domingo, 31 de agosto de 2014

Há 17 anos morria em Paris a Princesa Diana

A princesa

Há 17 anos, na madrugada de 31 de agosto de 1997, morria a Princesa Diana: querida por todos, era uma mulher radiante e elegante, mas que também mantinha seu sorriso de menina tímida - imagem pela qual Lady Diana Spencer – a princesa de Gales – que permanece sempre na memória de seus fãs e da opinião pública mundial.

A notícia de que Lady Di havia morrido num acidente de carro em Paris chocou o mundo: no caminho de volta após um jantar no Hôtel Ritz, com seu namorado Dodi Al-Fayed, o Mercedes-Benz no qual se encontrava o casal colidiu em alta velocidade contra um dos pilares do Tunnel d'Alma - descobriu-se depois que seu motorista estava bêbado.

O motorista e Al-Fayed morreram no local do acidente, e a princesa, algumas horas depois no Hôpital Pitié-Salpêtrière, em consequência de ferimentos graves e logo começaram os rumores de que fotógrafos paparazzi que seguiam o casal em motocicletas haviam causado o acidente mas ao correr das investigações que se seguiram, esses boatos foram desmentidos.

A primeira esposa do príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, foi amada mundo afora por seu esplendor e beleza naturais e, na década de 80 e boa parte dos anos 90, "Lady Di" era uma das mulheres mais fotografadas do planeta.

A vida de Diana foi tão dramática quanto sua morte, pelo menos depois do casamento com o Príncipe Charles, em 1981 onde alegria e tristeza figuravam lado a lado e tudo era tornado público – pela imprensa, que seguia todos os passos da princesa; pelos amigos e funcionários fofoqueiros; e também pela própria Princesa.

A Princesa radiante era uma jovem sensível e insegura: ela não conseguia lidar com a pressão da atenção constante da opinião pública e da mídia sendo que já durante o breve período de noivado, Diana desenvolveu distúrbios alimentares, que mais tarde se tornaram crônicos.

Detalhes da vida privada de Diana sempre vinham à tona em conversas com jornalistas: numa entrevista à televisão em 1995, supostamente assistida por 23 milhões de britânicos, a Princesa falou abertamente sobre seus problemas conjugais e a infidelidade de ambas as partes. "Neste casamento estávamos em três, assim era um pouco demais."

No começo, tudo parecia um conto de fadas, quando o Príncipe casa-se com a jovem inocente: Diana, de família nobre inglesa, tinha apenas 20 anos e a data do casamento, 29 de Julho de 1981, foi declarada feriado nacional no Reino Unido

Mas as aparências enganam e seu casamento com o príncipe de Gales, 12 anos mais velho, logo entrou em crise. Nem mesmo os filhos William e Henry – chamado de Harry –, nascidos em 1982 e 1984, conseguiram salvar a relação: em 1992, Charles e Diana já haviam anunciado a separação.

O divórcio foi finalizado em 1996 e daí em diante Lady Di teve diversos relacionamentos, o último deles com Al-Fayed, um abastado produtor de cinema e empresário e, por outro lado, o coração do príncipe pertencia há muito tempo a outra mulher: Camilla Parker Bowles.

Charles havia conhecido Camilla aos 22 anos, em 1970, durante uma partida de pólo e seu romance durou décadas e não cessou mesmo quando os dois se casaram com outros parceiros até que, em 9 de abril de 2005, aos 56 anos e já separado de Diana, finalmente o Príncipe Herdeiro britânico pôde se casar com o amor de sua juventude.

A notícia do acidente fatal de Diana espalhou uma onda de compaixão e tristeza e muitos milhares de pessoas reuniram-se diante do Palácio de Buckingham, em Londres, e deixaram flores, derramaram lágrimas e rezaram. A rainha Elizabeth II, ex-sogra de Diana, foi criticada por muitos britânicos por não ter manifestado luto.

O enterro de Lady Di, em 6 de setembro de 1997, transformou-se num grande evento onde cerca de 2 milhões de pessoas ocuparam as ruas para ver o caixão de Diana - agora chamada de People's Princess, depois de um discurso de Tony Blair, Primeiro Ministro britânico à época - atravessar Londres até chegar à Abadia de Westminster, onde foi rezada a missa fúnebre e seu corpo foi enterrado em Althorp, principal propriedade da família Spencer.

(post baseado em uma publicação da Deutsche Welle, de 31.08.2012,
sendo a autoria de Rachel Gessat e edição de Carlos Albuquerque)

sábado, 30 de agosto de 2014

Um passeio por Paris na tela de uma Pentax

Cena do comercial que promove a câmera Pentax

A capital do romance, um dos melhores locais para apreciar queijos e vinhos e lar da Tour Eiffel. Além de muitos outros clichês, Paris é feita de cenários comuns, mas não menos encantadores.

Para avivar esta percepção nos moradores e entusiastas da cidade luz, a Pentax decidiu mostrá-la de forma sutil e criativa: através do visor da câmera fotográfica 67, um clássico da marca.

O comercial “Paris através da Pentax” foi criado pela produtora francesa Maison Carnot, com assinatura dos diretores Mathieu Maury e Antoine Pai. Com informações do MM Online.

Clique no link a seguir e assista ao comercial: http://vimeo.com/104088954




sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Síndrome de Paris atinge turistas chineses


Vista da Torre Eiffel, em Paris: cidade pode não ser tão amigável quanto parece
Segundo informações da jornalista Ania Nussbaum, da Bloomberg, uma epidemia está afligindo os turistas chineses que vistam a capital francesa: a Síndrome de Paris.

Assim como os japoneses, os chineses que visitam a cidade pela primeira vez – entusiasmados com relatos da mídia e filmes como “Sinfonia de Paris” e “O fabuloso destino de Amélie Poulain” – chegam esperando encontrar uma cidade europeia pitoresca, rica e amigável, com homens e mulheres elegantes que deixam um rastro de Chanel Nº 5.

Ao invés disso, eles descobrem o lado mais áspero de Paris – metrôs lotados, garçons mal-educados e tentativas de furtar os turistas com dinheiro na mão – que faz com que eles entrem num estado de choque psicológico.

Os chineses têm uma ideia romântica da França, conhecem a literatura francesa e as histórias de amor do país”, disse Jean-François Zhou, presidente da associação chinesa de agências de viagem da França. “Mas alguns terminam aos prantos, jurando que nunca mais vão voltar”.

Para a França, continuar atraindo os turistas chineses – a cada ano, cerca de um milhão deles visitam Paris – é fundamental para reanimar uma economia que estagnou no segundo trimestre, de acordo com as cifras divulgadas ontem pelo escritório nacional de estatísticas Insee.

O turismo foi responsável por 7,2 por cento do PIB da França em 2012, de acordo com a Conta Satélite de Turismo.

Agora, o boom de turistas chineses está começando a diminuir, em parte devido à relutância em gastar grandes quantias diante das medidas enérgicas anticorrupção do presidente Xi Jinping e em parte devido à preocupação com o que espera por eles em Paris, disse Zhou.

Compras em Paris

Os turistas chineses também contribuem para a economia como consumidores.

Em 2012, cerca de 60 por cento deles saíram de compras em Paris, de acordo com um relatório da secretaria de turismo da cidade, e adquiriram itens como bolsas Louis Vuitton e Chanel ou lenços Hermès.

Em média, eles gastaram 59 euros (US$ 79) por dia, um pouco mais do que os 56 euros desembolsados pelos japoneses e mais do que o dobro da média de 26 euros.

Como eles carregam grandes quantidades de dinheiro em espécie, os turistas chineses costumam ser alvo de furtos.

“Às vezes eles tentam comprar um sorvete com uma nota de 500 euros”, disse Zhou. Eles geralmente trocam grandes quantidades de yuan para restringir as taxas de câmbio, e o uso dos cartões de crédito não é tão comum na China quanto na Europa, disse.

