segunda-feira, 25 de maio de 2015

Provins, uma pérola da Idade Média


Se você gosta de história não perca um passeio até Provins, a meio caminho entre Paris e Reims, no departamento de Seine-et-Marne.

Uma das cidades medievais mais bem preservados na França e, apesar de estar listada pela UNESCO como um Patrimônio da Humanidade, Provins ainda é relativamente desconhecida dos visitantes estrangeiros.

Nos Séculos XII e XIII, suas feiras atraíam comerciantes de toda a Europa, que ao chegar percebiam que a cidade fazia do comércio de alto luxo a sua especialidade.

A pequena cidade tem 58 monumentos incluídos no rol dos Monumentos Históricos da França e, no lugar de visitá-los um a um, provavelmente você iria preferir dar uma voltinha em suas ruas calmas, venda as fachadas medievais das casas e absorvendo sua atmosfera bucólica.

O Grange aux Dimes (celeiro de dízimos) era originalmente um mercado coberto para abrigar as feiras da primavera e do outono e hoje conta com uma série de cenas recriadas com manequins vestidos de acordo com os costumes da época, passando uma idéia do que era o comércio local de então.

Uma outra atração imperdível é a Tour César, construída à beira de um rochedo para proteger o antigo palácio dos Condes de Champagne, oferece uma magnífica vista panorâmica a partir do alto da torre.

Em Provins você encontra pernoites que vão desde modestos “bed-and-breakfast” até o melhor hotel da cidade, Aux Vieux Ramparts, de 3 estrelas e, se você estiver com crianças ou gosta de um pouco de ação, há dois shows que simulam justas e combates medievais e ainda tem o Festival Medieval Anual, quando são encenados de forma ainda maior as justas, as feiras, as batalhas e, se você vier com trajes de época, a entrada é grátis (veja em www.provins-medieval.com).

A cidade oferece aos visitantes produtos artesanais tradicionais, como cerâmicas, azulejos desenhados, mel e rosas – inclusive, diz uma lenda que a “Rosa Gallica” foi trazida de volta à cidade por Thibault, Conde de Champagne, em 1240 e que continua até hoje sendo um símbolo da cidade.















segunda-feira, 18 de maio de 2015

John Lobb, um dos símbolos da elegância masculina



Como vocês sabem, minha primeira estada em Paris foi em 1978 e, desde então, voltava com regularidade até me mudar de vez, ao final de 2009. Numa destas ocasiões, em 1998, conheci um brasileiro que aqui morava, o Fritz d'Orey.

O Fritz foi um dos primeiros brasileiros na Fórmula 1, em 1959, quando competiu pelas equipes Maserati e Camoradi em três GP’s: França, Inglaterra e Estados Unidos.

Infelizmente, após ser contratado pela Ferrari em 1960 e ter participado das 12 Horas de Sebring, ele sofreu um grave acidente nas 24 Horas de Le Mans, a 270 km/h, que interrompeu precocemente sua promissora carreira e hoje em dia mora em Cascais.

Numa tarde de fevereiro de 1998, estávamos andando pelo Boulevard Saint Germain e passávamos em frente a uma loja da John Lobb, ele para e me pergunta, na lata: você já tem um John Lobb? Se não tem, ainda não conhece a verdadeira elegância de um sapato masculino: eu não apenas não tinha, como também não conhecia a marca fundada em 1849, que fabrica sapatos e botas para homens (e mulheres também) de altíssimo luxo e que foi adquirida em 1976 pela Hermès.

Seus produtos são inteiramente produzidos e acabados à mão, de forma artesanal e têm faixa de preço entre 900 a 8000 euros, com uma produção inferior a 100 pares/dia e podem ser encontrados em versões prêt-a-porter ou sob encomenda – imaginem que desde a escolha do couro até ser colocado em sua caixa amarela, cada par de John Lobb passa por 190 diferentes etapas durante o seu processo de fabricação.

Hoje a empresa conta, além das três filiais de Paris, com lojas em Nova Iorque, Los Angeles, Dubai, Moscou, Madri, Genebra, Londres, Shanghai, Hong Kong, Seul, Taipei, Fukuoka, Nagoya, Osaka e Tóquio.

