segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Le Train Bleu – 114 anos de esplendor
















Sempre que posso, vou almoçar no Le Train Bleu, na Gare de Lyon, classificado em 1972 como monumento histórico nacional por André Malraux e que foi reaberto em setembro de 2014 após uma grande renovação.

Sua história começa com a proximidade da Exposição Universal de 1900, quando a empresa Paris-Lyon-Mediterranean (PLM) que explorava a estação e suas linhas, resolveu abrir o "Buffet de la Gare de Lyon", como era chamado à época.

Desde a sua inauguração em 07 de abril de 1901 por Emile Loubet, então Presidente da França, sua clientela incluiu famosos como Coco Chanel, Brigitte Bardot, Jean Cocteau, Salvador Dali e Jean Gabin e foi imortalizado no longa-metragem "Nikita", de Luc Besson e sua popularidade continua em alta: cerca de 500 clientes são servidos todos os dias.

Em suas paredes e tetos estão representadas as paisagens percorridas pelos trens da rede PLM - e seu piso em parquet encerado, painéis de madeira, a pátina do tempo, parede de assentos estofados em couro, toalhas de mesa brancas e logotipo louça.

Apenas em 1963 que o local foi rebatizado como "Le Train Bleu", em homenagem ao celebrado serviço oferecido na linha "Paris-Ventimiglia" e em suas paredes e tetos ainda permanecem as representações das paisagens percorridas pelos trens da rede PLM, assim como o seu piso em parquet encerado, painéis de boiserie, assentos estofados em couro, toalhas de mesa brancas e porcelana com sua marca.

Acesse o menu clicando no link abaixo:
http://www.le-train-bleu.com/maj/pdf/carte_juin_2015/MENU_F_Pages_interieur_260x340-052015-pour_mail.pdf

Place Louis Armand
Gare de Lyon, 1er étage
12ème arrondissement
Telefone: 01 44 75 76 76
www.le-train-bleu.com































segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Orléans, uma jóia ao sul de Paris



Orléans fica a cerca de 120km ao sul-sudoeste de Paris e é hoje a Capital do Departamento do Loiret e da Região Centre – imaginem que a cidade de New Orleans (em francês, La Nouvelle Orléans), nos Estados Unidos, foi assim batizada por conta desta Orléans, que já foi a segunda mais importante da França, fica às margens do rio Loire, exatamente onde este rio faz uma curva em direção ao Maciço Central, para o sul.

Suas origens remontam aos gauleses, que a chamavam de Cenabum e era uma das principais cidades da tribo Carnutes, onde os druidas realizaram a sua assembléia anual até que em 52aC foi conquistada e destruída por Júlio César.

Depois disso foi reconstruída pelos romanos por ordem do Imperador Aureliano, que a batizou de “Aurelianum" (a cidade de Aureliano, ou “cité d'Aurélien”), que evoluiu para Orléans.

Mas história à parte, este é um passeio que vale a pena: por carro se chega em cerca de 1h30, sem esforço e nem loucuras, dento da lei, como deve ser.

O centro histórico que deve ser percorrido a pé, commme Il fault e, bem no meio dele está a Cathédrale Sainte-Croix d'Orléans que, é claro, é uma catedral gótica católica, sendo a sede do Bispado de Orléans.

Sua construção foi iniciada em 1278 e teve fim em 1329, depois foi destruída em 1568 para ser reconstruída no período de 1601 a 1829 e é muito famosa por sua relação com Jeanne d'Arc, a heroína francesa que nesta catedral esteve assistindo à missa antes de conseguir levantar o cerco à cidade.

Além disso há na cidade diversos passeios – são sete os parques e jardins públicos – e museus como o Museu de Ciências Naturais, o Centro Charles Peguy, a Casa de Jeanne d'Arc, o Museu de Belas Artes e o Museu Histórico.

Naturalmente há uma infinidade de bons lugares para se apreciar a boa mesa, como o Le Lièvre Gourmand, que fica no número 28 do Quai du Chatelet, numa excelente localização central.









segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Rio Sena revisitado


Como a coluna se chama Rive Gauche por conta do Rio Sena, vamos falar sobre esse incrível curso d'água que tantos suspiros apaixonados tira de quem o vê banhar Paris, seja passeando por suas margens ou simplesmente atravessando suas pontes.