A segurança é uma preocupação primordial para os chineses. Em 2012, Paris obteve excelentes avaliações de satisfação nos mais variados quesitos, da comida ao atendimento e aos eventos culturais.

Mas fracassou em duas categorias: segurança e limpeza. Esses dois aspectos tiveram níveis de satisfação de 58 por cento e 64 por cento, respectivamente, de acordo com uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo de Paris.

“Não é só uma questão de segurança”, disse Michel Lejoyeux, diretor de psiquiatria do hospital Bichat, de Paris, em entrevista.

“Emoções excessivas, outro idioma, outra moeda: todas essas coisas fazem com que alguns turistas sintam que perderam o rumo próprio”, disse.

'Turistês'

Na verdade, os sentimentos relatados pelos visitantes de Paris não são exclusivos.

Lejoyeux indica a “síndrome de Florência”, descrita pelo romancista francês Stendhal no século 19, depois que ele ficou impressionado com a beleza do Davi de Michelangelo.

A “síndrome de Jerusalém” se refere às alucinações e aos eventos “místicos” que alguns visitantes experimentam na cidade sagrada.

A síndrome de Paris é diferente porque ocorre quando a realidade não corresponde às expectativas romantizadas. Os visitantes têm que enfrentar nativos antipáticos e profissionais do setor de turismo que nem sempre são acolhedores, disse Zhou.

Para mudar essa imagem, a Câmara de Comércio para o Turismo na região de Paris criou o programa “Você fala turistês?”, que oferece aos profissionais do setor capacitação on-line em idiomas e informações relativas às distintas nacionalidades.

Os chineses gostam de “um simples sorriso” e de “um ‘oi’ no idioma deles”, de acordo com o site.

No entanto, até agora os turistas chineses, como os japoneses antes deles, continuarão a enfrentar uma Cidade das Luzes que não tem o brilho da imagem idealizada que eles criaram.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cannes proíbe fotos para fazer inveja em amigos

Turistas britânicas em frente a uma placa que veta as 'braggies', fotos para causar inveja nos amigos nas redes sociais (Foto: Tony Barson/Getty Images for Three)

A praia de Garoupe, localizada em Cannes, no sul da França, criou duas zonas livres de "braggies" - gíria usada para designar as fotos que as pessoas tiram para fazer inveja nos amigos nas redes sociais.

Selfies, fotos tomando sol ou bebendo drinques na areia, portanto, estariam vetadas na área. A ação foi feita em conjunto com uma operadora de celular.

Um porta-voz da cidade afirmou ao jornal britânico "Daily Mail" que o objetivo é que os visitantes aproveitem o momento, e não "passem a maioria do tempo tirando fotos para se exibirem para os amigos e a família que estão em casa".

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Gare du Nord: a mais movimentada estação de trem da Europa



Trens são muito populares no continente europeu e cobrem desde distâncias menores, entre cidades do mesmo país, até distâncias maiores, ligando cidades de outros países, como Paris a Londres.

A estação de trem Gare du Nord, em Paris, é a mais movimentada da Europa. Com uma circulação anual de 190 milhões de pessoas, é também a estação mais movimentada do mundo fora do Japão e possui trens diretos para Bélgica, Alemanha, Holanda e Reino Unido.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Há 70 anos era restaurada a República Francesa


Em 26 de agosto de 1944, dia seguinte à liberação de Paris por tropas francesas e americanas, o General De Gaulle participou da parada triunfal que saiu do Arc du Triomphe, desceu pela Avenue des Champs Elysées e prosseguiu até a Catedral de Notre Dame.

Por todo o longo percurso os parisienses saudaram seu libertador com grande entusiasmo e De Gaulle recusou-se a interromper sua orgulhosa marcha, apesar de apresentar um grande risco pois muitos franco-atiradores ainda disparavam de seus esconderijos.

Já em Notre Dame, tiros foram disparado mas continuou a ser celebrado o Te Deum e,a té os dias de hoje nunca se soube quem ordenou os disparos embora há quem atribua os tiros aos comunistas que procurariam, desta forma, impedir que De Gaulle subisse ao poder – hipótese jamais provada.

Contudo, essa parada da 2ª divisão blindada na cidade recém-liberada tinha como objetivo ressaltar o papel do movimento França Livre e reforçar a posição do general De Gaulle como líder do novo governo francês, rechaçando assim as ambições comunistas de poder na França já que o líder comunista da Resistência, coronel Rol, foi um dos signatários da capitulação alemã, ao lado do general Leclerc.

A partir daí, De Gaulle forçou resolutamente a constituição de um novo governo francês, impedindo assim que a França se tornasse uma zona de ocupação das potências aliadas – como veio a acontecer com a Alemanha, meses depois.

No dia 9 de setembro, tomou posse um governo de unidade nacional, sob a presidência de Charles de Gaulle que desta forma cumpria a missão a que se propusera: libertar o país, re-estabelecer a República e organizar eleições livres e democráticas na França.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Há 70 anos Paris era liberada



Há 70 anos, em 25 de agosto de 1944, Paris foi liberada por tropas francesas e americanas da ocupação alemã que começara em 1940.

Já nos dias que antecederam à libertação da cidade ocorreram greves da polícia, dos correios e do metrô parisiense. O rádio suspendeu suas transmissões e, no dia 19 de agosto de 1944, o Comitê da Libertação de Paris conclamou a população a rebelar-se.

Ministérios, redações de jornais e partes da administração municipal foram ocupados. Os grupos da Resistência parisiense passaram a lutar em combates de rua, atrás de barricadas construídas às pressas.

Seu líder era o comunista convicto Henri Tanguy, conhecido como coronel Rol. Ele e seus correligionários queriam aproveitar uma rebelião geral em Paris, a fim de assumir o poder político antes que as forças francesas de Charles de Gaulle e as tropas aliadas chegassem para libertar a cidade.

Entretanto, desde 7 de agosto de 1944, o comandante alemão da região metropolitana de Paris era o General Von Choltitz que recebera carta branca de Hitler para defender a cidade com todos os recursos e para destruí-la inteiramente antes de uma retirada.

O general, no entanto, contrariou as ordens cada vez mais insistentes de Hitler para a destruição de Paris e solicitou ao cônsul-geral da Suécia em Paris, Raoul Nordling, que cruzasse o front e entrasse em contato com os Aliados, a fim de apressá-los e acelerar assim a capitulação nazista.

Atendendo a uma sugestão de Raoul Nordling, o general Von Choltitz buscou contato com a Resistência em 19 de agosto. Porém, Raoul Nordling sofreu um ataque cardíaco pouco antes da sua partida. Como a carta de livre trânsito tinha sido emitida com o nome abreviado de R. Nordling, o irmão do cônsul-geral sueco, Rolf Nordling, assumiu assim a missão de alto risco.

O general Leclerc juntara-se a Charles de Gaulle e comandava então a 2ª divisão blindada francesa, que avançou rapidamente para Paris, a partir de 23 de agosto de 1944. Já no dia seguinte, companhias aliadas estavam nos subúrbios ocidentais da capital. Na tarde de 25 de agosto, o general Leclerc e o coronel Rol receberam a capitulação do general Von Choltitz, no departamento de polícia da capital francesa.

De Gaulle também chegou a Paris em 25 de agosto de 1944 e discursou à noite diante da prefeitura. Ele lembrou o sofrimento de uma Paris martirizada pela ocupação e preconizou, ao mesmo tempo, o futuro de liberdade e de autodeterminação da cidade.

Enquanto isso, em Berlim, Hitler procurava saber, em vão, do seu general: "Paris está em chamas?"


domingo, 24 de agosto de 2014

A Paris de Julio Cortázar



O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou ontem (23), uma boa matéria sobre a Paris mítica, metafórica e inspiradora do flanêur Julio Cortázar, que encantado por suas ruas, passagens e museus que fez da Capital francesa cenário e personagem de seus romances e contos. Abaixo reproduzo e recomendo a leitura, segue o texto:

"PARIS - “Paris é uma mulher, e é um pouco a mulher da minha vida”, disse Julio Cortázar certa vez. O escritor viveu na capital francesa por 33 anos, de 1951 até a sua morte, em 1984. A cidade — onde desembarcou pela primeira vez com uma bolsa do governo francês e depois se tornou tradutor da Unesco — é repleta de referências cortazarianas, biográficas e bibliográficas.

