terça-feira, 12 de agosto de 2014

Paris declara guerra ao site Airbnb



Segundo informações da Bloomberg, a cidade mais visitada do mundo está intensificando a repressão contra aluguéis ilegais de temporada. Assim como em Nova York e Barcelona, as autoridades de Paris dizem que empresas como o site Airbnb geraram uma indústria local de proprietários transgressores da lei que estão tirando do setor de hotelaria quantias consideráveis de sua receita.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, tem uma equipe de 20 pessoas que faz visitas não anunciadas a apartamentos cujos proprietários são suspeitos de alugar ilegalmente seus imóveis ou foram denunciados por vizinhos. Seu governo também está estudando a criação de um imposto a ser aplicado sobre a transações entre pessoas, que teria valores próximos a taxas já pagas por quem se hospeda em hotéis, e que hoje está em torno dos R$ 5.

“Não podemos ter bairros ou edifícios inteiros transformados em casas para turistas”, disse Ian Brossat, assessor de moradia de Hidalgo, em uma entrevista. “É por isso que estamos lutando para manter os parisienses dentro de Paris e não deixaremos que os aluguéis para turistas abocanhem o espaço deles. É uma matemática simples: um apartamento pequeno no site Airbnb pode custar mil euros (R$ 3 mil) por semana. Isso é quatro vezes o preço normalmente pago por um parisiense”, disse Brossat. “Estamos lutando para manter a classe média na cidade”.

ALUGUÉIS SUBIRAM 42% EM DEZ ANOS, EM PARIS

A luta de Paris contra a expansão do negócio é a mais recente tentativa de reduzir um empreendimento que faz aumentar o valor do aluguel de residências. Os preços subiram 42% entre 2004 e 2013, segundo uma pesquisa financiada pelo governo.

Em Nova York, o site Airbnb enfrenta uma briga judicial com o promotor da cidade e acabou tendo que fornecer dados de parte de seus clientes cadastrados. Na Catalunha, região onde fica Barcelona, a empresa foi multada por não registrar os aluguéis na autoridade provincial de turismo. E, no Reino Unido, a associação do setor hoteleiro disse que os aluguéis desregulamentados colocam a saúde e a segurança dos turistas em risco.

O Airbnb, que tem sede em São Francisco e está avaliado em US$ 10 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões), diz ser o maior serviço de aluguel em Paris. Para a empresa, seu serviço contribui com as economias locais, já que atrai viajantes que não poderiam ficar em hotéis.

“Não estamos no comando do turismo ou da hospedagem em Paris”, disse Emmanuelle Flahault-Franc, porta-voz da Airbnb em Paris. “O Airbnb ajuda a preencher a lacuna deixada pela escassez de alojamentos”.

Segundo a porta-voz, desde 2008, um milhão de visitantes usaram o serviço na França. Metade deles, no ano passado. Paris é o segundo maior mercado do Airbnb, atrás apenas de Nova York. Somente em Paris, o site provocou um impacto econômico de € 185 milhões (R$ 566 milhões) e criou 1.100 empregos entre meados de 2012 e meados de 2013.

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