Com 776 km, superfície de 75.000 km², sua nascente mais longínqua fica em Saint-Germain-Source-Seine, a 470 metros de altitude, no Planalto de Langres, na Côte-d'Or e sua foz no Canal da Mancha, entre as cidades de Honfleur e Le Havre, sendo lá cortado pela famosa Ponte da Normandia.

Um dos mais tradicionais passeios para turistas em Paris é navegar pelo Sena nos famosos Bateaux Mouches ou seus similares, de onde os visitantes podem avistar muitas das principais atrações da capital, já que a maioria delas estão localizadas junto às suas margens.

O Governo Francês, reconhecendo a importância do Sena para Paris, declarou em 1864 que as suas nascentes são de propriedade da cidade - apesar da enorme distância!

Alguns rios de grande importância são afluentes do Sena: o Rio Aube (248km), o Yonne (293km), o Loing (166km), o Essone (90km), o Marne (525km), o Oise (302km), o Epte (100km), o Andele (54km), o Eure (225km) e o Risle (140km).

Devido à sua pequena inclinação, a inexistência de corredeiras ou de cachoeiras e após a construção de eclusas em determinados trechos, o Sena é quase inteiramente navegável a ponto de podermos dotar a cidade de Rouen - a mais de 140km da costa - com um porto de padrão marítimo.

De Rouen até Paris o Sena pode ser navegado por grandes embarcações e de lá até Nogent-sur-Seine por barcos um pouco menores, transportando grande parte de sua produção agrícola, carvão, maquinário pesado, cimento, terra, areia, lixo, entulho, concreto e, ao logo de seu curso, numerosas indústrias estão instaladas, como automotivas, petroquímica, centrais térmicas e até uma central nuclear.









segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Deauville, a queridinha da Normandie


Como já escrevi antes, sou fã de carteirinha de pequenas cidades normandas, como Honfleur – de onde já falamos algumas vezes – e também de Deauville: um pequeno balneário com menos de 4 mil habitantes, a menos de 200km do centro de Paris, percorridos em menos de 2h e ½ e que, no Século XIX era o “patinho feio” da região com ruas desertas e fraco comércio, frente à frenética vizinha, Trouville.

Fora dos hábitos de viagem dos brasileiros, Deauville é um lugar charmoso e hoje (como já foi no passado) um dos locais preferidos pelos parisienses que podem se dar ao luxo de fugir nos fins de semana para curtir momentos de lazer e relaxamento.

Sua revitalização e a exploração do binômio mito+exclusividade agradou a alta-sociedade francesa e européia com um excelente campo de golfe, diversos esportes equestres, um novo cassino, hotéis cinco estrelas, uma marina e a criação do Festival do Cinema Americano de Deauville, a partir de 1975 e que sempre acontece na primeira quinzena de setembro, com inúmeras festas que acolhem o Jet-Set internacional.








segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Paris: fechada para férias


Mais um ano se passou e estamos novamente em agosto que, como já falei tantas vezes, muda a cara da cidade, que literalmente fecha para as férias, com a maioria dos franceses indo para fora, aproveitando quatro semanas de descanso.

Se alguém me perguntar qual a época ou o mês do ano que menos gosto em Paris, a resposta seria sem nenhuma hesitação: o mês de agosto.

Em agosto faz calor, com máximas que passam facilmente dos 30ºC. Em agosto os parisienses – quase todos – saem de férias e a cidade fica vazia, a não ser pelas enormes quantidades de turistas da própria Europa e, é claro, da Ásia. Em agosto os melhores lugares para ir, como restaurantes bares e clubes noturnos fecham – até as boulangeries e as lojas de congelados fecham! Em agosto o trânsito fica pior ainda por conta do “Paris Plage” – um evento realizado nas pistas de automóveis na margem direita do Sena e também por conta das inúmeras obras que são feitas para se aproveitar a cidade vazia. Em agosto os dias com chuva triplicam.

Mas se outro alguém me perguntar se eu visitaria Paris em agosto, a resposta seria sem nenhuma hesitação: claro que sim! Afinal, Paris é Paris.