tendo existido por quase cem anos.

O desenvolvimento da área chegou no Século XVIII pelas mãos da abastada família Grosvenor, quando novas construções foram surgindo nos campos e em terrenos abandonados, tornando a área, pouco a pouco, como nos dias de hoje: uma interessante mistura de boutiques, pubs e casas que valem os mais altos aluguéis londrinos - algusn os mais caros do mundo.