quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Merci, Paris! Merci, France!

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Hoje é o dia de nos despedirmos porque, após seis anos completos vivendo na Cidade Luz - cheguei em 1o. de janeiro de 2010 –, me mudo em poucas horas para Miami para iniciar uma nova jornada pessoal e profissional com a mesma felicidade que mudei do Rio para Paris no dia 31 de dezembro de 2009.

Do Rio Comprido ao Rio Sena e agora, do Rio Sena ao Rio Miami (Miami River) – calma, é brincadeira, nada de escrever sobre o Miami River, é claro.

Muito obrigado por todo seu carinho nestes anos todos. Foi um prazer e uma honra. Até breve.


PS. Vou deixar o blog no ar para quem quiser rever as crônicas.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Do Rio Comprido ao Rio Sena - um sonho vivido

Como muitos de vocês sabem, "Rive Gauche" passa o dia-a-dia de Paris e da França, com estilo leve, distraindo e levando o leitor à um passeio pela Cidade Luz e seus arredores e nasceu como uma coluna dominical publicada no Jornal do Brasil que depois migrou para dois sites com atualizações semanais, o www.investimentosenoticias.com.br e o www.annaramalho.com.br e, além disso, conta com atualizações em seu blog e em seu perfil no Facebook.

O que vocês não sabem, mas irão saber em breve, é qual foi a primeira coluna publicada assim que cheguei na França, em janeiro de 2010 e que contava a história de um sonho realizado, o de vir morar em Paris. Segue a coluna:





















Do Rio Comprido ao Rio Sena

Caros Leitores, me chamo Pedro Nonato e ocuparei, aos domingos, este pequeno espaço que chamei carinhosamente de “Rive Gauche”, contando nele a visão de um carioca recém-chegado ao cotidiano parisiense.

Apesar de acreditar que “toda unanimidade é burra” – coisa do Nelson –, todos a quem conheço, acham, por motivos diversos, que Paris é a sua cidade do coração,
o seu “segundo lar” na Europa.

E o que mais me espanta, apesar de retornar a esta cidade há mais de trinta anos – às vezes mais de uma vez por ano –, é a razão que cada um tem para justificar o seu amor por Paris.

Para uns, é romântica, para outros, cosmopolita. Há quem acredite que a gastronomia é a razão de vir aqui, enquanto um bom bocado jura de pés juntos que a cultura democratizada através de museus, galerias de arte, concertos é o que faz sua cabeça.

Quanto a mim, não tenho medidas: é tudo isso ao mesmo tempo. A cidade é romântica, serve de forma igual aos gourmets e aos gourmands, além de ser um verdadeiro museu a céu aberto – sem contar com os propriamente ditos.

Hoje estou em Paris e em casa: escrevo essa primeira coluna com olhos na tela e na minha janela, pela qual vejo o Rio Sena e a Île de Saint Louis ao fundo.

Realizei, de uma vez só, dois sonhos de minha adolescência: voltar a morar em Paris, agora minha primeira casa, e escrever no Jornal do Brasil – ainda que não os pensasse necessariamente nessa ordem ou mesmo em conjunto.

Bom, agora vou tentar explicar como cheguei aqui, tanto na Cidade Luz, quanto nas páginas do Jornal do Brasil.

Como disse há pouco, quando eu ainda era menino, mantinha esses dois sonhos grandiosos.

O primeiro, culpa de minha mãe Lucilla e seus LP’s (imaginem isso, LP’s...) de música francesa como Jacques Brel, Yves Montand, Charles Aznavour e também de minha irmã Bia que, ao se mudar para a França no final dos anos 70 (cruzes!), teve a paciência de me importar, com 13 anos, para conhecer o Velho Mundo.

E o segundo se deu porque, sortudo, pude conhecer dois magníficos homens de jornal, que lá trabalhavam: o Walter Fontoura – à época Editor-Chefe e hoje de volta em São Paulo - e o Bernard da Costa Campos – à época Diretor e já falecido.

Mas como sonhos são apenas sonhos, cresci e precisava trabalhar, procura aqui, acolá e acabei por entrar em um mercado que estava em franca expansão no meio da década de 80 (nossa!, essas datas longínquas de novo): propaganda.

Pelas mãos de um grande amigo até hoje, o Luiz Aviz, aprendi o ofício e me apaixonei pela profissão.

A partir daí, foi uma questão de tempo (aliás, muito) até ter, entre os clientes aos quais eu atendia, o Jornal do Brasil.

Mais um tempo se passou até que, em 2006 aceitei um convite e vim trabalhar no Jornal do Brasil, em sua sede nova no Rio Comprido, onde ocupei várias posições e morei em Brasília e em São Paulo – um sonho realizado.

De volta ao Rio de Janeiro (e ao Rio Comprido também) em agosto de 2008, comecei um trabalho para promover novas abordagens aos aspectos econômicos, culturais e sociais do Brasil no exterior, a fim de se criar uma imagem positiva de diversos setores da vida e da sociedade brasileira, em seus variados aspectos.

Esta visão prosperou ao ponto de fazer com que, ao final de 2009, me mudasse para morar em Paris – meu outro sonho realizado.

Resolvi contar isso tudo logo na primeira coluna do ano para desejar que em 2010 todos os seus sonhos se realizem - podem ter fé: acontece!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Feliz Natal e Feliz Ano Novo

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Acho que por conta do tempo brando para a época e das férias de Natal, os parisienses têm tentado voltar ao seu ritmo normal de vida e as ruas têm ficado lotadas para as compras natalinas, causando problemas à circulação de veículos e pessoas, como no metrô, que anda insuportável.