“Meu mito de Paris atuou em meu favor, me fez escrever um livro, ‘O jogo da amarelinha’, que é um pouco a encenação de uma cidade vista de uma maneira mítica. Toda a primeira parte que se passa em Paris é a visão de um latino-americano perdido em seus sonhos a passear em uma cidade que é uma imensa metáfora”, confessou no filme “Julio Cortázar (1979/80)”, de Alain Caroff e Claude Namer.

“Caminhar por Paris significa avançar até mim”, descreveu o flâneur Cortázar. Suas distrações pela cidade criavam “constelações mentais e sentimentais”, estabelecendo uma linguagem própria, segundo ele de difícil explicação verbal, mas que se refletiam em sua literatura.

“Se pensa conhecer Paris, mas isso não existe. Há recantos, ruas que se poderia explorar o dia inteiro, ainda mais à noite. É uma cidade fascinante. Não é a única. Mas Paris é como um coração que bate todo o tempo. Não é o lugar onde vivo, é outra coisa. Estou instalado neste lugar onde existe uma espécie de osmose, um contato vivo biológico”, definiu no documentário.

SELEÇÃO DE “LOCAIS PRIVILEGIADOS”

Em Paris, a poesia está na rua, e a menina que anuncia o jornal pode ser sua musa, escreveu ele na orelha do livro “Paris ou la vocation de l’image” (“Paris, ou a vocação da imagem”), com 127 imagens clicadas por seu amigo e fotógrafo brasileiro Alécio de Andrade (1938-2003). “Pode ocorrer que encontremos de repente personagens famosos que sempre admiramos. Assim como no Le Dôme se diria que Sartre segue sentado perto de nós, também James Baldwin pode se dirigir até a nossa mesa, enquanto David Hockney adormece no La Coupole, onde nos refugiamos depois de uma festa. Paris se oferece a nós em todas as suas formas, e nos dá as imagens infinitas de suas noites e seus dias”.

Em uma entrevista ao canal espanhol TVE2, Cortázar evocou primeiro na memória de sua relação de “locais privilegiados” da cidade a Pont Neuf. “Ao lado da estátua de Henrique IV, há ao fundo uma luz, e à meia-noite, quando não há ninguém, este canto, solitário, é para mim uma tela de Paul Delvaux. Há este sentimento de mistério dos quadros de Delvaux, esta iminência de algo que pode aparecer, se manifestar, numa situação que nada tem a ver com as categorias lógicas dos acontecimentos ordinários”.

Já os subterrâneos parisienses, inspiração para alguns de seus escritos, integram uma singular significação de temporalidade: “O metrô sempre foi para mim um lugar de passagem, onde o sentimento de tempo muda. No conto ‘O perseguidor’, aliás, um personagem descobre que o tempo é completamente diferente quando se está no metrô e na superfície. Este é um sentimento, uma experiência, que tenho pelo menos uma vez a cada quinze dias”, revelou, na mesma entrevista à televisão.

As estreitas e charmosas passagens cobertas da cidade francesa, que acolhem comércio e restaurantes, também fazem parte do roteiro cortazariano, entre elas a Galeria Vivienne. O escritor se alegrou em poder conhecê-la exatamente como a frequentou, no século XIX, o poeta uruguaio Lautréamont: “Eram lugares assombrados de Lautréamont, no bairro da Bolsa. Todas estas galerias cobertas que fazem uma Paris completamente mágica e misteriosa. É isso que chamo ‘mítico’”. Em seu “percurso de Cortázar” em Paris, elaborado para o Instituto Cervantes, o catalão Carles Álvarez Garriga, co-editor de sua obra póstuma, acrescentou: “Em seu insuperável relato ‘O outro céu’, a galeria parisiense se comunica física e sincronicamente no século XIX com a portenha Galería Güemes da Calle Florida do século XX. E, dali sai uma investigação metafísica-policial que se deve ler pelo menos uma vez ao ano”.

Garriga cita vinte locais em sua resumida excursão, que se inicia na derradeira morada do escritor em Paris, no número 4 da rua Martel, no bairro Châteu d’Eau, e se encerra no cemitério de Montparnasse, onde Cortázar repousa ao lado de Carol Dunlop, sua última mulher. O Museu do Louvre, onde Cortázar fez seu “aprendizado do olhar”, segundo Garriga, não poderia ficar ausente da lista. Em 1951, ano de sua chegada na cidade, o escritor ganhou um passe livre permanente para o Louvre, e frequentou o museu quase diariamente até 1953. “Dedicou todas as tardes, durante dois anos, o que soma cerca de seiscentas visitas ao Louvre”, escreve Garriga, autor também do livro “Cortázar de A a Z”. “Na correspondência com seu amigo Eduardo Jonquières, que naquela época vivia em Buenos Aires, contou: ‘Comecei a visita dos sumérios’. E um mês depois: ‘terminei a sala dos sumérios, passo para a dos fenícios’. Isso significa que gastou oitenta horas para olhar uma pequena estatueta de uma princesa suméria. Estava fascinado pela arte primitiva”.

Há ainda a Pont des Arts, um dos emblemáticos lugares do início de “O jogo da amarelinha”, lembra Garriga, onde o protagonista Horacio Oliveira costumava encontrar a Maga. Ou o restaurante Polidor, no número 41 da rua Monsieur Le Prince, palco da cena inicial de “62 modelo para armar”, estabelecimento fundado em 1845 e que não aceita pagamento com cartão de crédito. “Quem vistá-lo, não deve deixar de ir ao toalete e pensar que aquele mesmo mictório foi utilizado por Raymond Queneau ou Boris Vian para fins não menos nobres”, acrescenta o guia cortazariano.

No número 150 do Boulevard Saint Germain está o café Old Navy, um dos poucos no bairro a permanecer aberto na madrugada. Cortázar ali sentava-se para beber algo e escrever. No outono de 1956, o jovem colombiano Gabriel García Márquez soube que o escritor, a quem admirava, frequentava o local. O futuro prêmio Nobel de Literatura passava tardes no café na esperança de um dia encontrá-lo, até que um dia avistou Cortázar entrar “como uma aparição”, mas não ousou se apresentar. “Eu o vi escrever por mais de uma hora sem parar, sem uma pausa para pensar, sem beber nada mais do que meio copo de água mineral, até que começou a escurecer lá fora, guardou a caneta no bolso e saiu com o caderno embaixo do braço como o estudante mais alto e magro do mundo”, escreveu García Márquez.

Na Paris de Cortázar há ainda a Casa da Argentina, na Cidade Universitária, seu primeiro endereço na capital francesa; a livraria La Hune, uma de suas preferidas; a residência de Baudelaire, no Quai d’Anjou, primeiro local que visitou ao chegar à cidade; o prédio da Unesco, onde trabalhava; a biblioteca Arsenal, que frequentava; a Praça Dauphine, a Ponte do Carroussel ou o parque Montsouris, entre tantos outros lugares que poderiam ser mencionados. Mas a “imagem secreta” de Paris, escreveu ele, “somente nos será revelada ao término de uma tenaz fidelidade, quando souber que não vivemos nela por viver, que não andamos nela por rotina”.


Cortázar, sobre a Pont Neuf: ‘há ao fundo uma luz, e à meia-noite, quando não há ninguém, este canto, solitário, é para mim uma tela de Paul Delvaux’
Foto: Divulgação





sábado, 23 de agosto de 2014

Os novos aromas de Oriza L. Legrand



Fundada em 1720, a maison de perfumes Oriza L. Legrand encerrou suas atividades na década de 40 mas agora reabre em grande estilo, como em seus áureos tempos, durante a Belle Époque: balcões, móveis, estofados e embalagens de época.

