terça-feira, 3 de setembro de 2013

Paris e pickpockets: uma ameaça real



Segundo informações da GloboNews, existe uma organização poderosa controlando os batedores de carteira que atuam em cidades europeias, como Barcelona, Roma e Paris, onde a cada ano, 30 milhões de pessoas visitam a cidade.

Mas essa Paris de tantos encantos, que remetam a elegância, cultura, romance e história, às vezes desencanta. E, de uma hora para outra, a viagem tão esperada pode se transformar em frustração. Turistas correm o sério risco de serem roubados na capital francesa.

Ainda segundo a emissora, o perigo já começa no aeroporto. Vídeos registrados pelas câmeras de segurança mostram a ação dos bandidos, que aproveitam momentos de distração dos viajantes. E não há lugar onde os turistas estejam mais distraídos que no museu mais visitado do mundo, o Louvre, que recebe 300 mil pessoas por dia.

Em abril, os seguranças entraram em greve durante 24 horas em um protesto contra a presença de ladrões dentro da instituição. Eles estavam agindo de forma cada vez mais audaciosa e os próprios funcionários eram vítimas. O Louvre reabriu no dia seguinte com 20 policiais a mais em ação, cinco deles uniformizados, circulando no acesso principal às galerias.

Um policial conta que os chamados pickpockets não se interessam pelos jovens, porque eles não têm dinheiro na carteira, e mostra o armário com todos os objetos que foram roubados, como carteiras e passaportes. Quando conseguem roubar, os ladrões pegam o dinheiro e se livram imediatamente das carteiras.

Meninas são maioria nos grupos que roubam

No metrô, todo cuidado é pouco. Na maioria dos casos, os roubos são cometidos por adolescentes do leste europeu, da Romênia e países da antiga Ioguslávia, como a Bósnia. São grupos formados sobretudo por meninas, aparentemente inofensivas, que nem de longe lembram o estereótipo do bandido. As jovens se aproximam, distraem suas presas e atacam sem que elas percebam.

O chefe das equipes da brigada anti-criminalidade do metrô parisiense reconhece que o trabalho policial esbarra na legislação e explica que os ladrões não vão para a prisão porque são menores. “Lidamos com redes criminosas que exploram as falhas na legislação francesa, e que sabem muito bem que a gente não manda um menor, de 13 anos, para a cadeia, por exemplo”, conta Fabrice Coussot.

Anualmente, o turismo na França movimenta cerca de € 42 bilhões, o equivalente a R$ 130 bilhões, uma atividade essencial para a economia. Em tempos de crise, o país não pode se dar ao luxo de perder essa receita. Por isso, o governo tenta lutar contra a proliferação dos batedores de carteira, que roubam dinheiro e celular, principalmente de estrangeiros.

Ao longo de algumas semanas, a GloboNews registrou a ação da polícia francesa no combate a essas gangues, que aumentaram nos últimos anos. “Houve a ampliação da União Europeia e agora todo cidadão europeu é livre para atravessar fronteiras”, aponta Coussot. Ele destaca que, por ano, são detidos cerca de três mil ladrões no metrô.

 Como eles sabem que a legislação francesa protege as crianças, se recusam a deixar as impressões digitais e a fazer qualquer exame para determinar a idade. Após algumas horas de detenção, a justiça manda soltar. E as gangues voltam a agir imediatamente. Com a certeza da impunidade, uma das meninas aceita dar uma entrevista sem cobrir o rosto. E conta quem são seus alvos preferidos. “Todo mundo, desde que seja turista. Os brasileiros, para nós todos, são fáceis. Dependendo do dia, se tiver muito turista, a gente pode trabalhar e juntar até € 20 mil, € 30 mil. Se não tiver, às vezes a gente volta para casa sem nada”, revela.

A audácia é tanta que elas chegam a fazer uma simulação de roubo, usando o próprio policial como vítima fictícia. Neste interminável jogo de gato e rato, todo mundo já se conhece de longa data. Existe até uma certa camaradagem. Mesmo em lados opostos, os policiais e as meninas se tratam com simpatia e até uma dose de carinho.

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