E, após um ano com tão conturbado, desejo que todos vocês tenham um Natal e um final de 2015 com muito carinho e amor e deixo minha wish-list para 2016: para um inimigo, perdão; para um oponente, tolerância; para um amigo, seu coração; para um cliente, serviço; para tudo, caridade; para toda criança, um bom exemplo e, para você, o meu respeito.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

10 coisas para NÃO se fazer em Paris


Da mesma forma que Rive Gauche sempre apresenta, ao final do ano, uma lista com as 100 coisas que você precisa fazer para poder se considerar um “parisiense de adoção”, também apresentamos uma lista com as 10 coisas para não se fazer em Paris e o seu porque. Vamos à lista:

1) Não faça compras na Avenues des Champs-Elysées: a via já pode ter sido a mais bela avenida do mundo, mas que hoje foi invadida por cadeias globais de lojas de moda, como H&M, Zara, Abercrombie, cinemas multiplex, concessionárias de automóveis e uma turba de adolescentes indo e vindo, para cima e para baixo.

2) Não se deslumbre pela alta gastronomia: Paris tem quase 70 estabelecimentos com Estrelas no Guide Michelin Rouge, sendo portanto, um paraíso para os gourmets de todo o mundo. Mas além da muita pompa e circunstância, na grande maioria desses tradicionais e requintados restaurantes, os preços são estratosféricos.

3) Não passar o dia no Louvre ou no d'Orsay: são os museus mais famosos de Paris e neles estão algumas da mais famosas obra-de-arte de todo o mundo. Mas não pense nem por um segundo que são suas melhores ou mesmo as suas únicas opções. Paris tem muitas outras opções de museus, municipais ou nacionais e sem as angustiantes e enormes filas para se entrar e também sem as multidões que irão, com certeza, prejudicar a sua experiência.

4) Não assassine a moda ou o estilo: em Paris, mesmo nos dias de canicule, nem pensar em usar shorts ou bermudas, a menos que você realmente queira ser tratado como um turista qualquer e, como diriam os franceses, ça ne se fait pas. Outra dica é: deixe os reluzentes tênis brancos em casa, também porque, como regra geral, os parisienses evitam se vestir como se fossem correr na praia ou escalar os Alpes no inverno. Por outro lado, também não exagere na produção só porque você está indo para a capital mundial da moda.

5) Não abuse dos táxis: Paris definitivamente não é Rio ou São Paulo: aqui os táxis são ainda mais difíceis de conseguir e quase nunca se consegue pará-los na rua, sendo necessário fazer filas (enormes, às vezes) em pontos como os de ônibus ou agendá-los com antecedência. Outro ponto negativo é que a tarifa é alta e por muitas vezes as ruas ficam bloqueadas por carros ou furgões que param em fila dupla e aí seu taxímetro sobre aos píncaros.

6) Não procure um ambiente intelectualizado na Rive Gauche: é verdade que Sartre e Simome podem ter amado o Les Deux Magots ou o Café de Flore e que Picasso e Hemingway podem ter almoçado ou jantado no La Coupole ou na La Closerie des Lilas mas esses dias acabaram e atualmente esses locais só servem aos turistas e cobram bem cara para isso. Mas, com sorte, talvez você possa escutar alguém filosofando sobre a imoralidade de se cobrar 16 Euros por torradas com manteiga e um suco de laranja.

7) Não perca tempo subindo a Tour Eiffel: imagine que em 2010 quase 7 milhões de pessoas subiram ao topo da torre, o que não é uma coisa simples: filas de quase duas horas para comprar, mais vinte ou trinta minutos entre o chão e as trocas de níveis e elevadores até o topo – sem contar as mesmas filas para descer. E tudo isso para chegar lá e perceber que a vista, apesar de muito ampla, é bem monótona, já que a cidade é muito plana e toda muito uniforme, à exceção de um ou outro monumento que pode ser avistado.

8) Não reserve o hotel mais barato: encontrar um hotel decente em de Paris por um preço razoável pode levar até mesmo os mais experientes viajantes à beira do desespero: a grande maioria dos hotéis são incrivelmente caros. Mas pior ainda é achar que fez um excelente negócio e se descobrir numa espelunca longe de tudo, sem elevador, sem staff, sem ar condicionado ou mesmo sem calefação.

9) Não se entupa de croissants ou baguettes: todos nós sabemos sobre as virtudes de ouro das boulangeries francesas, mas há um mundo inteiro de outros sabores esperando para serem descobertos e sempre, na sua grande maioria, com preços justos e espalhados por pâtisseries em toda a cidade.

10) Não se baseie em estereótipos: todos sempre escutamos que os parisienses são grosseiros e que em Paris os garçons são mal-humorados, que os vendedores são inúteis, que todos são esnobes e retraídos. A verdade é que os parisienses são mais reservados do que a maioria dos brasileiros e que são mesmo menos suscetíveis a ser tornarem nossos melhores amigos em apenas meia hora e que não faz parta de sua cultura distribuir sorrisos e perguntar como podem ser úteis o tempo todo nas lojas, portanto, não retribua isso com grosseria de sua parte.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

100 coisas para se fazer em Paris


Rive Gauche sempre apresenta, ao final do ano, essa lista com as 100 coisas que você precisa fazer para poder se considerar um “parisiense de adoção”.

Uma “to do list” que vai muito além da inescapável subida à Tour Eiffel ou a um passeio pelas ruas da Île de Saint Louis saboreando um cornet Bertillon.

Aliás passa muito longe dos clássicos como passar um domingo no Marché aux Puces, subir para Sacre Cœur pelo funiculaire, andar na Grande Roue de Paris, descer a Tour Eiffel pelas escadas, pegar um Bateau-Mouche, fazer seu portrait por um caricaturista da Place du Tertre em Montmartre, andar no andar de cima daqueles ônibus de turistas ou mesmo ficar dando voltas e mais voltas para estacionar o carro.