Seus perfumes e cosméticos são 100% produzidos na França por artesãos independentes e encantam clientes como Catherine Deneuve ou Isabelle Adjani, fiéis compradoras de suas oito fragrâncias concebidas nos anos 30, como o Relique d'Amour.

18, Rue Saint-Augustin
2ème arrondissement
Telefone: 01 71 93 02 34
www.orizaparfums.com

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Le Paradis, uma surpresa no 10ème





Le Paradis é um bar e restaurante que fica próximo à Gare de l’Est, tem menos de um ano de vida, mas já cultivou uma boa reputação e uma clientela sempre em busca de novos lugares na cidade e no comando da sua cozinha está o Chef Nicolas Gauduin, com passagens pelos restaurantes L’Arpège e Racines.

O local se pretende cool, moderno e aconchegante, com fotos de Man Ray, um décor dos anos 1930-50, balcão e mesas em madeira iluminadas por velas, e uma trilha sonora que, ao longo da noite, cresce à medida em que as luzes diminuem.

Seu cardápio é constantemente renovado e na carta de bebidas há vinhos naturais e coquetéis da casa.

14, Rue de Paradis
10ème arrondissement
Telefone: 01 45 23 57 98
www.restaurant-paradis.com

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Há 103 anos a Mona Lisa era roubada do Louvre



Em 21 de agosto de 1911, a mais famosa pintura do Louvre, em Paris, sumiu. Dois anos mais tarde, o quadro de Leonardo da Vinci foi encontrado na Itália. O ladrão justificou o roubo como revanche ao butim de Napoleão.

Segunda-feira, 21 de agosto de 1911. Como quase todos os museus do mundo fecham nas segundas-feiras, o Louvre estava fechado nesse dia. Somente uns poucos funcionário faziam trabalhos de manutenção e reforma nos salões do importante acervo artístico em Paris. Entre eles, o pintor de paredes Vicenzo Peruggia.

Sem testemunhas por perto, o italiano vai até a obra-prima de Leonardo da Vinci. Naquela época, o quadro Mona Lisa, de 1503, era conhecido apenas por alguns entendidos em arte, tanto que ocupava um lugar discreto no Louvre. Peruggia retira a tela da moldura e deixa o museu sem chamar a atenção. O roubo só se tornaria público no dia seguinte.

Dois anos depois, a informação de um comerciante de antiguidades levou a Polícia de Florença à província de Como, no norte da Itália. Lá, o decorador Peruggia estava vendendo a pintura. Ao ser detido, ele confessou o crime e o justificou com um motivo incomum: patriotismo.

O pintor queria apenas levar de volta a seu país um dos maiores tesouros da arte italiana e, assim, vingar-se de Napoleão, que no século anterior teria confiscado a obra. Um engano de Peruggia, condenado a um ano e 15 dias de prisão. Na verdade, o próprio Da Vinci vendera o retrato Mona Lisa ao rei francês Francisco I, em 1516, por 4 mil táleres de ouro, um valor significativo para a época.

Reencontrada a pintura, especialistas do Louvre a levaram à Galleria degli Uffizi, em Florença, para verificar sua autenticidade. Eles identificaram o retrato como original. Desde então, Mona Lisa passou a ser bem vigiada. Hoje, a moça sorri para o público através de uma proteção especial.

Com seu "sequestro", que quase provocou uma crise cultural na Europa, Mona Lisa tornou-se famosa em todo o mundo. Numerosos entendidos passaram a discutir cada detalhe da pintura. Eles remeteriam ao local onde Leonardo pintou a mulher e à identidade da retratada. Seria ela Isabella Gualanda, uma cortesã do Vaticano, ou realmente a esposa do mercador florentino Francesco del Giocondo, motivo pelo qual o quadro também é conhecido como La Gioconda?

Outros afirmaram tratar-se, na verdade, de um autorretrato de Da Vinci, enquanto em 1914 um estudioso francês defendeu a opinião de que Mona Lisa não deveria ser vista como uma florentina histórica, mas como uma representação artística idealizada, sem necessidade de identificação da pessoa.

Os entendidos são também implacáveis no debate sobre o sorriso de Mona Lisa. Dois médicos franceses o consideraram doentio. A mulher teria sofrido uma atrofia muscular. Outros viram uma paralisia facial e há ainda quem acredite em esquizofrenia. A artista canadense Suzanne Giroux enxergou na boca atrofiada as costas nuas de um belo rapaz, quando se gira a imagem a 90 graus, e fundamentou com isto sua tese de que Da Vinci teria tendência homossexual. Até mesmo o psicanalista Sigmund Freud intrometeu-se no debate e interpretou o sorriso como sendo inspirado no da mãe do pintor, falecida precocemente.

Que Leonardo tenha talvez simplesmente retratado uma moça sorridente parece profano demais para os especialistas oficiais e os assim autodenominados.

Não bastasse a discussão teórica sobre a modelo do mestre italiano, Mona Lisa foi reinterpretada também através de novas obras, inspiradas nela. Assim, Marcel Duchamps acrescentou à figura feminina um bigode idêntico ao do ditador soviético Josef Stálin. Já Salvador Dalí instalou sobre sua cabeça um capacete prussiano. Andy Warhol não aguentou. Para o artista pop, uma Mona Lisa é pouco, ele pintou 30.

Hoje, ela segue multiplicando-se. E não só como obra de arte. Degradada a ícone da cultura kitsch, ajuda a vender roupas, queijos e cigarros. Já foi vista inclusive espiando os frequentadores do banheiro de um bar, pendurada numa parede. Os tempos em que Mona Lisa decorava apenas o quarto de Napoleão são mesmo páginas viradas da História.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Paris e o Grafite como Arte Urbana


Os muros de Paris falam e ostentam as suas cores: de bairro em bairro, artistas invadem as ruas, semeando a sua poesia ou a sua revolta. Atualmente existe uma visita guiada - que não é exaustiva - dos principais pontos de graffiti e arte urbana parisiense.

Confira no link abaixo os grafites urbanos mais destacados de Paris:
www.youtube.com/watch?v=EmvEINKiXPc&feature=player_embedded

paris-world-wide-street-art

paris-world-wide-street-art

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Há 72 anos fracassava o desembarque dos Aliados em Dieppe, no norte da França



No dia 19 de agosto de 1942, 6 mil soldados, na maioria canadenses, desembarcam no norte da França, na cidade de Dieppe,  para formar uma segunda frente contra Hitler. A missão fracassa e os Aliados tiveram que se retirar com grandes perdas.

Hitler deu a ordem para atacar Stalingrado em 19 de agosto de 1942. Em meio ao verão europeu, as Forças Armadas alemãs, a Wehrmacht, avançavam para o Leste. Na Europa Ocidental, a situação parecia sob controle para os alemães. Mas, exatamente nesse dia, tropas aliadas atacaram a costa francesa do Canal da Mancha. Seis mil soldados tentaram desembarcar, com tanques e infantaria, na cidade portuária de Dieppe.

O noticiário alemão de 19 de agosto de 1942 registrou a batalha numa nota curta ditada pelos nazistas: "O Comando Superior das Forças Armadas comunica: uma ampla invasão de tropas inglesas, norte-americanas e canadenses executada, na manhã de hoje, perto de Dieppe, foi contida pelas forças de defesa costeira, com sangrentas perdas para o adversário".

As tropas aliadas não tiveram chance. Ainda no mar confrontaram-se com navios alemães. Enquanto a batalha ocorria no Canal da Mancha, a Wehrmacht foi alarmada a tempo na costa. Os invasores só chegaram até a praia. Utilizando aviões de combate, os alemães conseguiram afundar muitos navios aliados. Quatro mil e quinhentos soldados ingleses, americanos e canadenses morreram na batalha. Só escapou quem teve a sorte de encontrar um esconderijo.