Por culpa do Fritz tenho hoje alguns poucos pares de John Lobb. Uma outra do Fritz: quando ele morou em Paris, seu carro era uma Ferrari 456GT, verde com interior creme, de uma elegância ímpar - aliás, em Cascais ele tem uma Ferrari novinha. Um dia ele me diz, vamos dar uma volta no Bois de Boulogne e você dirige. Mas essa vou contar depois. Uma boa semana.







segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Palais de l'Élysée



Atualmente ocupado por François Hollande, o Palais de l'Elysée é a residência oficial do Presidente da República Francesa, que lá mantém seu gabinete e as reuniões do Conselho de Ministros e é próximo da Avenues des Champs-Élysées, sendo sua entrada no número 55 da Rue du Faubourg Saint-Honoré.

Sua história começa em 1718 quando o Comte d'Évreux comprou grande terreno, à oeste de Paris e a construção e decoração do Hôtel d'Évreux – como ficou conhecido – durou até 1722.

Com a morte do Conde em 1753, foi comprado por Louis XV para ser a residência da sua amante, Madame de Pompadour, até que ela morresse, quando propriedade passaria para a Coroa Francesa.

Em 1773, foi comprado por Nicolas Beaujon, que além de banqueiro era um dos homens mais ricos da época e que, segundo ele mesmo, precisava de uma "casa de campo" adequadamente suntuosa mas sendo depois vendida, em 1787 para Louise-Marie-Thérèse-Bathilde d'Orléans, Duchesse de Bourbon, recebendo então o nome de Élysée.

Infelizmente para a Duquesa, veio logo a seguir a Revolução Francesa, quando teve que fugir do país e abandonar a propriedade, que foi confiscada e, em 1803, vendida para Murat e apenas cinco anos depois, em 1808, para Napoléon Bonaparte, quando passou a ser conhecida como Élysée-Napoléon.

Ao perder a Batalha de Waterloo, Napoléon retornou diretamente ao palácio e lá assinou sua abdicação em 22 de junho de 1815, deixando o Palais no dia 25 e, apesar de ter sido utilizado com fins oficiais pelo governo do Primeiro Império, o Hôtel d'Évreux foi formalmente comprado por Louis XVIII em 1816.

Na Segunda República o palácio recebeu o nome de Élysée National, sendo designado como a residência oficial do Presidente da República até que, em 1853, depois do golpe de estado que alterou o regime para o Segundo Império, Napoléon III se mudou para o Palais des Tuileries (que hoje não existe mais) nas proximidades do Louvre.

O Élysée voltou a ser ocupado sob Terceira República até a Segunda Guerra Mundial e a ocupação Nazista, período no qual ficou fechado e vazio até o Governo Provisório de 1946 e o início da Quarta República, de 1947 até 1954.

Entre 1959 e 1969, o Eliseu foi ocupado por Charles de Gaulle, o primeiro presidente da Quinta República, lhe sucedendo Georges Pompidou, Valéry Giscard d'Estaing, François Mitterrand, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.

Contudo, Mitterrand raramente usado seus aposentos no palácio, preferindo manter sua privacidade na sua própria casa, na Rive Gauche, hábito que Sarkozy também adotou, ao preferir morar no apartamento de sua esposa, Carla Bruni, no XVIème arrondissement – o que aliás, eu também preferiria e não seria pelo bairro.








segunda-feira, 4 de maio de 2015

Sergent Recruteur: a estrela que alto brilha na Île de Saint-Louis


Reabriu hoje depois de uma vintena de dias em férias, o Sergent Recruteur – restaurante avaliado pelo Guide Michelin com uma estrela e que é realmente surpreendente, não só por estar instalado em um prédio do Século XVI, mas por saber combinar sua excelência gastronômica com sua decoração: o resultado é uma experiência notável.

Podemos dizer a refinada e inventiva culinária do Chef Antonin Bonnet harmoniza perfeitamente com a bem humorada decoração "neo-medieval" criada pelo Grande Mestre espanhol do design, Jaime Hayon.

Desde sua abertura em 2012 (antes no mesmo local funcionava a La Taverne du Sergent Recruteur, que tinha uma proposta totalmente oposta), a Île de Saint-Louis está no mapa de gourmets e gourmands de todo o mundo, apesar de seus menus não serem os mais em conta da Cidade Luz: 65€ no almoço e entre 95€ a 145€ no jantar.

Entre suas especialidades (mas sempre respeitando o marché du jour) estão a Oignon de Sicile Rôti à la braise, Crème Soubise, Mousserons et Chanterelles, Glace au Mélilot et Citron Confit e ainda uma estonteante Tarte aux Figues, .

41, Rue Saint-Louis-en-l'Ile
4ème arrondissement
Telefone: 01 43 54 75 42
www.lesergentrecruteur.fr