Vamos à lista, revisitada:

1. Jantar no Tokyo Eat (16ème) sem entrar pela porta do Palais de Tokyo
2. Tomar café da manhã no terraço do Café Marly (1er), um dos muitos “Costes”
3. Sentar à mesa no l’Astrance (16ème)
4. Fazer uma festa de despedida no Train Bleu, na Gare de Lyon (12ème), sem viajar para lugar algum
5. Jantar em uma das mesas do lado de fora da Lipp (6ème), de preferência ao lado de uma celebridade
6. Tomar uma sopa de cebola em Les Halles (1er)
7. Tomar um sorvete de casquinha comprado na matriz da Maison Bertillon (4ème)
8. Se deleitar com um Paris-Brest de Philippe Conticini, da Pâtisserie des Rêves na Rue du Bac (7ème)
9. Ter prazer em encher seu carinho de compras na la Grande Épicerie du Bon Marché (7ème)
10. Ter sido seduzido pelo macaron de caramel au beurre salé do Ladurée (8ème)
11. Tomar um chá de menta na Mesquita de Paris (5ème)
12. Almoçar uma verdadeira refeição tamoul no Pooja (10ème)
13. Comer uma costela – para dois – às seis da manhã no Denise, na La Tour de Montlhéry (1er)
14. Acreditar que está em Nova York ao desfrutar um club sandwich no Harry's Bar (2ème)
15. Encomendar uma tábua de queijos na Marie-Anne Cantin (7ème)
16. Gastar uma manhã inteira em um domingo no marché bio do Boulevard Raspail (7ème)
17. Almoçar um bento no Kunitoraya 2 (1er)
18. Brindar com vinho da Fête des Vendanges de Montmartre, no início de outubro (18ème)
19. Comer falafel no l'As du Fallafel, na Rue des Rosiers (4ème) em um domingo
20. Gastar 80 € por um frango assado – para dois – com fritas no l’Ami Louis (3ème)
21. Saber onde comprar flores e comer ostras no Marché de Rungis (Val-de-Marne)
22. Comprar seu chá favorito numa das várias lojas dos Mariage Frères
23. Fazer um piquenique na Pont des Arts (passarela sobre o Sena, ligando o Institut de France e o Louvre)
24. Acreditar que está em Beyrouth ao comer um sanduíche libanês na Avenue George V (8ème)
25. Comer no New Nioullaville (11ème) para comemorar o Ano Novo Chinês
26. Tomar um café no Flore (6ème)
27. Saborear um "plateau" de ostras BB no La Coupole (14ème), sentado como um habitué nos bancos vermelhos (mas não nos da varanda, é claro)
28. Ser capaz de jurar que a cabeça do novilho é do Apicius (8ème)
29. Beijar seu amor no Quai ou no Port de la Tournelle, na margem do Sena, é claro
30. Pedir um cocktail da mesma cor dos olhos de sua companhia no bar Hemingway do Hotel Ritz (1er)
31. Passar a noite no Hotel Chopin na Passage Jouffroy (9ème) para namorar
32. Conseguir gravar o seu nome e o nome do seu amor na parede das catacumbas (14ème)
33. Jogar cartas e tomar champagne no convés de um Bateau-Mouche para apreciar as luzes da cidade
34. Combinar um encontro, ao menos uma vez, à de Notre-Dame, na fontaine Saint-Michel ou nos degraus das escadarias da Opéra Garnier
35. Beber algo no Bourbon, atrás da Assemblée Nationale (7ème), ao por do sol
36. Passear no Père Lachaise (20ème) e visitar os túmulos de Jim Morrison e de Oscar Wilde
37. Descer aos Esgotos de Paris (7ème) e sentir seu odor
38. Correr nas Tuileries (1er) ao amanhecer
39. Dar voltas em torno da Place des Vosges, tentando descobrir onde fica o apartamento de Jack Lang, de Maître Binoche e o de DSK
40. Ir até o parque de Bartabas em Aubervilliers
41. Fazer parte de um dos passeios em patins por Paris
42. Vagar pela cidade durante a Nuit Blanche
43. Comprar um passe de Vélib
44. Pegar as escadas rolantes do Beaubourg (4ème)
45. Admirar as vitrines de Natal dos grands magasins
46. Ter procurado o Café des Deux Moulins, na Rue Lepic (18ème), pensando na Amelie Poulain
47. Se perder na estação de Chatelet-Les Halles (1er)
48. Andar pela Rue St. Honoré (1er) e ver suas vitrines sem gastar um centavo
49. Ser confundida com Shirley MacLaine em Irma la Douce (de Billy Wilder) ao passar pela Rue Casanova (1er)
50. Perder a baldeação na estação Michel-Ange-Molitor e ter que fazer meia volta por nada pela linha 10 do Metrô
51. Assistir ao desfile em 14 de julho nos Champs-Elysees (8ème)
52. Brincar com um barco de controle remoto nos lagos dos Jardins du Luxembourg (6ème) ou des Tuileries (1er)
53. Ver os velhos crocodilos no Palais de la Porte Dorée (12ème)
54. Conseguir acabar de ler um livro em uma das cadeiras verdes (se disponível) no Jardin du Luxembourg (6ème)
55. Conseguir uma entrada para uma soirée de Almodóvar ou de Lynch no Champollion (5ème) ou para uma jornada de Star Wars no Grand Rex (2ème)
56. Insultar todos os táxis que passam ocupados
57. Ir um uma caserna dos bombeiros para dançar em um Bal de Pompiers, na noite de 14 de julho
58. Esperar a Tour Eiffel piscar no restaurante do Théâtre de Chaillot (16ème), durante o intervalo
59. Tomar uma bebida no Canal Saint-Martin (10ème), entre duas partidas pétanque
60. Dançar ao som de DJ no Batofar, Quai François Mauriac / Port de la Gare (13ème)
61. Dançar nos clássicos salões do Maxim's (8ème) nas sextas-feiras das soirées Belle Époque
62. Apostar em uma corrida de trote no Hippodrome Paris-Vincennes (12ème), em uma noite de inverno
63. Ser barrado no Chez Castel (6ème)
64. Caminhar para casa, de manhã cedo, por falta de ônibus e metrô
65. Esperar o nascer do sol nos degraus das escadarias de Sacré-Cœur (18ème)
66. Frequentar um curso no Collège de France (5ème)
67. Ir numa vernissage da Galerie Kamel Mennour (6ème) para encontrar o artista em pessoa, como Claude Lévêque ou mesmo Daniel Buren
68. Assistir à uma ópera na Opéra Bastille (12ème)
69. Ir ao Louvre (1er), mesmo que seja apenas para sorrir para a Mona Lisa e permanecer na sala dos Rubens
70. Ver Podalydès atuar no Comédie-Française (1er)
71. Passear pelas prateleiras das livrarias La Hune (6éme) ou L'Ecume des Pages (6ème)
72. Ir no Orsay para admirar “Nuit Étoilée” de Van Gogh (7ème)
73. Entrar no atelier de Delacroix na Place de Furstenberg (6ème)
74. Tentar entrar no Château des Brouillards em Montmartre (18ème)
75. Conhecer a Porte de l'Enfer nos jardins do Musée Rodin (7ème)
76. Ter compreendido a Batalha de Austerlitz nos Invalides (7ème)
77. Entrar no metrô pela saída Guimard na Porte Dauphine (16ème) ou pela Othoniel na Place du Palais-Royal (1er)
78. Ter andado entre girafas e elefantes na Galerie de l'Évolution do Musée d'Histoire Naturelle (5ème)
79. Assistir a uma comédia musical no Théâtre du Châtelet (1er)
80. Ter visto no Théâtre des Champs Elysées (8ème) Filarmônica de Viena ou de Berlim
81. Entrar cofres do Banque de France, durante as Jornadas do Patrimônio
82. Levar seus filhos no mais antigo teatro de marionetes de Paris, no rond-point do Champs-Élysées (8ème)
83. Se permitir um domingo de compras na Rue des Francs-Bourgeois (4ème)
84. Comprar um disco de vinil na Crocodisc (5ème)
85. Entrar no Herboristerie do Palais-Royal (Ier) e fazer muitas perguntas
86. Receber o seu chefe numa camisa Charvet (Ier), uma referência da camisaria sob-medida
87. Sair da Colette (1er) com um montão de coisas desnecessárias
88. Querer comprar um filhote de cachorro na animalerie do Quai de la Mégisserie (1er)
89. Assistir a uma missa ortodoxa na Rue Daru (8ème)
90. Dar lances (mas não muitos) na Casa de Leilões Drouot (9ème)
91. Ter tempo para si mesmo no spa do Le Meurice (1er) ou do Plaza Athénée (8ème)
92. Pagar 90 centavos de Euro por um “œuf mayo” no Voltaire (7ème)
93. Ter andado na calçada do Palais de l'Élysée (8ème) e ter sido advertido pela Gendarmerie
94. Encontrar ao menos um motorista de táxi amigável
95. Tomar uma bebida no segundo andar do Le Germain e ver o busto amarelo de Sophie, do escultor Xavier Veilhan
96. Assistir ao ballet da Ópera de Paris e fazer sua reverência "em arco"
97. Confundir as colunas Buren por estátuas, no Palais Royal
98. Experimentar o cabelo subir na cabeça, na sala de eletrostática doPalais de la Découverte (8ème)
99. Escolher e experimentar guitarras nas lojas da Rue de Douai (9ème)
100. Passar ao menos um mês de agosto em Paris