Os Aliados compreenderam logo a gravidade da situação e entraram em pânico. Os soldados negaram-se a desembarcar, mas foram forçados sob ameaça de execução por seus oficiais. Após o combate, um oficial alemão orgulhou-se na rádio estatal da frieza com que as forças nazistas aniquilaram os navios adversários, "despejando as bombas sobre os alvos, como num exercício militar".

A estratégia

Stalin já havia pedido, em 1941, que os Estados Unidos e a Inglaterra abrissem uma segunda frente de batalha contra a Alemanha. Desde o final daquele ano, Roosevelt e Churchill planejavam a invasão da costa francesa. Várias pequenas expedições deveriam preparar o caminho para o grande desembarque de tropas. Em Dieppe, os aliados testaram tanques e armas. Além disso, eles queriam descobrir o esquema de abrigos antiaéreos dos alemães.

A propaganda nazista transformou a batalha num grande triunfo da Wehrmacht. Na realidade, a investida dos aliados provocou um evidente alvoroço entre os generais alemães. Inclusive Adolf Hitler ficou preocupado. Cogitou até a transferência de uma divisão de elite da frente oriental para a França. Em setembro de 1942, ele ordenaria a formação da trincheira do Atlântico.

Cerca de 250 mil pessoas trabalharam no sistema de fortificação, mas problemas de reabastecimento e dificuldades técnicas retardaram a conclusão da obra. Os aliados adiaram, repetidamente, sua grande invasão, provocando decepção e desconfiança nos soviéticos. Finalmente, em 6 de junho de 1944, chegou o Dia D, quando os Aliados conseguiram desembarcar na Normandia, dando início à fase decisiva da Segunda Guerra Mundial e à derrota do regime nazista. Com informações da Deutsche Welle.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os melhores sorvetes de Paris

Em agosto a temperatura sobe em Paris – aliás, teria que ter subido, já que este verão tem batido recordes de temperaturas amenas para a estação – e o sorvete se torna uma das maiores estrelas da cidade e, para aproveitar, não faltam bons locais, mesmo fugindo dos já tão batidos sabores e texturas da Maison Berthillon.

Desde que existem neve e fruta na terra que também existe o sorvete: na Bíblia, Isaac prepara a Abraão um granizado de leite de cabra, já Marco Polo, ao final do Século XIII, trouxe a receita da China para a Itália e foram os americanos que inventaram tanto o cone, quanto o palito, bem no início do Século XIX.

Ao abrir o Le Procope, em 1668, o Chef italiano Francesco Procopio, um dos precursores do “gelato”, lançou a moda do sorvete em Paris.

E então, vamos saborear uma ou duas bolas?


POZZETTO


Uma sorveteria que usa um sistema de refrigeração que preserva texturas e sabores de foma inigualável e oferece apenas 12 sabores clássicos em creme ou sorvete de frutas da estação, só servidos em pequenas taças.

39, Rue du Roi-de-Sicile
4ème arrondissment
Telefone: 01 42 77 08 64
www.pozzetto.biz


GROM


Na Europa, a Itália é a terra natal do sorvete e a Grom é a mais renomada de todas as suas filhas e cuja a especialidade mais conhecida é o sorvete de creme com bolachas de milho e chocolate mas lá você também vai encontrar sabores clássicos, frutas da época e ainda o “sabor do mês”.

81, Rue de Seine
6ème arrondissement
Telefone 01 40 46 92 60

16, Rue Vieille du Temple
4ème arrondissement
Telefone 01 42 71 49 19

www.grom.it


LE BAC A GLACE


Aqui a especialidade – já há mais de trinta anos – são os sorvetes caseiros, produzidos sem corantes ou conservantes químicos. São mais de 60 sabores, desde clássicos até light e sabores realmente originais e insólitos.

109, Rue du Bac
7ème arrondissement
Tefefone: 01 45 48 87 65
www.bacaglaces.com

domingo, 17 de agosto de 2014

La Recyclerie: feira, bricolagem e antiguidades



À saída do metrô Porte de Clignancourt, no norte de Paris, pode se avistar a fachada envidraçada da La Recyclerie antiga estação de trens que contornavam a cidade e que foi reformada e redesenhada, ganhando uma cantina, uma mercearia e um ateliê de bricolagem, tudo baseado em responsabilidade ética, e com programação de eventos.

Para quem gosta de feiras de objetos antigos, por exemplo, o lugar estará aberto hoje a todos que desejarem vender o que guardam em seus armários, garagens e porões, num grande brechó de convivialidade ao ar livre e com quitutes e onde ainda se pode vislumbrar a estrutura da chamada Gare Ornano, de 1869, que funcionou durante 70 anos.

Acesse o link e descubra mais sobre a La Recyclerie:
www.youtube.com/watch?v=nlBCsDClKeY

83, Boulevard Ornano
18ème arrondissement
Telefone: 01 42 57 58 49
www.larecyclerie.com

sábado, 16 de agosto de 2014

O renovado Carreau du Temple, no Marais


O Carreau Temple agora tem música e festival gastronômico. Foto: Javier Urquijo 

O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou ontem (15), uma boa matéria sobre a reabertura do Carreau du Temple, no Marais. Abaixo reproduzo e recomendo a leitura, segue o texto:

"Paris - Construído em 1811, na época de Napoleão III, o Carreau du Temple (4 Rue Eugène Spuller, 75003), no Marais, foi recentemente ressuscitado após uma cuidadosa restauração que restituiu a elegância e a beleza de sua arquitetura metálica original do século XIX.

Reaberto neste ano, o antigo mercado, que em 1865 acolhia 1.880 comerciantes, conta hoje com um amplo espaço polivalente de 1.800 metros quadrados com uma cobertura de vidro. É um privilegiado palco para a organização de uma diversidade de eventos para um público de até três mil pessoas em pé.

O auditório, reputado por sua excelente acústica, possui capacidade para 250 espectadores sentados. No subsolo, estúdios estão disponíveis para atividades artísticas e esportivas, como música, dança, artes marciais, ginástica.

Para os prazeres da mesa, o bar e restaurante Jules, aberto todos os dias, instalou sua cozinha no local. E no próximo dia 30, o Carreau do Temple servirá um menu especial: o festival gastronômico Tous à Table.

A associação Tous à Table promove eventos que procuram facilitar a reinserção de pessoas menos favorecidas, dando-lhes a oportunidade de degustar uma cozinha de qualidade e, ao mesmo tempo, oferecendo uma chance a jovens aprendizes de trabalhar ao lado de chefs renomados.

O festival, das 11h à meia-noite, contará com a presença de chefs estrelados, como Guy Martin (do restaurante Le Grand Véfour), e conhecidos artistas, entre eles a cantora e compositora Keren Ann. Parte da renda obtida com os ingressos servirá para financiar o convite para desempregados e desfavorecidos."

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Plaza Athénée e Peninsula aquecem o verão de Paris


A fachada com vasos de gerânio do Plaza Athénée não foi modificada na reforma do hotel icônico de Paris, na França
Foto: Divulgação
A fachada com vasos de gerânio do Plaza Athénée não foi modificada na

Após oito meses fechado, o Plaza Athénée reabriu em soft opening no dia 1º de agosto. O luxuoso hotel, um dos ícones de Paris, volta a receber hóspedes após uma ampla reforma, que deu ao hotel seis novos quartos, oito suítes e mais três salões de eventos. A fachada, com os tradicionais vasos de gerânios, se manteve intacta. A decoração dos novos quartos é de Marie-José Pommereau, que já havia redesenhado outras suítes do hotel, como a Royal Suite, em 2012. Para setembro há diárias disponíveis a € 1.395. O restaurante Alain Ducasse au Plaza Athénée, que rebrirá em setembro, assim como o Le Bar, também passaram por reformulação. Os novos espaços funcionam em três imóveis vizinhos ao prédio original, comprados pelo grupo Dorchester Collection.

A reabertura do Plaza coincide com a inauguração do hotel Peninsula Paris, com 200 quartos, que custou € 430 milhões. Segundo a consultoria Protourisme, em 15 anos a oferta de hotéis de luxo em Paris cresceu 50%, passando de 1.400 quartos a 2.100. Em 2015, os cinco-estrelas Crillon e Ritz também vão reabrir após reformas.