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Os maravilhosos Château Mouton Rothschild


Como sempre faço ao escrever sobre vinhos, deixo claro que não tenho a ousadia de competir com meu amigo e colega de sítio (como a Ana Ramalho chama aqui seu “site”) Reinaldo Paes Barreto – ele sim um grand connaisseur de vinhos e afins – mas de qualquer forma arrisco aqui a sua descrição: o Château Mouton Rothschild fica na Região de Médoc, na cidade de Pauillac e produz um dos melhores Bordeaux e é classificado como um "Premier Grand Cru Classé", a mesma e rara distinção dos Châteaux Margaux, Latour, Lafite Rothschild e Haut-Brion.

E, para completar, resolvi falar sobre os seus rótulos e não sobre o vinho em si, já que além de ser um excelente vinho, o Château Mouton Rothschild é particularmente famoso pelos seus maravilhosos, belos e diferentes rótulos.

Tudo começou quando, em 1945, o Baron Philippe de Rothschild decidiu comemorar a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial e aí mandou decorar o Mouton Rothschild com um "V" (de vitória) desenhado por Philippe Jullian.

Depois, entre 1946 e 1954, o Baron usou vários pintores ou ainda cartunistas para criar os rótulos até que, a partir de 1955 passaram a ser criados por artistas de renome internacional e que não eram pagos por este trabalho: recebiam em troca vinhos de duas diferentes safras, incluindo aquela para qual eles tenham criado e uma outra de sua escolha.

Entre os astistas que criaram seus famosos rótulos estão Chagall, Miró, Picasso, Braque, Dali, Dufour, Henry Moore, Kandinsky, Andy Warhol, Balthus, entre outros e há também exceções ou características especiais, como:
  • o rótulo de 1953 que celebra o centenário da aquisição do Château
  • o rótulo de 1973 que homenageia Pablo Picasso, morto naquele ano
  • os dois rótulos de 1978 pois não houve acordo sobre o qual seria o mais bonito
  • o escândalo do rótulo de 1993 que usava um trabalho de Balthus sobre uma garota nua e que não foi aceito nos EUA, para onde foi impressa uma série limitada sem o desenho 
  • o rótulo do milênio, em 2000, é uma serigrafia de um carneiro, o emblema do Château
  • o rótulo de 2003, que faz uma homenagem ao Baron Nathaniel de Rothschild, com sua foto











segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Os melhores bares e clubes gays de Paris


O Marais tem bares e clubes adorados pelos gays franceses e também por estrangeiros que visitam a cidade e, com certeza, quem está com viagem marcada ou pensa em ir em breve a capital francesa, não pode deixar de passar por lá. Veja abaixo uma seleção de endereços do mais conhecido bairro gay de Paris e que você não pode deixar de conhecer.