Já o Peninsula Paris levou seis anos de obras, investimento de € 430 milhões, para reformar e restaurar um luxuoso prédio do período Haussman. O hotel abriu no dia 1º de agosto perto da Champs-Élysées, no 19 Avenue Kléber. Em estilo art déco, o edifício onde está o Peninsula já funcionou como hotel no início do século passado. A restauração do prédio mobilizou artesãos que trabalharam em elementos da fachada e do interior, incluindo peças em mármore, painéis de madeira e detalhes folheados a ouro.Com operação do grupo Hongkong and Shangai Hotels, o Peninsula Paris tem 200 acomodações, sendo 34 suítes, com diárias médias a partir de € 695. No andar da cobertura, a suíte com jardim privativo e vista para o Arco do Triunfo está disponível por € 19 mil. Com informações de O Globo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Descubra onde seu filme foi rodado em Paris

Acesse o site Rue89 e veja onde foram rodados mais de 600 filmes em Paris entre após 2002, entre eles: Inception, Inglourious Basterds, Ocean’s Twelve, Transformers 2 e Rush Hour 3.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Tatuagem ganha mostra em Paris



O jornalista correspondente Fernando Eichenberg, de O Globo, publicou neste domingo (10), uma excelente matéria sobre a arte da tatuagem que ganhou uma exposição com 300 obras e que ficará em cartaz na capital francesa até 2015. Abaixo reproduzo e recomendo a leitura, segue o texto:

"Paris - De Ötzi, a múmia de 5.300 anos a.C., à atriz Angelina Jolie, a tatuagem impôs sua presença em variadas formas e por diferentes razões. Entre a prática ancestral — de funções terapêuticas, sagradas ou religiosas — e o consumo e a arte contemporâneos, a tatuagem sobreviveu aos milênios e aos costumes, da marca identitária à marginalização, subversiva ou comercial. Em Paris, a tatuagem moderna encontrou também sua consagração no museu. “Tatuadores e tatuados”, exposição em cartaz no Museu do Quai Branly até outubro de 2015, procura explorar por meio de 300 obras os usos da tatuagem ao longo do tempo, desde o figurino egípcio antes de Cristo. Mas se pretende inédita ao abordar as variantes estéticas, artísticas e multiculturais mais recentes da tatuagem.

A dupla francesa Anne & Julien, fundadora da revista “Hey! Modern Art & Pop Culture” e curadora da exposição, defende a tatuagem como uma arte em sua totalidade.

— Essa exposição é uma première mundial, porque eu e Julien quisemos dar um foco particular e exclusivo sobre a arte moderna e contemporânea. Nesta parte, situamos desde o começo do século XIX até os dias de hoje, algo que ainda não havia sido feito. É um período menos observado e mais nebuloso da tatuagem no mundo em relação a outras épocas bem pesquisadas do ponto de vista etnológico e antropológico — diz Anne, que critica a falta de curiosidade acadêmica pela tatuagem contemporânea.

Clique aqui e veja algumas das imagens da exposição 'Tatuadores, tatuados', em Paris

A mostra apresenta obras, objetos e filmes considerando arcos históricos, geográficos e culturais, representados por América do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Há a tatuagem ultrassofisticada dos maoris, da Nova Zelândia, e dos nativos das ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa, mas também de marinheiros e de membros do crime organizado. Interditada pela Bíblia e malquista pelo governo da China, a prática também teve adeptos no poder como os monarcas britânicos Eduardo VII e George V ou os líderes Winston Churchill e Josef Stalin. Para a exposição, 13 réplicas de partes do corpo foram trabalhadas por tatuadores renomados, como o francês Tin-tin, o suíço Filip Leu, o japonês Horiyoshi III, o americano Jack Rudy, o inglês Xed LeHead e o polinésio Chimé.

Segundo uma pesquisa de opinião do instituto Ifop, um em cada dez franceses é tatuado, sendo 20% entre indivíduos de 25 a 34 anos. Nos Estados Unidos, um quarto da população ostenta alguma tatuagem, segundo sondagem do Instituto Harris, num aumento verificado principalmente a partir dos anos 1990, fenômeno impulsionado pela emergência de novas tecnologias. Para Anne & Julien, por muito tempo tatuadores e tatuados ocidentais não tinham a preocupação com o “belo”, mas consideravam a prática um ato bruto, relacionado à ousadia. A partir do fim do século XIX, assinalam, alguns tatuadores se qualificaram como tattoo artists para definir a dimensão de seu trabalho. É quando a tatuagem deixa o domínio exclusivamente artesanal para “questionar o tema e sua interpretação”.

Contra a “industrialização” e a “hipermidiatização” da tatuagem nos dias de hoje, em que a noção de arte se dilui na reprodução de modelos, Anne defende a ideia de “arte popular”. A história da tatuagem será transmitida pelos tatuadores e não pelos tatuados, ressalta.

— O fato de o material ser cada vez mais barato e acessível, inclusive via internet, e de haver cada vez mais clientes atraiu toda uma categoria de pessoas que improvisam, e se perde de vista a essência da tatuagem. É paradoxal, pois houve uma abertura, mas não se soube aproveitá-la, vieram pessoas sem vocação. Mas não estou preocupada, saberemos resistir. Não é a primeira vez que isso ocorre, foi a mesma coisa quando apareceu o aparelho elétrico de tatuagem. Temos todas as condições de continuar evoluindo de forma serena de um ponto de vista artístico — sustenta.

“ESTADO DE ESPÍRITO”

O tatuador Tin-tin definiu o processo como o “princípio dos vasos comunicantes”: a tatuagem se tornou reconhecida porque era subversiva, e agora que é reconhecida se tornou menos subversiva. Ötzi, a múmia do gelo, tinha 57 tatuagens, mas, em 2014, apesar da proclamada abertura das últimas décadas, Anne diz que “o preconceito ainda é muito forte”. Na sua opinião, ter tatuagem ainda pode influir negativamente para se obter um emprego, e a própria expansão da prática provoca confusões em potenciais tatuados:

— Há dois dias, um amigo, acostumado com tatuagens, mas que nunca havia feito uma, decidiu passar ao ato e se fez tatuar metade do braço. Mas algo ocorreu: ele não consegue mais olhar para o seu braço, o mantém todo o tempo coberto. A tatuagem transforma o corpo, muda a maneira como você se vê e também o olhar dos outros. Vivemos uma época particular, com toda a visibilidade, a midiatização, celebridades e esportistas tatuados, mas o impacto de uma grande tatuagem sempre é forte.

Anne & Julien levaram dois anos para elaborar o projeto de sua exposição para o Quai Branly, com o objetivo de render uma homenagem aos pioneiros e aos “heróis esquecidos” da tatuagem, mas também de saudar um “estado de espírito” que perdura apesar de sua progressiva difusão. Os dois curadores ficaram satisfeitos com o resultado obtido.

— O norte-americano Ed Hardy, personagem incontornável da tatuagem contemporânea, veio a Paris para ver o que fizemos e disse que esperava há 40 anos por uma exposição como essa. Achou magnífico. Ele foi um dos que mudaram a imagem da tatuagem a partir dos anos 1960-70, e começou a surgir uma reflexão sobre a ligação da tatuagem moderna e contemporânea com a evolução da história da arte — resume Anne."

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Paris declara guerra ao site Airbnb



Segundo informações da Bloomberg, a cidade mais visitada do mundo está intensificando a repressão contra aluguéis ilegais de temporada. Assim como em Nova York e Barcelona, as autoridades de Paris dizem que empresas como o site Airbnb geraram uma indústria local de proprietários transgressores da lei que estão tirando do setor de hotelaria quantias consideráveis de sua receita.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, tem uma equipe de 20 pessoas que faz visitas não anunciadas a apartamentos cujos proprietários são suspeitos de alugar ilegalmente seus imóveis ou foram denunciados por vizinhos. Seu governo também está estudando a criação de um imposto a ser aplicado sobre a transações entre pessoas, que teria valores próximos a taxas já pagas por quem se hospeda em hotéis, e que hoje está em torno dos R$ 5.

“Não podemos ter bairros ou edifícios inteiros transformados em casas para turistas”, disse Ian Brossat, assessor de moradia de Hidalgo, em uma entrevista. “É por isso que estamos lutando para manter os parisienses dentro de Paris e não deixaremos que os aluguéis para turistas abocanhem o espaço deles. É uma matemática simples: um apartamento pequeno no site Airbnb pode custar mil euros (R$ 3 mil) por semana. Isso é quatro vezes o preço normalmente pago por um parisiense”, disse Brossat. “Estamos lutando para manter a classe média na cidade”.

ALUGUÉIS SUBIRAM 42% EM DEZ ANOS, EM PARIS

A luta de Paris contra a expansão do negócio é a mais recente tentativa de reduzir um empreendimento que faz aumentar o valor do aluguel de residências. Os preços subiram 42% entre 2004 e 2013, segundo uma pesquisa financiada pelo governo.

Em Nova York, o site Airbnb enfrenta uma briga judicial com o promotor da cidade e acabou tendo que fornecer dados de parte de seus clientes cadastrados. Na Catalunha, região onde fica Barcelona, a empresa foi multada por não registrar os aluguéis na autoridade provincial de turismo. E, no Reino Unido, a associação do setor hoteleiro disse que os aluguéis desregulamentados colocam a saúde e a segurança dos turistas em risco.

O Airbnb, que tem sede em São Francisco e está avaliado em US$ 10 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões), diz ser o maior serviço de aluguel em Paris. Para a empresa, seu serviço contribui com as economias locais, já que atrai viajantes que não poderiam ficar em hotéis.

“Não estamos no comando do turismo ou da hospedagem em Paris”, disse Emmanuelle Flahault-Franc, porta-voz da Airbnb em Paris. “O Airbnb ajuda a preencher a lacuna deixada pela escassez de alojamentos”.

Segundo a porta-voz, desde 2008, um milhão de visitantes usaram o serviço na França. Metade deles, no ano passado. Paris é o segundo maior mercado do Airbnb, atrás apenas de Nova York. Somente em Paris, o site provocou um impacto econômico de € 185 milhões (R$ 566 milhões) e criou 1.100 empregos entre meados de 2012 e meados de 2013.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Agosto em Paris: a cidade fantasma

Mais um ano se passou e estamos novamente no meio de Agosto que, como já falei tantas vezes, muda a cara da cidade, que literalmente fecha para as férias.

Se alguém me perguntar qual a época ou o mês do ano que menos gosto em Paris, a resposta seria sem nenhuma hesitação: o mês de agosto.

Em agosto faz calor, com máximas que chegam facilmente aos 30ºC. Em agosto os parisienses – quase todos – saem de férias e a cidade fica vazia, a não ser pelas enormes quantidades de turistas da própria Europa e, é claro, da Ásia. Em agosto os melhores lugares para ir, como restaurantes bares e clubes noturnos fecham – até as boulangeries e as lojas de congelados fecham! Em agosto o trânsito fica pior ainda por conta do “Paris Plage” – um evento realizado nas pistas de automóveis na margem direita do Sena e também por conta das inúmeras obras que são feitas para se aproveitar a cidade vazia. Em agosto os dias com chuva triplicam.

Mas se outro alguém me perguntar se eu visitaria Paris em agosto, a resposta seria sem nenhuma hesitação: claro que sim!






domingo, 10 de agosto de 2014

Há 133 anos Paris recebia a I Feira Internacional da Eletricidade



Milhares de lâmpadas acenderam de uma só vez em 10 de agosto de 1881, no parque de exposições da Feira Internacional da Eletricidade em Paris. O público entusiasmou-se com as "estrelas" ou "luminárias de Edison".

Segundo Karl Bienek, estudioso da história da lâmpada incandescente e da energia elétrica, uma das sensações da 1ª Feira de Eletricidade de Paris foi o estande em que os visitantes podiam ligar e desligar uma lâmpada – uma novidade fascinante, na época. "A feira de 1881 foi decisiva para a introdução da luz e de outras formas de uso da eletricidade", afirma.

Hoje é quase inimaginável que alguém possa viver sem energia elétrica, mas no século 19 ela era praticamente inexistente. Isso mudou depois da feira de Paris, quando o inventor norte-americano Thomas Edison mostrou aos europeus que a nova luz significava o início de uma nova era.

De Goebel a Edison

No entanto, o inventor da lâmpada incandescente não foi Thomas Alva Edison (1847-1931) – como se acredita – e sim o mecânico alemão Johann Heinrich Goebel (1818–1893). Emigrado para os Estados Unidos em 1848, ele usou em 1854 as fibras de bambu de sua bengala como filamento.

Ligadas nas extremidades por meio de arames de aço, elas se transformavam em condutores de energia elétrica. Em ampolas de vidro transparente, as fibras de bambu chegavam a permanecer acesas por até 200 horas. Goebel logo usou o invento para iluminar sua joalheria em Nova York.

Segundo Karl Bienek, Goebel estava adiante de seu tempo. Ao tentar iniciar a industrialização e a produção em série, não encontrou financiador. Na época, simplesmente não existia demanda por lâmpadas incandescentes.

Faltava também a infraestrutura tecnológica – como, por exemplo, usinas de eletricidade – para manter a luz em funcionamento. Existiam apenas células galvânicas, que eram muito caras e não tinham potência para iluminar uma rede de lâmpadas incandescentes.

O mérito de Edison foi transformar a lâmpada incandescente num produto de consumo, o que viabilizou sua produção em série. Ele começou também a desenvolver a tecnologia necessária para o emprego do invento. São dele, por exemplo, as ideias básicas e a construção de um sistema de iluminação elétrica, com motor a dínamo, distribuidor, linhas de distribuição, registrador de consumo, fusíveis, material isolante, interruptores e bocais.

Longo caminho até a comercialização

Apesar de muito admirada na feira de Paris, a eletricidade ainda demorou a se impor na Europa. Os alemães, por exemplo, continuaram usando lamparinas de petróleo, velas de cera e lampiões a gás para a iluminação em geral.

Somente no início do século 20 a Alemanha percebeu que era possível ganhar dinheiro com a nova tecnologia. Foi aí que Auer von Welsbach revolucionou a lâmpada de Edison, com a introdução do filamento incandescente de metal.

A lâmpada ósmico-wolfrâmica, conhecida pela abreviação Osram, abriu o caminho para o lançamento, em 1912, de lâmpadas com filamento totalmente à base de tungstênio no mercado alemão. A tecnologia básica da lâmpada incandescente, portanto, foi desenvolvida de 1854 a 1912. E com ela, a eletricidade conquistou as casas e as ruas da Europa e do mundo. Com informações da Deutsche Welle.

sábado, 9 de agosto de 2014

A região mais cara de Paris



De acordo com um estudo realizado pelas corretoras de imóveis Knight Frank e Engel & Volkers que analisou vários pontos da Europa e chegou aos endereços mais caros do velho continente, a área conhecida como o Triangle D'Or, formado pelas avenidas Montaigne, George V e Champs-Élysées e que é repleto de palacetes, hotéis de luxo e lojas das mais renomadas grifes de moda do mundo, é a região mais valiosa da capital francesa, com o m² custando mais de 40 mil euros.



sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Alain Delon é operado em Paris

O ator francês Alain Delon. Foto: Anne-Christine Poujoulat / AFP
Segundo informações do portal "Yahoo! News", o ator francês Alain Delon, de 78 anos, está internado num hospital parisiense para corrigir um "problema em um nervo facial" que lhe causava severas dores de cabeça.