Souffleurs
Bar na linha inferninho, o Souffleurs é pequeno e frequentado por gays, lésbicas e pela comunidade artística. O som varia entre o eletrônico experimental e o rock clássico é ideal para conhecer gente diferente e tomar cerveja. A entrada não é paga e abre todos os dias das 18h00 até às 02h00 da manhã.

7, Rue de la Verrerie
4ème arrondissement
Telefone: 09 64 21 81 33
www.les-souffleurs.com

Duplex
Um dos mais antigos bares gays da cidade, o Duplex é aquele lugar que todo mundo passa em algum momento da noite. Um dos poucos espaços que fica aberto até às 04h00 da manhã aos finais de semana - e até às 02h00 durante a semana. Sempre cheio e ótimo para conhecer gente bonita.

25, Rue Michel Le Comte
3ème arrondissement
Telefone: 01 42 72 80 86
www.duplex-bar.com

Café Cox
Ao mesmo tempo bar e balada, o lugar é dedicado aos ‘muscle bears’, os ‘ursos’ que adoram passar horas na academia. Na faixa dos 30 anos, o público fetichista do lugar é adepto do figurino de couro e látex. As motos congestionam a entrada da casa. Em algumas noites, os descamisados dominam a pista. Aberto até às 02h00 da manhã.

15, Rue des Archives
4ème arrondissement
Telefone: 01 42 72 08 00
www.cox.fr

Bears’den Paris
Como no Café Cox, os "ursos" também tomam conta dessa casa, mas aqui eles estão na faixa acima dos 40 anos e a animação dos frequentadores já ficou famosa em Paris. Funciona até às 05h00 da manhã.

6, Rue des Lombards
4ème arrondissement
Telefone: 01 42 71 08 20
www.bearsden.fr

Raidd Bar
A grande atração do Raidd Bar são as apresentações de go-go boys tomando banho de sunga em aquários espalhados pelo espaço. São dois andares e duas pistas que tocam pop, eletrônico e disco divas. Na casa, também rola shows de sexo ao vivo, vale checar a programação para não ser pego de surpresa. Fica aberta até 04h00 ou 05h00 da manhã, dependendo do dia.

23, Rue de Temple
4ème arrondissement
Telefone: 01 53 01 00 00
www.raiddbar.com

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Os melhores cupcakes de Paris

Imagine quando a melhor técnica de pâtisserie do mundo - a francesa, é claro - se apaixona por uma delícia americana, o cupcake. O fruto desta paixão são os melhores cupcakes da Cidade Luz e, talvez, do mundo: são delicados, pequenos, saborosos e tão lindos de se ver que dá até pena de comer.

Berko
23, Rue Rambuteau, 3ème arrondissement - aberto de terça a domingo, das 11h30 às 20h00, o Berko é o "must" de quem aprecia cupcakes, com uma enorme variedade de sabores, como Oreo, Nutella banana ou ainda caramel au beurre salé.




Cupcakes & Co
25, Rue de la Forge Royale, 11ème arrondissement - aberto de terça a sábado, das 11h00 às 19h00, fica em uma rua pequena e tranquila perto do Faubourg St. Antoine, onde você pode desfrutar os saborosos bolinhos de forma tranquila, aproveitando ao máximo essa sua pause gourmand.




Synie's Cupcakes
22, Rue de l'Abbé Grégoire, 6ème arrondissement - aberto: terça a sábado, 11h às 20h, os cupcakes da Synie são ofertados, todos os dias, em quatro sabores inspirados nas frutas da estação e ainda os clássicos como vanille, chocolate, entre muitos outros que sempre te deixarão com água na boca a cada nova visita.




Scarlett's Bakery
15, Rue Léon Frot, 11ème arrondissement - aberto de terça a sexta-feira, das 11h00 às 18h00 e aos sábados e domingos, das 10h00 às 19h30, onde é impossível resistir ao menos dois diferentes sabores e, apesar de ter sido inaugurada há pouco tempo, acreditamos que tenha um futuro brilhante.




La Cupcakerie
40, Rue Jean-Baptiste Pigalle, 9ème arrondissement - aberta de quarta a domingo, das 10h30 às 19h30, quando você mergulha no mundo mágico da Cupcakerie de Chloe.S, você adentra em um mundo único, mágico, onde desde as toalhas de mesa às bolinhas em todos os lugares te remetem à mais tenra infância. Na La Cupcakerie de Chloe.S tudo é preparado à mão, sem conservantes e sempre com ingredientes orgânicos. E, acredite, para pessoas com diabetes ou que precisem perder ou manter seu peso, há deliciosos cupcakes sem açúcar: uma excelente maneira de saborear essas delícias pequenas sem culpa.



























NOTA DO AUTOR:

Escrevo hoje com o coração pesado pelos recentes atentados em Paris, mas a vida tem que continuar e a melhor forma de mostrar isso é mostrar ao mundo o que a Cidade Luz tem de melhor.

Ainda escrevo hoje com o coração pesado por tudo o que temos visto no Brasil: o descaso com a vida humana, o descaso ao meio ambiente, o descaso da classe política com a população em geral, o caos - por muito tempo anunciado - na economia brasileira que hoje esmaga covardemente não só as camadas menos menos favorecidas, mas também as classes médias e grande parte do empresariado nacional. Isso tem que mudar. E rápido, senão, mais uma vez, o país do futuro vai ser o país que poderia ter sido.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Os melhores sanduíches de Paris

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Segundo o Le Figaro, um estudo espanhol afirma que os consumidores de fast-food apresentam risco 51% maior de desenvolver quadro depressivo e que nada melhor para combater esse risco que comer os melhores sanduíches da capital francesa.

Dessa forma mostramos os melhores sanduíches da Cidade Luz, com seus endereços e telefones. E mais uma vez temos certeza que você vai, com certeza, adorar.