Delon deu entrada unidade hospitalar no último domingo (3) e passou por uma cirurgia, mas a informação só foi divulgada ontem (7) e, de acordo com uma fonte próxima ao ator, diferentemente do que foi noticiado anteriormente pela imprensa francesa, ele não foi internado às pressas para tratar de problemas na coluna, mas sim deu entrada no hospital para realizar a cirurgia na face, marcada previamente.

Delon foi operado na manhã de quarta-feira (6) e, segundo o hospital, ele passa bem, devendo ficar internado em observação até a próxima semana. Em 2012 e novamente em setembro do ano passado, Delon foi internado por causa de arritmia cardíaca.

Já de acordo com o site da revista "Le Point", o ator chegou ao hospital acompanhado de sua primeira mulher, Nathalie, e da filha Anouchka.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O francês é mesmo a língua do sexo

Cena do filme ‘Les Chansons d'amour’, de Christophe Honoré: os novos termos usados pelos franceses, inventores do ménage à trois Foto: Divulgação
Cena do filme ‘Les Chansons d'amour’, de Christophe Honoré: os
novos termos usados pelos franceses, inventores do ménage à trois
Não sou eu quem diz, deu no Caderno Ela do jornal O Globo: em matéria de sexo, os franceses estão sempre na vanguarda.

Inventores de um dos maiores fetiches da humanidade, o “ménage à trois”, eles continuam inventando (ou se apropriando) de palavras que nos ajudam a compreender as nossas vidas sexuais (e a dos outros, bien sûr).

O jornal “Le Figaro” listou algumas das gírias que estão dando o que falar em Paris. Confira:

Mélangisme: é uma espécie de orgia mais regrada, entre pelo menos dois casais heterossexuais. As carícias e o sexo oral são permitidos, mas jamais a penetração.

Pornocchio: cruza de “pornô” e “Pinóquio”, usada para definir o sujeito que exagera na hora de se gabar de suas conquistas sexuais.

Bangover: de origem inglesa, é a contração de “bang” (transa) e “hangover” (ressaca). É aquela sensação de ficar “fora de órbita” no dia seguinte à uma noite espetacular de sexo.

Serxorcisme: em português, “sexorcismo”. É o ato de ir para cama com alguém para se esquecer do ex. Saia deste corpo que não te pertence!

Sexit: é a expressão “sair à francesa” levada às extremas consequências: aqui, foge-se de um evento em prol de uma escapada sexual.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Batalha de Verdun separa franceses e alemães



"Por favor, prestem atenção às placas de aviso e não se afastem dos caminhos permitidos. A menos que vocês façam questão de pisar numa mina", alerta Gerd Krumeich. O historiador alemão guia um grupo de estudantes de germanística da universidade parisiense La Sorbonne Nouvelle pelos campos de batalha de Verdun, juntamente com o francês Gérard Domange, professor aposentado de história.

"Em nenhum lugar se vivencia a Primeira Guerra Mundial tão de perto e intensamente quanto aqui", comenta Krumeich diante do Forte Douaumont, a mais impressionante construção no assim chamado "anel de Verdun".

Somente em 2009 foi içada aqui a primeira bandeira alemã, ao lado das da França e da União Europeia. "Foi um sinal bem forte, mas não basta", diz o historiador. Ele pleiteia que uma placa memorial seja colocada aqui para os soldados alemães tombados. "Onde mais, se não for aqui?", argumenta.

Entre fevereiro e dezembro de 1916, travou-se em Verdun, no nordeste da França, uma das mais sangrentas batalhas da Primeira Guerra Mundial, que durou 300 dias, e 300 noites e deixou centenas de milhares de mortos de cada lado. Tudo inútil, pois, ao longo de todo esse período, quase nada mudou na linha de frente.

Batalha de Verdun durou 300 dias e 300 noites, deixando 700 mil baixas 
Questão de identidade nacional

Em frente ao Ossuário de Douaumont, o memorial erigido pela França em 1932, leem-se até hoje os nomes dos militares franceses tombados. Com uma única exceção: Peter Freundl. Ele é o primeiro soldado alemão cujo nome foi, recentemente, lavrado em pedra para a posteridade. Isso embora ali jazam mais de 130 mil homens não identificados – de um total de 700 mil.

O alemão Carsten Doll, que participa da viagem universitária, resume a questão numa frase: "Douaumont é um local feito pelos franceses para os franceses."

A batalha de Verdun foi sempre celebrada pela França como uma vitória nacional. Não só do ponto de vista militar, por ter contribuído para definir o resultado da Primeira Guerra, como também como uma vitória psicológica. Apesar da tomada do Forte Douaumont e de outras posições estratégicas, os franceses não desistiram, e sustaram o avanço alemão. Esses fatos refletem-se até hoje.
Kohl e Mitterrand apertam as mãos em Douaumont
À noite, Krumeich coordena um debate sobre a possibilidade de uma cultura da memória franco-alemã, com a presença de moradores da localidade. Para os estudantes que não o sabiam, a enorme importância da batalha de Verdun na memória coletiva francesa fica óbvia, no mais tardar, durante esse debate.

Quando a questão da placa em homenagem aos soldados alemães é levantada, uma certa onda de agitação atravessa a sala. Para alguns descendentes franceses dos soldados caídos, a ideia de Krumeich vai longe demais. Verdun deve permanecer uma vitória da França – embora a rigor não o seja, em face das centenas de milhares que morreram nos combates.

Marion Guibourgeau discorda dessa noção. "Não entendo que se possa negar o fato de que houve mortos de ambos os lados. Talvez seja uma questão de geração. Para mim, a Primeira Guerra está muito longe, muito mais do que a Segunda, por exemplo. Acho importante termos uma cultura da memória comum, pois também é a nossa história comum." A estudante diz que já notara que o tema é delicado antes da viagem a Verdun, mas questiona se ele é mesmo tão delicado assim.

Grupo de estudantes em Verdun: esperança de uma cultura da memória comum
Esperança nos estudantes

Há exemplos de uma possível aproximação entre as antigas nações inimigas, em tornos das vivências comuns. Como quando, em setembro de 1984, o presidente francês, François Mitterrand, apertou durante longos minutos a mão do então chanceler federal alemão, Helmut Kohl. A cena se deu em Douaumont, entre o ossuário e a necrópole nacional, com suas milhares de cruzes brancas.

"Seria bom se um dia se pudesse falar de uma cultura da memória europeia, até mesmo universal", diz Krumeich. "Todos queremos que a União Europeia vá adiante. No entanto, cada um de nós se apega às suas datas nacionais. Minha meta é fazer as pessoas também se interessarem pela história do outro e pelo modo como ela configura as comemorações de um determinado evento."

Não há sinais de que o pesquisador alemão vá se afirmar com sua proposta de placa comemorativa neste ano, por ocasião das celebrações em torno do centenário do início do grande conflito. No entanto, ele deposita grandes esperanças na geração de estudantes.

"Só eles conseguirão levar adiante a ideia de uma memória franco-alemã. Talvez também alimentem clichês, como os seus antecessores. Mas aí serão outros clichês, e isso já é bom. Para esta geração, a Primeira Guerra Mundial não é mais uma história pessoal, mas sim, apenas, história." Por isso, talvez fique mais fácil dar-se as mãos. Com informações da Deutsche Welle.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Elyx invade a Paris virtual

Hoje vou apresentar-lhes ao Elyx, personagem de Yacine Aït Kaci que é desenhando como um croquis em um caderno de desenho inspirado em La Linea e que interage com a realidade da vida cotidiana da Cidade Luiz de forma muito divertida.

Elyx tornou-se o novo mascote da internet para muitos parisienses e você encontrar as aventuras deste magrelo personagem nas redes sociais: Twitter / Instagram / Vine / Facebook

14713107621_dae4b5daa8

14423739878_65f7f95859

14764489926_f9b38a6fd6

artisite-paris-elyx-dessins-carnet-15

14653983265_9f880a8c18

artisite-paris-elyx-dessins-carnet-2-1

elyx-paris

elyx

notre-dame-paris-elyx

10475077_307378552760321_1278946037_n