Balt
Sanduíche de queijo fresco apimentado com uma fatia de lomo (embutido espanhol) e queijo de ovelha dos Pirineus.
15, rue Monsigny, 2ème, telefone: 01 44 71 02 58

Aubrac Corner
Pur cru du terroir n°7, baguete com rosbife, tomates, alface e maionese.
37, rue Marbeuf, 8ème, telefone: 01 45 61 45 35

Épicerie Générale
Sanduíche de presunto com queijo fresco, patê de azeitonas e azeite de oliva.
43, rue de Verneuil, 7ème, telefone: 01 42 60 51 78

Gourmet Gourmand
Le Jabugo "Pata Negra", com jamón ibérico na baguete.
12 bis, rue Parrot, 12ème, telefone: 01 46 28 13 50

Flottes and Go
Cocorico, preparado com frango, tomate seco, alface e molho secreto.
2, rue Cambon, 1er, telefone: 01 42 60 00 84

Cosi
Focaccia quente recheada com ricota e nozes, com um toque cítrico.
54, rue de Seine, 6ème, telefone: 01 46 33 35 36

Label Ferme
Sanduíche com presunto, queijo fundido, vinagre balsâmico e azeitonas pretas na baguete.
43, rue Le Peletier, 9ème, telefone: 09 81 33 36 49

Du Bout des Doigts
Finas fatias de carne e creme fresco com raiz forte.
24, rue Feydeau, 2ème, telefone: 01 40 26 16 82

L'Avant-Comptoir

Sanduíche de jamón ibérico com coração de alcachofra e queijo parmesão.
3, carrefour de l'Odéon, 6ème, telefone: 01 44 27 07 97

Jeanne A
Pão ligeiramente tostado, maionese de avocado, frango, finas fatias de chorizo, raspas de limão, azeitonas pretas e tomate seco.
42, rue Jean-Pierre-Timbaud, 11ème, telefone: 01 43 55 09 49

Maison Castro
Sanduíche de chorizo, creme de alcachofras e tomates confitados.
47, rue des Moines, 17ème, telefone: 01 53 11 05 57

Le Petit Vendôme
Jambon à l'os-beurre, com presunto e manteiga.
8, rue des Capucines, 2ème, telefone: 01 42 61 05 88

Causses La Fabrique
Parisien, presunto Prince de Paris, queijo emmental e alface.
55, rue Notre-Dame-de-Lorette, 9ème, telefone: 01 53 16 10 10

Du Pain… et des Crêpes

Sanduíche de presunto Serrano com queijo Comté, alface, cebola, tomate, champignons de Paris, avocado e ciboullete.
Marché des Enfants-Rouges, 39, rue de Bretagne, 3ème, telefone: 01 44 61 70 70

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

As melhores sopas de Paris

Que tal se aproveitássemos que já estamos em novembro e que a temperatura começou a cair para nos reconfortarmos com excelentes sopas quentinhas? Exatamente por isso que apresentamos uma seleção das melhores sopas da Cidade Luz, produzidas com legumes, verduras, carnes, peixes ou aves. Temos certeza que você vai, com certeza, adorar.

Jadis
Peça a soupe velouté craquante
40, Rue Notre-Dame de Lorette
9ème arrondissement
Telefone: 01 48 74 94 31

Le Bar à Soupes
Peça a soupe carottes-ananas-gingembre
33, Rue de Charonne
11ème arrondissement
Telefone: 01 43 57 53 79

Pho Bida Vietnam
Peça a soupe Pho
36, Rue Nationale
13ème arrondissement
Telefone: 01 53 79 01 61

Mémère Paulette
Peça o gaspacho sucré-salé, incluído nos menus
5, Rue Paul Lelong
2ème arrondissement
Telefone: 01 42 36 26 08

Les Cocottes
Peça o velouté de potimarron
135, Rue Saint-Dominique
7ème arrondissement
Telefone: 01 45 50 10 31

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

La Mère Poulard, no Mont Saint Michel (com vídeo)

Dizem que a melhor omelete do mundo (ou seria o melhor?) é o da Normandia e também dizem que a melhor omelete da Normandia é a que se pede no La Mère Poulard, um restaurante dentro da citadela medieval do Mont Saint Michel e que também abriga um hotel de 27 quartos (nunca fiquei hospedado).

Fundado em 1888 – tem mais de 125 anos – oferece a tradicional cozinha regional normanda, ao estilo caseiro e sua especialidade são as omeletes baveuses gigantes, que mais parecem um soufflé do que uma omelete e que seguem à risca a receita de sua fundadora, Annette Poulard: a manteiga e as claras são batidas à exaustão, em grandes tachos de cobre, com o ritmo certo que só muitos de anos de prática incansável permitem.

Annette tinha 20 anos quando o Mont Saint Michel abriu as suas portas mais uma vez para o mundo exterior e, para acolher os visitantes e peregrinos, ela abriu sua pousada: só que muitos iriam lá apenas para provar a culinária daquele lugar que, mais que rapidamente, ficou reconhecido pela extraordinária qualidade de suas mais de 700 receitas.

Esse reconhecimento do público rendeu à Annette o apelido de "Mère", um título honorário para, distinguir os melhores cozinheiras, ou seja, os Chefs mais talentosos do sexo feminino.

Entre suas famosas receitas estão a omelete baveuse, o carneiro dos pastos próximos ao Monte Saint Michel, a lagosta da Bretanha, peixes e mariscos da própria baía ao redor do monte e muitas sobremesas com tempero local: a manteiga, é claro. Normalmente peço sempre um delicioso omelete de cogumelos.

Além disso o restaurante mantém uma fábrica de biscoitos amanteigados - veja o vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=1p1Nmb3EQQM









segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Les Caves du Louvre

Ver imagem original

Após 18 meses de trabalho e um investimento de € 1,8 milhões, será inaugurado em Paris a sua primeira cave interativa para a descoberta de vinhos, as Caves du Louvre – outrora um local discreto e histórico em Paris – que era um desafio era enorme, mas vendo o resultado final, podemos admitir que este novo templo do vinho, dos mesmos sócios do bar à vin, Ô Chateau realmente preenche uma lacuna.

Concebida dentro de um hotel particulier do Século XVIII e contando com uma rica decoração, as Caves du Louvre são, mesmo assim, de uma simplicidade desconcertante, que não deixa transparecer os tesouros que ela esconde: após entrar por um salão de recepção relativamente impessoal e um lance de escadas, o cliente entra em um universo cuidadosamente trabalhado em cortiça, madeira e aço, no qual ele vai ser capaz de descobrir o mundo do vinho através dos cinco sentidos, longe das habituais ferramentas de enólogos e dos amontoados de rolhas, já que a experiência oferecida é digital.

O guia vem na forma de um aplicativo gratuito e que pode ser baixado no site ou mesmo durante a visita no local. Enquanto faz o tour, este guia digital e sua capacidade de geo-localização faz os clientes descobrirem muitas informações, questionários e vídeos, além dos elementos apresentados.

A sala do toque permite que, por exemplo, que se sinta, descubra e que se entenda os diferentes tipos de solo. A saldo do cheiro é um convite para encontrar 42 diferentes aromas de vinho. A sala do gosto permite, por sua vez, redescobrir os sabores básicos dos vinhos.

A história do local – que até pouco tempo atrás ainda abrigava em seus 600m2 muitas garrafas – remonta à época de Louis XV, quando lá se armazenavam os vinhos escolhidos por Trudon, cirier e sommelier real, para serem degustados nos jantares oficiais do Louvre, para onde eram levados por túneis subterrâneos.

Durante a noite, quando não há mais visitantes, cursos são ministradas por enólogos para já iniciados que, ao final das aulas sairão com seu próprio vinho fechados com rolhas de cera. Também se encontram coisas inesperadas, como as máquinas automáticas de fotografias que nos permitem personalizar rótulos e ainda uma loja com acessórios essenciais como aeradores, decanters, livros especializados etc.

Só indo lá para entender por que seus fundadores pretendem ter 100.000 visitantes por ano. Vale a pena.

Les Caves du Louvre
52 rue de l’Arbre Sec
1er arrondissement - Paris
Telefone: 01 44 73 97 80

Visitas diárias, das 10h00 às 18h00
Boutique aberta das terças aos sábados, das 10h00 às 20h00
Preços: 11€ (visita simples), 18€ (visita + 3 copos de vinho), 35€ (visita + 1 garrafa de vinho)
Cursos: 75€
www.cavesdulouvre.com

(com informações de Jean-Michel Brouard, do portal Terre des Vins)














segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Maison de la Truffe – com receita


Como os apreciadores da boa mesa sabem, a trufa negra é reconhecida em todo o mundo por seu sabor e aroma inigualáveis, sendo chamada, em alguns casos, de ouro negro, diamante negro ou ainda pérola negra.

E nada mais natural do que uma joalheria para criar, expor, comercializar produtos como os acima: esta joalheria é a Maison de la Truffe, fundada em 1932 e que proporciona aos paladares mais delicados as mais diversas variedades de trufas e produtos derivados.

A idéia de fundar uma casa especializada em trufas partiu de corretores desta mercadoria na cidade de Carpentras, famosa por seu renomado mercado local de trufas, que imaginaram que poderiam vender suas trufas diretamente para os parisienses.

Por conta desta relação privilegiada com os produtores, a Maison de la Truffe manteve, desde a sua fundação, forma a garantir que sua clientela possa desfrutar sempre as melhores trufas e seus produtos.

Foi essa ligação íntima que permitiu que a Maison de la Truffe pudesse se estabelecer quase que instantaneamente como uma referência de luxo para a qualidade, tornando-se um local de encontro para gourmets.

No ano de 1978 o Chef Guy Monier assumiu a casa e perseguiu o seu desenvolvimento através da criação de receitas engenhosas, que oferecem uma combinação única e inovadora de sabores, texturas e cores, que tornam cada degustação única, combinando harmoniosamente tradição com criatividade.

Em 2007, a Maison de la Truffe foi adquirida pela vizinha Maison Kaspia (especializada em caviar) e conta hoje com dois endereços em Paris, ambos no 8éme arrondisement: no número 14 da Rue Marbeuf e no número 19 da Place de la Madeleine, que é o meu preferido.

Além de Paris, está presente em Hamburgo, Taipei, Genebra e Zurich e ainda em Bruxelas, através do Le Kwint, que desde 2009 se vale exclusivamente de receitas e produtos da Maison de la Truffe e da Maison Kaspia.

Receita do Chef:
- Oeufs de Poule en Brouillade à la Truffe Noire Mélanosporum - para 4 pessoas

Ingredientes:
12 Ovos
1 dente de alho
20g de fatias de Truffes Noire Mélanosporum
100ml de azeite de Truffe Noire Mélanosporum
25g de manteiga sem sal
50ml de creme de leite
Sal e pimenta

Preparação:
Quebre os ovos, adicione as lascas de trufas, metade do azeite de trufas e tempere.
Esfregue a panela com o dente de alho, adicione manteiga e esquente.
Adicione a mistura dos ovos mexidos.
Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre com uma espátula de madeira.
Os ovos deverão ficar com uma consistência cremosa.
Tire a panela do fogo e adicione o creme de leite.
Sirva com uma salada verde, vinagrete de trufas e coma em seguida.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A 14ª Edição da Nuit Blanche (com vídeo)


Aconteceu neste último sábado (3) a 14ª Edição da Nuit Blanche, que teve como tema o clima, contou com mais de 30 artistas internacionais e desde obras monumentais até street art, performances, instalações sonoras e visuais.

Esta edição marcou um encontro com os insones que apreciam arte já à partir das 19h00 de sábado, quando exposições, instalações e performances animaram e aconteceram em diversas regiões da Cidade Luz durante toda a noite e madrugada de domingo - uma espécie de jornada cultural madrugada adentro que foi a origem de muitas manifestações semelhantes em diversas cidades do mundo, como os “viradões culturais” no Rio e em São Paulo.

Como em todas as edições anteriores, os transportes públicos funcionaram durante toda a noite para facilitar a vida dos que visitaram, de forma gratuita um evento cultural ímpar que proporcionou momentos de encontros e de descobertas sob o signo da excelência da diversidade cultural, trazendo uma enorme variedade de artes visuais com vídeos, performances, esculturas e instalações em locais como monumentos, museus, centros culturais, centros de arte, escolas, teatros, praças, jardins. edifícios públicos e centros desportivos e de lazer.

A programação "IN" foi criada e teve sua curadoria feita pela direção criativa do próprio evento enquanto a programação "OFF" foi feita pelas mairies dos arrondissements e pelos museus, galerias e associações de cada região participante, com 4 itinerários diferentes sendo que 3 deles se concentram no norte de Paris:

Percurso Norte-Oeste: começa no Museu Nissim de Camondo (no 8° arrondissement), passa pelo Parc Monceau e pelo Parc Clichy-Batignolles (no 17° arrondissement) e termina na Petite Ceinture (uma antiga linha de trem desativada no 18° arrondissement).

Percurso Norte-Leste: começa na Gare du Nord (10° arrondissement), passa pelo 18° arrondissement, pelo Centquatre (centro de arte contemporânea no 19° arrondissement) e termina em Aubervilliers (cidade próxima a Paris). Pela primeira vez acontecerão atividades fora da cidade.

Tangent: esse percurso conecta os dois anteriores e passa pela Mairie do 18° arrondissement e pelo Ground Control (espécie de bar e local de eventos às margens da linha de trem desativada citada acima).

Hôtel de Ville: dentro dele alguns dos museus tradicionais da cidade estarão abertos gratuitamente até mais tarde ou mesmo durante toda a madrugada. Veja seus destaques abaixo:

Centre Pompidou: acesso gratuito das 20:00 às 02:00.
Musée du Luxemburg: acesso gratuito das 19:30 à meia noite para a exposição Fragonard.
Conciergerie: acesso gratuito das 19:30 à meia noite para a instalação do artista Georges Rousse
Monnaie de Paris: acesso gratuito das 19:00 às 07:00 para a exposição Take Me (I’m Yours)

Veja aqui o vídeo promocional da 14ª Edição da Nuit Blanche:

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Le Marais, un trésor à Paris (com vídeo)



O Marais fica ocupa parte do 3ème e do 4ème arrondissements de Paris, na Rive Droite do Sena e é considerado, assim como o Quartier Latin, um bairro histórico, e frequentado pela nobreza até finais do século XIX.

Em 1240 a Ordem dos Templários (que foi fundada em 1129) construiu, na parte norte do Marais – à época fora dos muros de Paris – uma igreja fortificada, transformando essa zona em uma área atraente a ponde de Charles I d’Anjou, Rei de Nápoles e Sicília e irmão do Rei Louis IX da França construiu sua residência perto do atual n° 7 da Rue de Sévigné.

Pouco mais de um século depois, em 1361, o Rei Charles V lá construiu o Hôtel Saint-Pol, que serviu como sede da Corte durante o seu reinado, assim como o de seu filho.

Desde então e especialmente após a criação da Place Royale (atual Place des Vosges) por Henri IV em 1605, o Marais era o local favorito de residência da nobreza francesa.

Na década de 1950, o bairro tornou-se uma área da classe trabalhadora e a maioria de suas obras arquitetônicas estavam em péssimo estado de conservação até que, em 1964, André Malraux, Ministro da Cultura do General de Gaulle fez do Marais o primeiro “Secteur Sauvegarde”, a fim de proteger e conservar lugares de importância cultural especial.

Nas décadas seguintes o governo praticou uma intensa uma política de reabilitação e de restauração dos principais hôtels particuliers que foram transformados em museus: o Hôtel Salé hospeda o Museu Picasso, o Hôtel Carnavalet hospeda o Museu Histórico de Paris, o Hôtel Donon hospeda o Museu Cognac-Jay e até a própria Place de Vosges foi revigorada.

O Beaubourg, que fica na parte oeste do Marais, foi o local escolhido para o Centro Georges Pompidou, que hospeda o Museu de Arte Moderna da França, um dos mais importantes do mundo.

Também é reconhecido como o bairro judeu e, por conta dessa sua herança judaica, lá encontramos vários pequenos restaurantes que oferecem quitutes típicos e, é claro, todos kosher.

Esse movimento começou após a nobreza se mudar para o entorno do Faubourg Saint-Germain (onde hoje encontramos parte do 6ème e do 7ème arrondissements) no Século XVII e o bairro se tornou-se área comercial, popular e muito ativa.

Ao final do Século XIX e durante a primeira metade do Século XX, a região em torno da Rue des Rosiers recebeu muitos judeus da Europa Oriental (Ashkenazi) que infelizmente foram perseguidos durante a ocupação Nazista da França na Segunda Guerra Mundial e hoje em dia esta região está plenamente revitalizada, recebendo muitos turistas e bastante frequentada pela comunidade gay que lá encontra lojas de griffes, brechós transados, pequenos bistrôs, bares da moda e galerias de arte.

Mas uma característica escapa aos olhares da maioria dos brasileiros: o Marais é também conhecido pela forte comunidade chinesa que lá se encontra e cuja ocupação começou durante a Primeira Guerra Mundial.

Naquela época a França precisava de trabalhadores para substituir os seus soldados em guerra e a China decidiu então enviar milhares de chineses sob uma condição: de que eles não participariam da guerra.

Após a vitória de 1918, muitos decidiram ficar em Paris, se estabeleceu no norte do bairro, principalmente no entorno da Place de la République e vivem, basicamente, do comércio de jóias e de artigos de couro.

Para ver mais do Maris, acesse o vídeo "Le Marais, un trésor à Paris" ao clicar no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=nyIuTfK26tY